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A renda fixa voltou. Mas para investimento no exterior

Você não leu errado. Depois de descobrir ações e ETFs, o investidor brasileiro começa a acessar títulos corporativos emitidos no exterior

O investimento em dólares se torna mais acessado por investidores brasileiros na forma de títulos de empresas emitidos no exterior (Rick Wilking/Reuters)

O investimento em dólares se torna mais acessado por investidores brasileiros na forma de títulos de empresas emitidos no exterior (Rick Wilking/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 05h53.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 14h15.

A evolução do investidor brasileiro é notável. Incentivado por juros em queda, saiu da renda fixa, passou por fundos e conheceu a bolsa. Mais recentemente, passou a olhar para a diversificação no exterior, em ações e ETFs (os fundos de índice). O próximo passo pode ser a renda fixa no exterior.

O que parece paradoxal — afinal, o brasileiro não quis fugir justamente dessa classe de ativos no país? — tem fundamento. “Há mais previsibilidade do que títulos de renda fixa brasileiros. É uma estratégia conservadora, para minimizar o risco político e econômico do Brasil”, diz William Eid, coordenador do Centro de Finanças da FGV.

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Eid aponta que uma estratégia recorrente de investidores é buscar títulos de alto rendimento (high yield) que rendem em torno de 6% ao ano, de empresas com boa classificação de crédito (B- e BB+), emitidos em mercados reconhecidos e com vencimento em até seis anos. “É possível obter uma rentabilidade de 5% e, com esse prazo, minimizar o risco de default [calote] das empresas.”

Se faz sentido do lado da estratégia, a diversificação da carteira com a renda fixa no exterior se torna realidade pelo lado da oferta. A corretora Avenue, pioneira em dar acesso a pequenos investidores a ações e ETFs, passará a oferecer, em fevereiro de 2021, títulos corporativos de grandes empresas americanas e brasileiras que emitem dívida lá fora.

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Não faltam opções (veja exemplos no quadro). O mercado de renda fixa global soma 8,1 trilhões de dólares. Geralmente, os títulos pagam cupons duas vezes por ano, que podem ser reinvestidos. O caminho é natural. Afinal, o conselho que vale para quem aplica aqui no país também vale lá fora, segundo Alan Gahni, analista de renda fixa da EXAME Research: montar uma carteira diversificada é uma forma de diminuir o risco. “Nos títulos corporativos há muitas oportunidades. E, diferentemente de fundos, que têm marcação a mercado, a renda é garantida caso seja levada até o vencimento.”

(Arte/Exame)

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