Juliana Megid e Marcus Sanchez, da EMS: nova fábrica vai produzir a semaglutida, insumo de remédios para diabetes e obesidade como o Ozempic (Leandro Fonseca/Exame)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 17 de setembro de 2024 às 21h10.
Última atualização em 19 de setembro de 2024 às 15h33.
O dia 23 de agosto foi um dos mais importantes nos 60 anos da farmacêutica EMS. Com direito à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a companhia inaugurou a segunda fábrica no terreno onde fica sua sede, em Hortolândia, no interior paulista.
Com um investimento de 60 milhões de reais, a fábrica será a primeira no Brasil a produzir remédios com peptídeos, moléculas sintéticas tidas como a grande aposta das farmacêuticas no mundo pela alta eficiência na cura. A planta deve produzir a semaglutida, insumo de remédios contra diabetes como o Ozempic.
Em razão do sucesso também no combate à obesidade, o medicamento da dinamarquesa Novo Nordisk virou hit — o valor de mercado da farmacêutica chegou a superar o PIB da Dinamarca. A expectativa na EMS com a nova fábrica é de voos ainda mais altos.
Em 2023, a companhia faturou 7,9 bilhões de reais, 18% acima do ano anterior. Boa parte da expansão veio de investimentos em inovação. A companhia aportou 200 milhões de reais em novas linhas de produção, incluindo uma planta para remédios oncológicos injetáveis. Além disso, foi às compras, como a da marca de sabonete íntimo Dermacyd.
“Ampliamos o portfólio, melhoramos políticas comerciais e processos produtivos”, diz Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS e terceira geração à frente do negócio fundado pelo avô dele, Emiliano.
A ambição, agora, é global. A farmacêutica já é sócia de laboratórios de ponta nos Estados Unidos e na Europa. Novos investimentos nos peptídeos estão no radar. “Estamos competindo de igual para igual com as multinacionais”, diz Juliana Megid, diretora de relações institucionais da EMS.