Lídia Abdalla, presidente-executiva do Grupo Sabin: "É de suma importância o foco no desenvolvimento equilibrado tanto de competências técnicas (hard skills) quanto de habilidades interpessoais (soft skills)" (Leandro Fonseca/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 21h59.
O que é essencial para uma escola de negócios em 2025? É o que perguntamos aos CEOs das empresas vencedoras da 52a edição do Prêmio EXAME Melhores e Maiores. O resultado são visões muito conectadas à proposta de valor da Escola de Negócios Saint Paul.
Em um cenário de constantes mudanças tecnológicas e desafios no mercado de trabalho, a adaptabilidade, o desenvolvimento de soft skills e o alinhamento com as necessidades do mundo corporativo se destacam.
Para os líderes empresariais, o foco na educação executiva deve contemplar tanto hard skills quanto soft skills, preparando profissionais capazes de gerenciar diferentes gerações e lidar com a transformação digital. A tecnologia, em especial a inteligência artificial, também surge como um tema crucial — desde que aplicada à prática. Veja o que eles disseram à EXAME.
Daniel Randon, presidente da Randoncorp: "As lideranças precisam educar suas equipes para a constante preparação e atualização em relação às novas tecnologias" (Leandro Fonseca/Exame)
“Antigamente, o planejamento era de longo prazo, mas o mundo atual exige agilidade. As lideranças precisam educar suas equipes para a constante preparação e atualização em relação às novas tecnologias, especialmente na transformação digital. Um líder pode ser excelente, mas, se não compreender as mudanças e as ferramentas digitais, não conseguirá utilizá-las a seu favor.”
Daniel Randon, presidente da Randoncorp
“O tipo de pessoa que buscamos tem um forte senso de curiosidade e sede por conhecimento, buscando sempre evoluir. São proativos, têm a mente aberta, estão atentos à tecnologia e demonstram muita persistência. Acreditamos que a comunicação é fundamental. Acredito que todos devem ter o mesmo espírito: o desejo de aprender, ajudar e ser ajudado, com ambição tanto individual quanto coletiva, valorizando o grupo.”
Nelson Queiroz Tanure, presidente do conselho da Prio
Christian Gebara, CEO da Vivo: "Considero essencial uma educação voltada para a inovação e para a adaptabilidade, que estimule a criatividade e a empatia, com muita disciplina" (Leandro Fonseca/Exame)
“Considero essencial uma educação voltada para a inovação e para a adaptabilidade, que estimule a criatividade e a empatia, com muita disciplina, pois essas características serão cada vez mais demandadas pelas empresas nos próximos anos. A criatividade está intimamente ligada à curiosidade. A empatia também é uma competência estratégica para profissionais diante dos desafios do futuro. Ela vai além do conhecimento técnico e fortalece a capacidade de se guiar num mundo volátil, onde a confiança e as conexões humanas são fundamentais.”
Christian Gebara, CEO da Vivo
“O conhecimento hoje é uma coisa muito acessível, muito fácil de difundir. Assim, as características pessoais e comportamentais das pessoas passam a ter um papel muito mais importante na geração de riqueza dos negócios. E as duas características mais importantes são a capacidade de trabalhar em equipe e a de adaptação.”
Antonio Carlos Duarte Sepúlveda, CEO da Santos Brasil
“É de suma importância o foco no desenvolvimento equilibrado tanto de competências técnicas (hard skills) quanto de habilidades interpessoais (soft skills). É crucial que a educação executiva fortaleça habilidades negociais, financeiras e técnicas. Contudo, para o líder, especialmente em cargos de C-level, é igualmente vital desenvolver a capacidade de análise crítica, a leitura do ambiente e as habilidades relacionais.”
Lídia Abdalla, presidente-executiva do Grupo Sabin
Carlos Augusto Piani, CEO da Sabesp: "Eu mergulharia em todas essas inovações que estão sendo desenvolvidas, como inteligência artificial e tudo mais, porque isso vai mudar muito tudo o que é feito" (Leandro Fonseca/Exame)
“Eu mergulharia em todas essas inovações que estão sendo desenvolvidas, como inteligência artificial e tudo mais, porque isso vai mudar muito tudo o que é feito, até mesmo na área de tecnologia. O segundo ponto é tentar ter experiências diferentes, que possam agregar tanto na formação quanto ao longo do tempo da carreira. Com isso, vai ser difícil uma máquina te substituir.”
Carlos Augusto Piani, CEO da Sabesp
“Talvez a visão mais relevante seja a de transformação tecnológica em prol do negócio. As empresas têm muitas iniciativas de tecnologia, mas poucas que de fato geram valor para o negócio. Costumo dizer que os profissionais de tecnologia que entendem muito de negócio serão extremamente aptos a se sentarem em cadeiras de CEO. E a pessoa de negócios que se dedicar a entender profundamente de tecnologia, também.”
Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS
“As universidades precisam estar cada vez mais conectadas às mudanças do mercado e às novas demandas de profissionais, especialmente nas áreas de agronegócio e tecnologia. É fundamental que as instituições de ensino preparem os profissionais para os avanços tecnológicos, como a inteligência artificial, e para as mudanças nas demandas do mercado de trabalho.”
João Marcelo Dumoncel, CEO da 3tentos
ENSINO NA PRÁTICA
“O maior desafio que enxergo é alinhar o que se faz nas escolas à vida real. É sobre tentar conectar cada vez mais a sala de aula com o mundo real. É pensar como conectar o dia a dia das empresas e os desafios que todo mundo tem com a sala de aula, para ser cada vez menos teórico e cada vez mais prático.”
Icaro Borrello, CEO da Vivara