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As campeãs do agronegócio em desempenho

Conheça as empresas que conseguiram se destacar em outros 11 setores dos negócios do campo no ano passado

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 13h28.

O ano de 2008 terminou com um resultado paradoxal para o agronegócio. O Brasil colheu a maior safra de grãos de todos os tempos -- 144 milhões de toneladas, um crescimento de 9,5% em relação à safra anterior, o maior salto percentual registrado nos últimos cinco anos.

As exportações do agronegócio também foram recordes, atingindo quase 72 bilhões de dólares, 23% a mais do que em 2007. Apesar desses números brilhantes, o setor encerrou o ano em tendência de baixa, em razão da crise global que estourou no último trimestre e derrubou os preços e a demanda das principais commodities agrícolas brasileiras.

Os efeitos desse quadro problemático deverão ser sentidos mais intensamente em 2009, mas já apareceram no balanço de 2008 das principais companhias do setor. Comparando o ranking das 400 maiores empresas do agronegócio de 2007 e 2008, a proporção das companhias que tiveram um aumento das vendas caiu de 57% para 54%. No mesmo período, a participação de empresas que tiveram lucro caiu de 65% para 50%.

EXAME destaca as companhias de 11 setores que, apesar do cenário adverso no último trimestre de 2008, conseguiram aproveitar o momento favorável na maior parte do ano e apresentaram um desempenho acima da média. A escolha da melhor empresa de cada setor foi feita com base no conceito de excelência empresarial, resultado da avaliação de seis indicadores de desempenho -- crescimento das vendas, liderança de mercado, liquidez corrente, liquidez geral, rentabilidade e riqueza gerada por empregado. Mesmo com a previsão de um ano difícil, a maioria das empresas de destaque mantém seus planos de investimentos e projeta expansão em 2009.


Açúcar e álcoolAÇÚCAR E ÁLCOOL
A melhor: Usina Colombo
Em 2008, a Usina Colombo cresceu 14% e faturou 253 milhões de dólares. Os bons números são atribuídos ao fato de a empresa trabalhar com cana-de-açúcar própria, cultivada em área da usina, o que dilui os custos. 'Não temos desembolso quando a cana chega à linha de produção da usina', diz Gilberto Colombo, diretor-superintendente da empresa. No ano passado, a Colombo inaugurou sua terceira fábrica, em Santa Albertina, no interior de São Paulo, com um investimento de 250 milhões de reais. Agora, deve aguardar a estabilização dos preços das commodities para a construção de sua quarta unidade, também no interior paulista.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "açúcar e álcool"
 

Adubos e defensivosADUBOS E DEFENSIVOS
A melhor: Fosfertil
A Fosfertil, maior produtora de matéria-prima para fertilizantes do país, faturou no ano passado 821 milhões de dólares e lucrou 279 milhões de dólares. Sua rentabilidade -- 29% -- foi a segunda maior do setor. A meta agora é dobrar de tamanho em cinco anos. Para isso, a companhia está investindo na ampliação da capacidade de produção de sua fábrica de fosfatados em Uberaba, em Minas Gerais. As obras de expansão vão exigir aportes de 462 milhões de reais e devem ser concluídas em 2011. Com a ampliação dessa unidade, a oferta de ácido fosfórico da empresa vai crescer 27%, o que deve representar uma receita adicional de 500 milhões de reais por ano.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "adubos e defensivos"


 

Aves e suínosAVES E SUÍNOS
A melhor: Copacol
A Copacol, cooperativa que reúne 850 pequenos produtores do oeste do Paraná, aposta na diversificação para continuar a crescer. Atualmente, a principal atividade é a avicultura, responsável por 60% do faturamento. A cooperativa investe agora no mercado de embutidos, como salsicha, mortadela e linguiça. Outro novo negócio da empresa, iniciado no ano passado, é o processamento de tilápias. A capacidade atual de industrialização é de 10 toneladas de peixes por dia, mas a meta é chegar a 50 toneladas por dia em 2012. No ano passado, a Copacol faturou quase 435 milhões de dólares. A meta para 2009 é crescer 12%.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "avens e suínos"
 

Máquinas, equipamentos e ferramentasMÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS
A melhor: Intecnial
A Intecnial, que fabrica equipamentos para diversos setores do agronegócio, cresceu 35% no ano passado e faturou 188 milhões de dólares. Sediada em Erechim, no interior do Rio Grande do Sul, a empresa atua em todas as etapas da instalação de uma planta industrial -- da elaboração do projeto à fabricação e montagem das máquinas. No ano passado, a companhia entregou três usinas de biodiesel à Petrobras, cada uma delas com capacidade de 57 milhões de litros por ano. De sua carteira de clientes fazem parte também outras grandes empresas de setores como os de alimentos, celulose e papel, óleos vegetais e nutrição animal.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "máquinas, equipamentos e ferramentas"


