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Bens de capital e eletroeletrônicos

Randoncorp, Tupy e Electrolux são destaques na categoria Bens de capital e eletroeletrônicos no Melhores do ESG 2023

Daniel Randon, diretor-presidente da Randoncorp: “Investimos em tecnologias que agregam valor ao meio ambiente e à sociedade” (Alexandre Battibugli/Exame)

Daniel Randon, diretor-presidente da Randoncorp: “Investimos em tecnologias que agregam valor ao meio ambiente e à sociedade” (Alexandre Battibugli/Exame)

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

Randoncorp 

Maior exportadora brasileira de transporte de carga, a Randoncorp usa os investimentos em inovação e a aproximação com startups para monitorar muito de perto o desenvolvimento de soluções que, além dos ganhos de eficiência, reduzam as emissões de poluentes e o uso de material, além de acelerar no modelo de eletrificação. Nos últimos anos, a companhia tem buscado estar ainda mais alinhada a essa pauta. 

“Investimos em inovação e em tecnologias disruptivas que agregam valor, principalmente ao meio ambiente e às questões sociais”, diz o diretor-presidente da Randoncorp, Daniel Randon. 

No ano passado, a Randoncorp vendeu seus primeiros eixos elétricos. O e-Sys, usado em carretas, foi desenvolvido com a participação da Suspensys, uma das empresas do grupo, e o CTR. O sistema de tração auxiliar elétrico foi equipado em modelos de ­semirreboques. 

Um dos clientes, do Chile, passou a fazer uma rota menor e sem a necessidade de abastecer. O algoritmo possibilita à carreta interpretar as condições da estrada e determinar o funcionamento do sistema para a necessidade de tracionar ou de armazenar energia sem que haja comunicação com o veículo trator (o caminhão). 

O eixo elétrico funciona na recuperação de energia gerada durante movimentos de frenagem, que é reaproveitada em momentos de necessidade de tração, como nas ultrapassagens. Com o eixo elétrico, as emissões de poluentes reduzem de 20% a 25%. 

Outra solução alinhada à energia limpa apresentada no ano passado foi a Randon Solar, semirreboque frigorífico equipado com painéis solares e que conta com uma tecnologia patenteada, inédita na América Latina, para controle e gerenciamento de energia. 

Ainda em 2022, a Randoncorp apresentou um tipo de plataforma modular que possibilita a montagem em conexões rebitadas. A solução diminui o uso de solda em cerca de 70%. Assim, há redução de peso e de uso de material. Em contrapartida, a plataforma permite agilidade para carga e descarga e reduz o consumo de combustível e de manutenções. 

“São tecnologias que visam a redução de combustível, de peso e o uso crescente de energia elétrica. Não tem como voltar atrás, porque essa é a jornada que escolhemos”, garante Randon. 

A rotina da operação da Randoncorp também busca estar alinhada ao que é desenvolvido para o mercado. O grupo se comprometeu a chegar, até 2025, ao nível de resíduo zero, e até 2030 a meta é reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa. 

Randon está otimista. Segundo o executivo, a última etapa é a reutilização dos refratários nos fornos de fundição. Hoje, 100% dos efluentes são reutilizados. Na Frasle, por exemplo, não há descarte em aterros há pelo menos 15 anos.

Paula Pacheco 


Tupy

A redução do desperdício e as formas de encontrar novos usos para resíduos são algumas das tarefas diárias de quem trabalha na metalúrgica Tupy. Fernando Rizzo, presidente da empresa, assegura que passou da hora de interromper o processo de crescimento do consumo de recursos naturais. “O planeta precisa parar de aumentar para diminuir efetivamente”, resume o executivo. 

Num esforço de contribuir para resolver esse dilema, a Tupy vem buscando melhorar seus indicadores. No ano passado, cerca de 650.000 toneladas de sucata metálica foram transformadas em produtos de alto valor agregado. As emissões de gases de efeito estufa (GEE) dos escopos 1 e 2 apresentaram uma redução de 17%. O reúso de água subiu de 73% (2021) para 93%. Ao todo, 1 milhão de toneladas de resíduos foram reciclados. 

Além do olhar para rotinas do próprio negócio, a Tupy tem investido em soluções para o mercado. Uma delas passa pelos carros elétricos. Há dois anos, a companhia iniciou uma parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para fomentar a pesquisa de uma alternativa viável ao processo atual de reciclagem de baterias desses veículos.

No início de 2024 começará a funcionar uma planta-demonstração com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para recuperar elementos químicos da bateria, com o diferencial de usar pouca energia no processo. Hoje, segundo Rizzo, a tecnologia usada leva à perda de muitos elementos químicos.

Paula Pacheco 


Electrolux

No Brasil desde 1926, a fabricante de eletrodomésticos Electrolux vem reforçando suas ações de sustentabilidade. Reduzir a pegada de carbono em 50% e aumentar a eficiência do material são algumas das prioridades. “Acho que muitas pessoas ainda têm a visão de que produtos eletrodomésticos consomem energia, mas eles podem ter um impacto positivo e ambiental gigantesco”, afirma João Zeni, diretor de sustentabilidade da Electrolux, que tem abraçado o desafio de gerar produtos mais eficientes. Em 2022, a Electrolux colocou diversos produtos com o selo A+++ de eficiência energética ou hídrica no mercado — quase 70% do lucro líquido da companhia no Brasil veio desse grupo de produtos. “Fazemos parte do cotidiano de milhões de pessoas e é por isso que buscamos engajar as pessoas por meio da comunicação oferecendo produtos mais inovadores e mais eficientes”, observa Zeni. Além disso, a companhia substituiu 500 toneladas de plástico virgem por reciclado em seus produtos e deu continuidade ao serviço de coleta e descarte consciente, que começou em 2021. O programa, que permite ao consumidor descartar corretamente os eletrodomésticos antigos que serão substituídos por produtos Electrolux, atende 85% das cidades brasileiras e contou com 50 toneladas de produtos reciclados.

Fernanda Bastos

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