Revista Exame

História da lenda do Jazz Billie Holiday é contada em filme e documentário nos EUA

Uma das maiores cantoras do jazz, Billie Holiday é revivida nos Estados Unidos com filme biográfico e documentário ainda distantes das telas brasileiras

Andra Day em The United States vs. Billie Holiday. (Divulgação/Divulgação)

Andra Day em The United States vs. Billie Holiday. (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 05h19.

Um dos maiores mitos do jazz, a cantora Billie Holiday (1915-1959) ganhou, por coincidência ou não, um revival nos Estados Unidos com duas obras distintas. O filme biográfico The United States vs. Billie Holiday estreia na plataforma Hulu em 26 de fevereiro e já ganhou uma indicação para o prêmio de Melhor Atriz no Golden Globes (cuja cerimônia de entrega será em 28 de fevereiro) para Andra Day. E o documentário Billie, com cenas colorizadas da verdadeira artista, está disponível desde o fim de 2020 no Amazon Prime Video americano.

Infelizmente não há data prevista para que esses dois filmes estejam acessíveis no país. O que é de lamentar, diante do tamanho histórico da personagem principal e até da indicação ao Golden Globe — que, muitas vezes, se repete no Oscar (cujos concorrentes a prêmios serão anunciados em 15 de março). Billie foi uma cantora de estilo muito pessoal, que mergulhava nas letras das músicas para extrair a interpretação mais impactante e intimista, sem malabarismos vocais.

Como cantora, influenciou contemporâneos como Frank Sinatra. Como artista, engajou-se contra o preconceito, especialmente com o hino antilinchamento racista Strange Fruit, de 1939. Como pessoa, foi prostituída pela mãe na adolescência, maltratada por maridos e amantes e destruiu-se fisicamente com heroína e álcool até sua morte precoce, aos 44 anos.

The United States vs. Billie Holiday se concentra nos anos 1940, período em que Billie se tornou “ameaça nacional” digna de vigilância do Federal Bureau of Narcotics, por causa das drogas e pela panfletária Strange­ Fruit. Presa por posse de drogas em seu apartamento em maio de 1947, foi condenada e cumpriu pena até março de 1948, sendo solta por bom comportamento.

“Diziam que era ‘os Estados Unidos contra Billie Holiday’. E era assim que eu me sentia”, ela disse em sua autobiografia Lady Sings the Blues (cuja edição brasileira mais recente saiu em 2003). Billie já teve uma cinebiografia em 1972, O Ocaso de uma Estrela, com a cantora Diana Ross. Um filme que não chegava a ser ruim (Ross chegou a ser indicada ao Oscar), mas não fazia jus à figura. Agora, a missão de viver Lady Day na tela ficou com outra cantora, Andra Day, que estreia como atriz aos 36 anos.Já o documentário Billie traz a verdadeira Holiday em cenas colorizadas de apresentações. Uma boa notícia: a trilha sonora do documentário está disponível no Spotify.

(Arte/Exame)


MÚSICA

Dylan e o amigo beatle 

(Arte/Exame)

A política de Bob Dylan de lançar pérolas inéditas de seus arquivos prossegue com o álbum triplo Bob Dylan 1970. Esta nova compilação traz todas as gravações do cantor americano no ano do título. Algumas faixas registram a visita do ex-beatle George Harrison em 1o de maio (três semanas após o anúncio do fim de sua banda). Os dois amigos se divertiram com covers de rocks antigos e uma versão da clássica Yesterday. Um documento que fanáticos esperaram 51 anos para ouvir.


LIVRO

Conselhos de um bilionário 

(Arte/Exame)

Homem que chegou a ser o mais rico do mundo por anos seguidos graças a seu império Microsoft, o americano Bill Gates se dedica a consolidar sua imagem de filantropo. Em seu terceiro livro (primeiro desde 1999), Como Evitar um Desastre Climático, o bilionário investigou a mudança climática e ouviu especialistas para elaborar uma proposta para reverter danos e evitar uma catástrofe ambiental global. O lançamento no Brasil é simultâneo a outros países.


STREAMING

Pelé na Copa de 1970: registros do maior dos jogadores (Netflix/Divulgação)

NOVO OLHAR SOBRE O REI

A magia de Pelé é registrada em documentário da Netflix | Marcelo Orozco

Os feitos de Pelé em campo são incomparáveis. Três Copas do Mundo vencidas, mais de 1.000 gols marcados, lances de genialidade, preparo físico à frente de seu tempo nos anos 1960. Qualquer tentativa de comprovar para as gerações recentes que ele mereceu o título de Rei do Futebol é válida. Por isso, desperta interesse o documentário singelamente batizado de Pelé, produção da Netflix em associação com a britânica Pitch Productions.

O filme deve trazer cenas inéditas de arquivo e entrevistas recentes com o próprio Pelé e ex-companheiros de gramado, como Zagallo. A visão estrangeira de dois diretores britânicos (Ben Nichols e David Tryhorn) será comparada à maior produção anterior sobre o craque, a brasileira Pelé Eterno, dirigida em 2004 por Aníbal Massaini Neto — uma grande compilação de gols prejudicada pelos elogios desnecessários. O novo documentário tem como um dos produtores Kevin Macdonald, que ganhou o Oscar de Melhor Documentário de 1999 com Munique, 1972: Um Dia em Setembro.   

(Arte/Exame)

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