Revista Exame

Com investimento de R$ 5,3 bi em infraestrutura, Aegea quer que água tratada não seja privilégio

Atuando em todo o ciclo da água em 760 cidades de todo o país, companhia de saneamento quer expandir rede de atendimento

Adriana Albanese, diretora de RI e sustentabilidade da Aegea: “Promover a saúde e a inclusão sanitária faz parte do nosso compromisso’ (Aegea/Divulgação)

Adriana Albanese, diretora de RI e sustentabilidade da Aegea: “Promover a saúde e a inclusão sanitária faz parte do nosso compromisso’ (Aegea/Divulgação)

Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.

O saneamento básico no Brasil deixou de ser apenas uma questão de infraestrutura para se tornar um dos principais catalisadores de transformação social do país. Conforme informações do BNDES, cada real investido no setor gera retorno de cinco a 28 vezes para a economia, criando um círculo virtuoso que impacta desde a mortalidade infantil até a produtividade nacional.

O Sistema Único de Saúde (SUS) revelou que o país registrou em 2024 mais de 344.000 internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, mostrando que os 90 milhões de brasileiros que ainda não têm acesso à coleta de esgoto e os 32 milhões sem água potável enfrentam consequências que vão muito além da falta de infraestrutura.

Fundada em 2010 com operações em apenas seis municípios, a Aegea hoje atua em todo o ciclo da água em 760 cidades distribuídas por todas as regiões e biomas do país, consolidando-se como a maior empresa privada de saneamento do Brasil, atendendo cerca de 33 milhões de brasileiros. “Fazem parte do nosso comprometimento com a qualidade dos serviços que prestamos a promoção de saúde e a inclusão sanitária, além da preservação e recuperação do meio ambiente”, diz Adriana Albanese, diretora de RI e sustentabilidade da companhia.

Em 2024, a empresa aportou 10,4 bilhões de reais na expansão de sua rede de atendimento. Do montante, 5,3 bilhões de reais foram direcionados especificamente para infraestrutura, ampliando a oferta do serviço a cerca de 400.000 unidades consumidoras e beneficiando aproximadamente 1,2 milhão de pessoas.

Por trás dos bilhões investidos estão transformações concretas na vida das pessoas. Segundo Albanese, entre os benefícios diretos da inclusão sanitária estão aumento de renda, redução da mortalidade por doenças de veiculação hídrica, queda nas internações e melhora significativa no rendimento escolar e no trabalho.

A Aegea também investe continuamente em inovação para levar saneamento a áreas de infraestrutura mais desafiadoras, como favelas, becos e palafitas. Adicionalmente, possibilita tarifas mais acessíveis e intervenções customizadas para cada realidade. No último ano, mais de 2 milhões de pessoas foram beneficiadas pelas Tarifa Social e Tarifa 10, assegurando que água tratada não seja privilégio, mas um direito fundamental. Na frente ambiental, cada gota poupada pelos sistemas de monitoramento da companhia contribui para um futuro mais sustentável dos mananciais brasileiros.

Atualmente, 98% de suas operações usam energia renovável, sem perder de vista as metas de redução de consumo pactuadas em emissão de bonds no mercado internacional. Todos esses aspectos fizeram da Aegea um destaque no segmento e símbolo de compromisso concreto com a sustentabilidade.

DESTAQUES DO SETOR

Sabesp

Responsável pelo abastecimento e tratamento de água em 375 municípios paulistas, a Sabesp estrutura estratégia ESG com quatro pilares fundamentais: universalização do saneamento, gestão eficiente de recursos naturais, resiliência hídrica e relação com públicos estratégicos. Com o compromisso de investir mais de 70 bilhões de reais nos próximos cinco anos, protege ativamente 49.000 hectares de Mata Atlântica e implementa soluções baseadas na natureza para a redução das emissões.

Ao antecipar em quatro anos o Marco Legal federal e priorizar comunidades vulneráveis, a companhia se comprometeu com a ampliação do acesso à água limpa até 2029. Atualmente, é a única empresa latino-americana a possuir assento no Conselho Mundial da Água, que organiza o Fórum Mundial da Água, promovendo importantes discussões em nível internacional sobre a gestão, o uso e o aproveitamento dos recursos hídricos.

Orizon

Sustentabilidade como essência do negócio para impulsionar a economia circular e o desenvolvimento social é o mote da estratégia da Orizon, que opera aterros sanitários. Em 2024, a empresa produziu mais de 380.000 MWh de energia renovável, recuperou 11.500 toneladas de resíduos e evitou a emissão de 4,8 milhões de toneladas de carbono equivalente.

Por meio do Instituto Orizon Social, beneficiou mais de 50.000 pessoas em 58 municípios. Atualmente, processa 11% dos resíduos destinados a aterros no Brasil por meio de 17 Ecoparques em 12 estados, dos quais sete geram créditos de carbono. Em maio deste ano, a companhia fechou acordo com o Google para a entrega de 750.000 créditos entre 2027 e 2029. A parceria viabiliza a transformação de mais um aterro, agora em Cuiabá, em Mato Grosso, em um novo Ecoparque.

Acompanhe tudo sobre:1276Melhores do ESGSaneamento

Mais de Revista Exame

Estagnado há 4 décadas, Japão vê novo obstáculo com tarifas de Trump

Um bilhão para casar: o mundo do bilionário casamento indiano

Einstein reduz 60% das emissões com energia eólica e engaja 3 mil fornecedores em ESG

Avião e feijão: Brasil e Índia podem aumentar parcerias em defesa e no agro, diz embaixador