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Vinhos da região de Bordeaux chega ao Brasil mais baratos

A safra 2019 da região francesa chega com preços baixos e qualidade excepcional

Milhares de especialistas em vinhos, négociants e jornalistas se envolvem na degustação e avaliação de amostras de barris (Catarina Bessell/Exame)

Milhares de especialistas em vinhos, négociants e jornalistas se envolvem na degustação e avaliação de amostras de barris (Catarina Bessell/Exame)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 4 de outubro de 2022 às 18h16.

Todos os anos, entre setembro e dezembro, o mercado brasileiro de vinhos começa a receber os vinhos adquiridos en primeur, termo francês para o vinho vendido numa base futura, antes de ser engarrafado. A cada primavera, após a safra as grandes propriedades de Bordeaux apresentam amostras jovens de seus vinhos do ano anterior.

Nesse ponto, os châteaux alocam uma parcela de sua produção total a ser lançada a um preço especial, aproximadamente dois anos antes do engarrafamento. Milhares de especialistas em vinhos, négociants e jornalistas se envolvem na degustação e avaliação de amostras de barris.

É quando os importadores se organizam para adquirir suas coleções e repassá-las aos clientes, não apenas os enófilos mais apaixonados mas também os que veem nesse tipo de oferta um ótimo investimento. No centro do mundo dos vinhos finos, garantir vinhos antes de serem lançados no mercado é o que torna o en primeur um sistema tão cativante.

A safra da oportunidade

“Excepcional.” Essa é a expressão em comum que os críticos James Suckling, Lisa Perrotti-Brown e Neal Martin utilizaram para definir a safra 2019 em Bordeaux, que foi marcada pela elegância e pelo equilíbrio entre os vinhos, desde os mais simples até aqueles icônicos que elevaram a região ao mais alto nível de importância para o mercado mundial.

Essa safra não se destaca apenas excepcionalmente pelas suas qualidades engarrafadas, mas também porque, pela primeira vez em muitos anos, os grandes châteaux oferecem seus vinhos com preços até 35% abaixo das edições anteriores. A queda se deu porque a pandemia limitou a degustação dos vinhos por parte dos críticos, e a safra foi lançada sem as pontuações.

Se esse tipo de venda já era uma ótima oportunidade para os enófilos transformarem suas adegas em grandes investimentos por causa da valorização constante dos produtos ao longo do tempo, pode-se dizer que esse foi o melhor momento em muitos anos. Todos os fatores externos que puxaram para baixo os preços nas vinícolas coincidiram com a excelente reputação da safra, avaliada posteriormente.

Segundo dados da Liv-ex, plataforma especializada em acompanhamento de preços para essa categoria de vinhos em nível mundial, 2019 tem avaliação média dos críticos em 94,9, ante uma avaliação média de 94,7 para 2009, considerada uma das melhores safras do século. Sorte de quem comprou!


(Arte/Exame)

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