Óleos, farinhas e conservasÓLEOS, FARINHAS E CONSERVAS
A melhor: Anaconda
A Anaconda, produtora paulista de farinha de trigo, destacou-se no setor por seu elevado índice de liquidez. Há dez anos, ela adotou uma política de reinvestir cerca de 30% de seu lucro na modernização e na renovação do parque industrial. 'Processos cada vez mais modernos e fáceis contribuem para a produtividade e a rentabilidade', diz Luiz Martins, diretor-presidente da Anaconda. No ano passado, a empresa investiu 8,4 milhões de reais em melhorias dos processos de produção. Neste ano, deve gastar mais 9,5 milhões de reais. Com faturamento de 181 milhões de dólares em 2008, a Anaconda tem a expectativa de crescer 17% neste ano.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "óleos, farinhas e conservas"
 

Revenda de máquinas e insumosREVENDA DE MÁQUINAS E INSUMOS
A melhor:
Tracbel
A Tracbel, uma das maiores distribuidoras de máquinas agrícolas do Brasil, alcançou em 2008 o melhor desempenho dos últimos dez anos. O faturamento da empresa, com sede em Contagem, em Minas Gerais, atingiu 235 milhões de dólares, 13% mais do que no ano anterior. Em 2009, a companhia prevê um crescimento menor, em torno de 9%. Mas, para os próximos três anos, as metas são mais ousadas: dobrar o tamanho do patrimônio e do faturamento. Para isso, a Tracbel pretende investir 100 milhões de reais na expansão de sua rede, com a abertura de outras filiais e a ampliação das unidades existentes.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "revenda de máquinas e insumos"


 

TêxteisTÊXTEIS
A melhor: Santanense
Nascida no interior mineiro em 1891, a fabricante de tecidos Santanense é controlada desde 2004 pelo grupo Coteminas, da família do vice-presidente da República, José Alencar. Em 2008, a Santanense faturou 153 milhões de dólares e teve lucro de 9 milhões de dólares. Em relação ao ano anterior, a companhia melhorou a rentabilidade do patrimônio (subiu de 1,7% para 11,9%) e diminuiu o endividamento geral. Por isso, foi escolhida como a melhor empresa do setor têxtil, superando inclusive a Coteminas, que faturou 581 milhões de dólares, mas fechou o ano com prejuízo de 78 milhões de dólares.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "têxteis"
 

CaféCAFÉ
A melhor: Cooxupé
A melhor empresa do setor de café, a Cooxupé, da cidade de Guaxupé, no interior de Minas Gerais, reúne 11 500 cooperados, em sua maioria pequenos agricultores -- 83% produzem até 500 sacas de café por safra. Individualmente, é um volume modesto, mas, somado, o trabalho dos cooperados atingiu 4,6 milhões de sacas em 2008, o correspondente a quase 10% da produção brasileira. No ano passado, a empresa tornou-se também a maior exportadora de café do Brasil, com o embarque de 1,8 milhão de sacas. Com o bom desempenho, o faturamento da Cooxupé atingiu 776 milhões de dólares em 2008, crescimento de 24% em relação a 2007.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "café"


 

Carne bovinaCARNE BOVINA
A melhor:
Marfrig
A indústria de carne bovina foi uma das que mais sofreram com a crise e a consequente elevação do dólar em relação ao real. Entre as dez maiores empresas do setor, oito terminaram 2008 no vermelho. A Marfrig, sediada em Santo André, no ABC paulista, fechou o ano com prejuízo de 161 milhões de dólares. Seu faturamento passou de 1 bilhão de dólares em 2008, uma queda de 20% em relação ao ano anterior. Algumas de suas concorrentes, no entanto, registraram números ainda piores. Além disso, a Marfrig apresentou os melhores índices de liquidez geral e corrente e a segunda melhor média de riqueza gerada por empregado.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "carne bovina"
 


LEITE E DERIVADOS

A melhor: Tangará
H á dois anos, a capixaba Tangará, fabricante de ingredientes lácteos para a indústria alimentícia, iniciou um processo de profissionalização da gestão. Investiu em governança corporativa, contratou executivos do mercado e uma consultoria para traçar um planejamento estratégico de longo prazo. Até então focada na venda de grandes volumes para poucos clientes, a Tangará passou a mirar os potenciais compradores de pequeno porte. O número de clientes passou de menos de 100 em 2007 para mais de 7 000 em 2008. Com isso, a empresa conseguiu crescer 28% e faturar 228 milhões de dólares no ano passado.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "leite e derivados"

 

Madeira e celuloseMADEIRA E CELULOSE
A melhor:
Suzano
Depois de lucrar 303 milhões de dólares em 2007, a Suzano fechou o ano de 2008 com prejuízo de pouco mais de 170 milhões de dólares. O resultado se deve, sobretudo, às despesas com variações cambiais e monetárias, em razão da forte alta do dólar ocorrida no último trimestre do ano. Mesmo fechando no vermelho, a Suzano conseguiu se destacar como a empresa com o melhor desempenho geral do setor. Líder de mercado, ela faturou mais de 2 bilhões de dólares em 2008, 16% mais do que no ano anterior. A Suzano encerrou o ano com um caixa de 2,1 bilhões de reais, quase a metade de sua receita líquida.
+veja o ranking das melhores empresas do setor "madeira e celulose"

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