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Prêmio EXAME Gestão de Pessoas 2024: na Alfa Engenharia, até o turnover é bem-visto

A companhia onde a rotatividade não é necessariamente um problema — e que premia quem tem tempo de casa

Arquimedes Amorim, diretor de RH da Alfa Engenharia: “O turnover é algo bom para nós, porque é um reflexo positivo da execução de projetos e do crescimento contínuo da companhia" (Alfa Engenharia/Divulgação)

Arquimedes Amorim, diretor de RH da Alfa Engenharia: “O turnover é algo bom para nós, porque é um reflexo positivo da execução de projetos e do crescimento contínuo da companhia" (Alfa Engenharia/Divulgação)

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.

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Quase um palavrão para a grande maioria dos RHs, a rotatividade de funcionários é algo bem-visto na mineira Alfa Engenharia, desenvolvedora de projetos para siderúrgicas e empresas de mineração. Nos últimos dez anos, a receita da empresa cresceu 20 vezes após a fusão com uma concorrente e os ventos a favor nos setores de atuação. O faturamento, que foi de 392 milhões de reais em 2023, deve superar os 600 milhões de reais em 2024. “Estamos concorrendo em licitações de grandes obraspor todo o Brasil”, diz Arquimedes Amorim, diretor de RH. “O turnover, portanto, é algo bom para nós, porque é um reflexo positivo da execução de projetos e do crescimento contínuo da companhia.”

Hoje a Alfa tem mais de 3.000 funcionários. A expectativa é admitir mais gente para dar conta dos novos contratos. Para empregar pessoas com a mesma ambição da companhia, a Alfa investiu em tecnologia para o processo de recrutamento. De 2021 para cá, a empresa colocou 2,6 milhões de reais numa plataforma online dotada de inteligência artificial (IA) para, entre outras coisas, automatizar o processo de recrutamento e seleção. “A IA ajuda na admissão dos profissionais que vão integrar os novos contratos, além de identificar os melhores talentos de acordo com critérios que vão além das qualificações básicas”, explica Amorim.

Como funciona o Manual de Boas Práticas

Em fevereiro deste ano, a companhia criou o Manual de Boas Práticas para registrar os procedimentos de recrutamento até o desligamento de funcionários. O documento também detalha o funcionamento dos programas de remuneração e carreira na empresa. “Chegamos à conclusão de que precisávamos colocar tudo no papel, porque antes o conhecimento ficava na cabeça das pessoas”, diz Amorim. “Quando alguém saía, levava junto essas informações valiosas.” Entre os processos formalizados está o Programa Alfa de Remuneração e Carreira, no qual o empregado vê as etapas a serem cumpridas para crescer na organização. “Um assistente consegue saber o que precisa fazer para se tornar um analista e, depois, um supervisor. Isso dá mais clareza e transparência”, diz o diretor de RH.

Para além de colocar as etapas no papel, a Alfa criou um programa de bonificações para quem completa anos de casa com bom desempenho. O programa de reconhecimento inclui brindes e dias de folga. Após um ano de empresa, o funcionário ganha um dia de folga e um brinde com a logomarca. Aos três anos de casa, o funcionário recebe um jantar com acompanhante e outro brinde. Aos cinco anos, um jantar com a família toda, entre outros benefícios que crescem com o tempo de serviço, como viagens e medalhas de prata e ouro para marcos de 15 e 25 anos de trabalho.

Para aqueles funcionários cujo desempenho superou as expectativas da diretoria e do superior imediato, a companhia criou um prêmio por desempenho. “Trata-se de uma bolsa para curso superior, pós-graduação, MBA ou uma especialização”, diz. Só no ano passado, a Alfa investiu mais de 2 milhões de reais em formações sobre temas como segurança do trabalho e cursos de liderança. “Todos os níveis hierárquicos participam de treinamentos regulares, o que garante a qualificação e o crescimento contínuo de nossa equipe”, afirma Amorim.

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