Revista Exame

A grife masculina que quer quebrar os padrões do setor têxtil no Brasil

Ricardo Almeida, referência em alfaiataria masculina, quebra padrões do setor com forte presença feminina em cargos de gestão

Ao centro, 
Ricardo Almeida. À esquerda, Andrea Paixão, Tatiane Silva e Flavia Roismann. À direita, Daniela de Carvalho,Giovana de Pieri e Larissa Morihama (Leandro Fonseca/Exame)

Ao centro, Ricardo Almeida. À esquerda, Andrea Paixão, Tatiane Silva e Flavia Roismann. À direita, Daniela de Carvalho,Giovana de Pieri e Larissa Morihama (Leandro Fonseca/Exame)

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Julia Storch

Publicado em 17 de junho de 2021 às 05h42.

Última atualização em 17 de junho de 2021 às 08h05.

Ricardo Almeida é uma referência em alfaiataria masculina. O que poucos sabem é que boa parte do sucesso da gestão da grife homônima ao estilista se deve à sua liderança feminina. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), entre os 9,5 milhões de brasileiros que trabalham no setor, 75% são mulheres, mas apenas 15% estão em posições de comando. Na Ricardo Almeida, 55% dos cargos são ocupados por elas.

Do departamento de marketing e estilo ao comercial, passando por recursos humanos e comunicação, muitas histórias convergem nas trajetórias. São os casos de Flavia Roismann, diretora de marketing e estilo, Larissa Morihama, gerente de trade marketing, Andrea Paixão, diretora comercial, e Tatiane Silva, gerente de plano de controle de produção. Somando o tempo trabalhado na marca, o quarteto comemora mais de 90 anos e passagens por diversos cargos.

Roismann entrou na marca em 1995. Na época, acabara de se formar em publicidade e propaganda, e foi indicada por um professor e cliente da marca. Após seis anos como braço direito do alfaiate, conheceu Morihama, que freelava como camareira da marca na Morumbi Fashion Week. Uma coincidência aconteceu quando a secretária ligou para sua casa para agendar uma entrevista para ela fazer parte da equipe como assistente de estilo. “Na hora de anotar o endereço do ateliê minha mãe ficou em choque. Era a casa onde ela morou na juventude.”

O ano de 2020 registrou queda de faturamento de 55% comparado ao ano anterior. Foi a deixa para uma reestruturação. “Fizemos do limão uma limonada”, conta o alfaiate. “Dividimos áreas, implementamos softwares, reorganizamos moldes, que para mim é o mais importante dentro da roupa.”

Pouco antes da pandemia chegaram Giovana de Pieri como head de marketing e, logo depois, Daniela de Carvalho para liderar a equipe de gente e cultura. Almeida destaca que o crescimento na empresa independe do gênero. “As oportunidades são dadas a todos, basta ter interesse.”


(Publicidade/Exame)


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