Revista Exame

Aprendizado acelerado

A maranhense Niduu, de educação em empresas, dobrou a carteira de clientes depois de ser vendida para a Gupy, de tecnologia para os times de RH

Júnior Mateus e Rômulo Martins, da Niduu: decisão de contar aos funcionários os detalhes da venda à Gupy (Divulgação/Divulgação)

Júnior Mateus e Rômulo Martins, da Niduu: decisão de contar aos funcionários os detalhes da venda à Gupy (Divulgação/Divulgação)

A história da startup Niduu, de educação corporativa por meio de games, é um bom exemplo de como a chegada de novos sócios pode colocar um negócio numa rota de expansão acelerada. Fundada em 2016 pelos empreendedores maranhenses Rômulo Martins e Júnior Mateus, a empresa de São Luís foi adquirida pela empresa de tecnologia para recrutamento e seleção Gupy em outubro de 2021. Foi a primeira aquisição de peso da Gupy, que em janeiro de 2022 recebeu aporte de 500 milhões de reais e logo foi às compras novamente — em fevereiro, a empresa comprou a concorrente Kenoby. 

Para a Gupy, a aquisição da Niduu foi uma chance e tanto de adicionar a vertical de treinamentos gamificados nas empresas. Para Martins e Mateus, foi uma oportunidade de fazer decolar um negócio com dificuldades para expansão geográfica em razão de ter sido aberto longe do eixo Rio-São Paulo. “O empreendedor sempre busca o impacto”, diz Martins. “Vimos que com a Gupy chegaríamos a mais pessoas, e ainda mais rápido, além de ter mais visibilidade da marca e força.” 

O timing da operação contou pontos a favor: o cheque de 500 milhões da Gupy cortou muito o risco de faltar caixa para a expansão. Além disso, um mercado de trabalho em mudança profunda após o chacoalhão causado pela pandemia turbina a demanda de empresas pela educação continua­da de seus funcionários — o chamado lifelong learning. 

Dito tudo isso, muita coisa poderia desandar no negócio. A começar pela distância: a Gupy foi fundada na capital paulista pelos irmãos Guilherme e Mariana Dias junto com os sócios Bruna Guimarães (colega de Mariana na cervejaria Ambev) e Robson Ventura. A quarentena imposta para conter o vírus da covid-19 só atrapalhou mais as coisas — foram necessárias horas e mais horas de reuniões virtuais para fechar todos os detalhes da aquisição.

No meio disso tudo, os fundadores da Niduu optaram por contar o máximo de informações aos funcionários. Antes da assinatura do contrato, o time da ­Niduu já tinha ciência da entrada de um novo controlador — e do racional da negociação. “Se considerarmos que é a força de trabalho que leva uma empresa ao sucesso e que constrói ela do zero, é importante termos o time engajado e sem desistir de sonhar junto”, diz Martins. “Por isso, deixar todos a par do que virá após a compra é essencial.” 

Um ano depois da aquisição, a Niduu tem conquistas para comemorar. Boa parte do time segue dando expediente, inclusive os sócios-fundadores, ainda à frente da operação. O número de clientes, hoje em mais de 600 empresas, cresceu 100% em 12 meses e engloba empresas do país inteiro. Na Gupy, o faturamento do braço de educação corporativa hoje é o dobro do registrado há um ano. “Mais de 500.000 clientes já passaram pelos cursos produzidos pela ­Niduu no período”, diz Martins.  


(Publicidade/Exame)

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEducação executivaFusões e AquisiçõesRecursos humanos (RH)Startups

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda