Revista Exame

O que a COP, Tramontina e os investimentos em startups têm em comum

Agilidade e olho no futuro seguirão fundamentais para empresas e países

COP26, em Glasgow: os desafios globais trazem oportunidades para pequenas e grandes empresas. (Christoph Soeder/Getty Images)

COP26, em Glasgow: os desafios globais trazem oportunidades para pequenas e grandes empresas. (Christoph Soeder/Getty Images)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 05h58.

Na pequena cidade de Carlos Barbosa, incrustada na serra gaúcha, há um gigante de 10 bilhões de reais. A centenária Tramontina, líder em itens como panelas e talheres, aproveitou a pandemia como poucas empresas, cresceu 50% e virou exemplo de um Brasil que acontece para além das crises cotidianas na política e na economia. Outro punhado de bons exemplos nasce semana sim outra também nas grandes cidades brasileiras, onde uma leva inédita de startups está transformando o mercado local. Elas atacam problemas bem brasileiros, como a desbancarização, ou oferecem soluções para desafios globais, como a digitalização de startups.

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O certo é que, tal qual a Tramontina, vivem um período de euforia único, com cheques de centenas de milhões de dólares batendo à porta. Os donos da caneta são os fundos de venture capital que viram no Brasil um cenário perfeito para turbinar seus investimentos. Na serra gaúcha ou na Faria Lima, essas histórias mostram o enorme potencial do Brasil neste fim de 2021 e dão o tom desta edição de novembro da ­EXAME. “A América Latina vai ser uma região sem desigualdade? Talvez não, mas tenho certeza de que a tecnologia vai ajudar a nivelar por cima os serviços financeiros, o acesso à educação e à saúde”, disse à reportagem o investidor Hernan Kazah, versado há 20 anos nos problemas e nas oportunidades da região.

Nesse contexto, um pouco de planejamento ajuda. Pelo oitavo ano consecutivo publicamos um estudo sobre as melhores cidades para fazer negócios no país, em parceria com a consultoria Urban Systems. Neste ano, o estudo mostrou, para além dos critérios tradicionais de análise, como as cidades mais organizadas na vacinação contra a covid-19 são também aquelas que se destacam em outras categorias, como imóveis, saúde e educação. Não há muito segredo: as cidades que miram o futuro são também aquelas com o senso de urgência necessário para não perder tempo com algo tão importante quanto a imunização.

De Glasgow, na Escócia, trazemos outra faceta dessa importância de mesclar urgência com visão de longo prazo. Para garantir a sobrevivência da espécie humana, os negociadores internacionais chegaram a bons termos para a criação do mercado global de carbono. Como mostra nossa reportagem, é uma decisão que abre uma enorme leva de oportunidades para grandes e pequenas empresas. A próxima COP, no Egito, deverá aprofundar o debate sobre a justiça climática. Do Egito à serra gaúcha, uma coisa é certa: agilidade e olho no futuro seguirão fundamentais — para empresas e países.  


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