Revista Exame

Aposta na intimidade

Alvaro Gutierrez, country manager do Grupo Calzedonia no Brasil, que controla a Intimissimi, fala sobre mudanças no segmento de roupa íntima e nightwear

Alvaro Gutierrez: o brasileiro ousa mais (Leandro Fonseca/Exame)

Alvaro Gutierrez: o brasileiro ousa mais (Leandro Fonseca/Exame)

DS

Daniel Salles

Publicado em 2 de maio de 2022 às 10h00.

Última atualização em 2 de maio de 2022 às 12h38.

Por que a Intimissimi resolveu apostar em roupa íntima masculina? 

Foi um caminho natural para o grupo, que começou com uma marca de meias, a Calzedonia, e evoluiu para outras categorias, entre elas a Intimissimi, um dos maiores players globais de roupa íntima e nightwear. Usamos nossa expertise e design made in Italy para estarmos presentes na vida cotidiana dos homens. Eles desmistificaram o ato de se cuidar, de se vestir, e estão mais vaidosos e seguros de si para arriscar novas modelagens e tecidos.

Qual é o produto masculino que faz mais sucesso? 

Nossas camisetas de algodão Supima, pela qualidade incomparável e versatilidade. Mais do que nunca, os homens buscam praticidade e peças-chaves, que são simples de combinar e garantem resultado efetivo. Nossas cuecas e pijamas não ficam atrás: quando o cliente entende que a qualidade do tecido, a tecnicidade do produto e o design impactam no conforto, nunca mais usa outra marca, posso garantir. 

Os homens estão dando mais atenção ao conforto e ao estilo na hora de comprar roupa íntima?

Sem dúvida! Finalmente avançamos, e o homem tem tomado mais as rédeas de suas decisões na moda — e isso inclui a roupa íntima. Ainda vemos casos de mulheres que compram para o marido, mas têm diminuído. No fim das contas, ninguém conhece melhor os seus gostos e preferências do que você mesmo. E o homem costuma ser bem prático e objetivo em suas decisões.

Quais são as tendências que norteiam, atualmente, o mercado de roupa íntima masculina? 

Após anos reinando absoluta, a cueca boxer vem dividindo seu espaço com o modelo slip. Também sentimos que o homem tem saído mais do básico, experimentando estampas e combinações de cores inusitadas. Na Intimissimi dá para encontrar desde cuecas básicas até modelos com emblemas de super-heróis ou amarelo-neon, por exemplo. Por não ficar visível, a roupa íntima pode ser o primeiro passo para ousar no estilo. 

Como a Intimissimi enxerga o mercado de roupa íntima masculina no Brasil? 

É um mercado que vem amadurecendo bastante e evoluindo à medida que o homem também evolui em suas escolhas de moda. Escolher cueca e pijama é tão importante quanto peças de outerwear, é um passo relevante para compor o próprio estilo. 

Como o segmento no qual a Intimissimi atua foi impactado pela pandemia?

Por sermos uma empresa sólida, dentro de um grupo consolidado, conseguimos atravessar os momentos ruins e nos mantermos firmes. Por causa do isolamento social, as pessoas olharam mais para as marcas de roupa íntima. Nosso sistema omnichannel unificado já consolidado e a equipe engajada, que atendeu clientes via WhatsApp, e-commerce, drive-thru em shoppings e outros canais de forma efetiva e segura para todos, foram diferenciais. 

O consumo de moda íntima mudou nesse período?

Muitos homens descobriram que, além de uma cueca confortável, ter um pijama também faz a diferença. Entenderam que uma camiseta básica, bem cortada e de qualidade funciona perfeitamente para uma reunião no Zoom e para outras atividades da casa, pois dispensa a troca de roupa.

Quais são as diferenças entre o brasileiro e o italiano na hora de se vestir?

No geral, o homem italiano tem uma relação bem madura com a moda, aposta no clássico e na alfaiataria, mas também fica de olho em tendências. O homem brasileiro é mais casual e objetivo, mas está experimentando como nunca e, entre outras coisas, tem redescoberto a alfaiataria. Se antes era muito mais formal e cheio de regras, hoje ele dá menos atenção a códigos. Ele já combina, por exemplo, calça de alfaiataria com camiseta básica lisa e tênis.

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