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Balneário Camboriú atrai negócios com qualidade de vida

A catarinense Balneário Camboriú tem mais do que belas praias — é a cidade brasileira com os melhores indicadores em áreas como saúde e educação

Atividade na praia: Balneário Camboriú tem uma secretaria municipal exclusiva para os idosos (Divulgação/Exame)

Atividade na praia: Balneário Camboriú tem uma secretaria municipal exclusiva para os idosos (Divulgação/Exame)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 09h34.

São Paulo — A cidade de Balneário Camboriú, no litoral catarinense, é famosa pelas praias que atraem turistas no verão e pelos arranha-céus de mais de 40 andares à beira-mar. Mas há outra faceta do município menos conhecida, porém louvável: as boas condições de vida oferecidas a seus 125 000 habitantes.

Balneário Camboriú é campeã na categoria desenvolvimento social do ranking 2015 das melhores cidades para os negócios, compilado pela consultoria Urban Systems. Nesse caso, o que contam são indicadores de saúde, educação, segurança e saneamento.

Na cidade, o índice de pobreza é de 0,22%, o menor entre as cidades com mais de 100 000 habitantes — é bem verdade que a população mais pobre que circula ali mora na vizinha Camboriú, da qual o Balneário se desmembrou em 1964. No Brasil, o índice é de 7%. O número de chefes de família da classe A é de 6%, ante 2,8% na média brasileira.

“O baixo índice de desemprego e os bons salários da construção civil, nossa principal atividade econômica, explicam o resultado”, diz Luiz Marcelo Camargo, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inclusão Social. No pujante mercado imobiliário da cidade, 46% dos apartamentos à venda têm valor de mercado acima de 1 milhão de reais. 

A atenção com a terceira idade é um destaque em Balneário Camboriú. Há uma secretaria municipal exclusiva para os idosos, que promove uma série de atividades recreativas e trata de questões sociais próprias dessa faixa etária — com 15 000 representantes na cidade. Ildo Pedó, de 60 anos, é um comerciante gaúcho que se aposentou e mudou para Balneário Camboriú.

Ele e a mulher, Evelice, de 59 anos, fazem ginástica na praia todos os dias, das 7h30 às 8h30, e aulas de pilates duas vezes por semana. Todos os programas têm orientação de instrutores contratados pela prefeitura. Com um grupo de amigos, eles se encontram às segundas-feiras à noite em um centro comunitário da cidade para promover jantares e bailes.

“Somos mais saudáveis do que há 20 anos”, diz Pedó. Na área de saúde, Balneário Camboriú desenvolveu um modelo de atendimento segmentado. Os mais velhos encontram serviços médicos em um Núcleo de Atenção ao Idoso. Há ainda unidades específicas para crianças e mulheres. Além disso, um hospital municipal atende cerca de 6 000 pessoas por mês, metade delas residentes em outras cidades da região.

Os dados da Urban Systems mostram que o município conta com três leitos de hospital para cada 1 000 habitantes, acima da média de 2,5 em todo o Brasil. Balneário Camboriú investe perto de 30% do orçamento em educação, 5 pontos acima do piso previsto em lei. Neste ano, todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos encontraram vaga garantida na sala de aula.

Os professores se mantêm atualizados por meio de um programa de formação continuada. No ensino superior, há 128 matriculados para cada 1 000 pessoas da população economicamente ativa — é o dobro da média brasileira. A boa ­rede de ensino é uma garantia para os empreendedores que se instalam na cidade.

“É importante saber que há oferta de mão de obra capacitada em quantidade suficiente para meu negócio”, diz o chefe de cozinha Gustavo Schmidt, de 33 anos, que há três anos abriu uma empresa fornecedora de alimentação para grandes eventos. Schmidt chega a recrutar 120 profissionais a cada cerimônia.

Até agora, Balneário ficou conhecido por receber negócios sofisticados, como revendedoras de lanchas, lojas de decoração e restaurantes de alta gastronomia para atender a população local com alta renda e os turistas.

Como meta para os próximos anos, o município quer ampliar as atividades para receber mais convenções de negócios e desenvolver um polo de tecnologia. Se depender da qualidade de vida que oferece à população, bons negócios continuarão a surgir por lá.

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