Revista Exame

São Paulo terá museus sobre favela e cultura indígena em 2022

São Paulo terá revitalização de centros de exposição e novos museus dedicados a minorias

Simulação em 3D do Museu das Favelas: inauguração prevista para junho (Divulgação/Divulgação)

Simulação em 3D do Museu das Favelas: inauguração prevista para junho (Divulgação/Divulgação)

JS

Julia Storch

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 05h13.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2022 às 16h41.

Minorias ganham seu devido espaço neste ano. Aberturas como o Museu das Culturas Indígenas e o Museu das Favelas já têm datas e locais definidos. Além disso, a cidade de São Paulo terá mais duas inaugurações, a da Pina Contemporânea, próxima à Pinacoteca da Luz, e a reabertura do Museu do Ipiranga após nove anos fechado para reformas.

Pina Contemporânea

Até 1 milhão de visitantes por ano. Essa é a meta da Pinacoteca Contemporânea, espaço de exposições da Pinacoteca do Estado com previsão de inauguração para novembro deste ano. Com a adição do espaço cultural, a Pinacoteca de São Paulo, que também conta com a Pinacoteca Estação, se tornará, em área e capacidade de público, um dos maiores museus de arte da América Latina. Um jardim com 100 metros de extensão dividirá o prédio principal da Pina Contemporânea, que terá duas galerias para exposições, um centro para atividades socioeducativas, biblioteca, café e restaurante. Novidades também chegam ao prédio principal, que receberá uma galeria dedicada à exibição de vídeos.

Museu do Ipiranga

Com 450.000 itens no acervo, foram selecionadas 3.000 peças para exposição no Novo Museu do Ipiranga. Divididos em 49 salas, pinturas, esculturas, moedas, documentos textuais, fotografias, objetos em tecido e em madeira serão apresentados em duas exposições com abertura programada para o bicentenário da Independência, em setembro.

Museu das Culturas Indígenas

Com inauguração prevista para março, o primeiro museu feito e conduzido por indígenas no estado de São Paulo, o Museu das Culturas Indígenas, será uma vitrine da força criativa das comunidades. A exposição inaugural fará uma homenagem ao artista e ativista Jaider Esbell (1979-2021). “São museus que invertem a perspectiva com que as comunidades vêm sendo tratadas em nosso país. Onde a sociedade enxerga carência, nós enxergamos potência”, disse o secretário de Cultura e Economia Criativa Sérgio Sá Leitão. O museu será instalado no Complexo Baby Barioni, ao lado do Parque da Água Branca.

Museu das Favelas

Articular, preservar e comunicar as potências das favelas paulistas e brasileiras. Essa é a missão do Museu das Favelas, que tem previsão de abertura em junho deste ano. Em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), o museu ocupará o Palácio dos Campos Elíseos, em São Paulo, com mais de 8.000 metros quadrados dedicados à exposição multimídia interativa, exposições temporárias, biblioteca digital, auditório, um centro de empreendedorismo com coworking, além de café e loja.


LIVRO

(Divulgação/Divulgação)

O GUARDA-ROUPA MODERNISTA — O CASAL TARSILA E OSWALD E A MODA

Carolina Casarin | Companhia das Letras | 109,90 reais | Lançamento 28 de janeiro

Um dos casais mais icônicos da arte e da literatura do século passado, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade também eram um par icônico na moda. Na obra O Guarda-roupa Modernista, a professora e pesquisadora Carolina Casarin mostra como o casal modernista Tarsiwald, apelido dado por Mário de Andrade, se apropriou da moda para deixar sua marca na história nacional


FESTIVAL

(Divulgação/Divulgação)

SONS DA PRIMAVERA 

Há 21 anos, Barcelona para por três dias. Com apresentações de rock e pop, o Festival Primavera Sound se tornou um dos eventos mais importantes do cenário da música independente. Agora o festival desembarca em São Paulo, e com sete dias de duração. De 31 de outubro a 6 de novembro, bandas nacionais e internacionais se apresentarão nos 400.000 metros quadrados do Distrito Anhembi.


CULTURA

(Divulgação/Divulgação)

PARA RELEMBRAR O MODERNISMO

A Semana de 1922 será tema de exposições, literatura, apresentações de dança e teatro

Há 100 anos o país vivia um momento conturbado nas esferas política, social, econômica e cultural. Em comemoração a um século da Semana de Arte Moderna, São Paulo recebe mais de 100 apresentações com o tema. Entre elas estão as exposições Arqueologia Amorosa de São Paulo, no Museu Afro Brasil, em cartaz até julho, e a mostra Portinari para Todos no MIS Experience, a partir de fevereiro.

O Memorial da América Latina recebe a ocupação A Semana que Durou um Século, com shows,­ apresentação de teatro, exposição imersiva e gastronomia, até março. Um ano após a reinauguração, o Museu da Língua Portuguesa exibirá a festa literária Língua SP, com apresentações literárias, gastronômicas, tecnológicas e musicais.

Em homenagem ao Poema de Sete Faces, de Carlos ­Drummond de Andrade, os versos “mundo mundo vasto mundo/mais vasto é meu coração” batizam a temporada deste ano da Osesp, Vasto Mundo. Com foco nas obras modernistas, as mais de 109 apresentações, entre concertos e recitais, percorrem do barroco ao contemporâneo.

Sob a regência de Marin Alsop, a Orquestra do Estado de São Paulo também apresentará obras de Villa-Lobos em Nova York, no Carnegie Hall, no dia 14 de outubro. A programação completa está em cultura.sp.gov.br/semana22/programacao e osesp.art.br.  

Acompanhe tudo sobre:CulturaFavelasIndígenasMuseussao-paulo

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda