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Exportando, a Fras-le driblou a crise econômica brasileira

A Fras-le, que obtém mais da metade de sua receita com exportações, é a melhor indústria automotiva no levantamento Melhores e Maiores, de EXAME

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h47.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 05h47.

Em junho deste ano, pouco mais de três meses depois de assumir a presidência da fabricante de autopeças Fras-le, o carioca Sergio Carvalho já contabilizava pelo menos duas viagens aos Estados Unidos e uma à Índia, ao País de Gales, à Itália e à China. As andanças de Carvalho ao redor do mundo ajudam a ilustrar o modelo de negócios cada vez mais globalizado da Fras-le, fabricante de materiais de fricção, principalmente lonas e pastilhas de freio para veículos comerciais e de passeio.

Com sede em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, a Fras-le faz parte do conglomerado Randon e tem também fábricas em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, nos Estados Unidos e na China. Em 2016, as exportações e a produção fora do país responderam por 55% de sua receita, que alcançou 182 milhões de dólares, valor 1,6% inferior ao de 2015. Impulsionado pelos mercados das Américas e da Europa, o desempenho no exterior ajudou a Fras-le a se destacar em mais um ano ruim para a indústria automobilística no país. Em 2016, a produção de veículos caiu 11% em relação ao ano anterior. “A Fras-le tem uma estrutura de negócios que a torna menos sensível às variações de mercado”, diz Carvalho. “Mesmo que a produção das montadoras tenha caído bastante no último ano, atuamos fortemente no mercado de reposição e nas exportações.”

Sergio Carvalho, presidente da Fras-le: ainda neste ano, ampliação de 20% na capacidade de produção da empresa na China (foto: Marcelo Curia)

Uma das metas da Fras-le é ampliar  sua presença no mercado externo. “Existem continentes que ainda não atendemos e nos quais vemos grandes possibilidades, tanto no mercado de montadoras quanto na reposição”, diz Carvalho. Até 2018, a Fras-le quer expandir a presença na América do Sul de forma orgânica e por meio de aquisições, além de reforçar a atuação na Ásia. Ainda neste ano a empresa deverá concluir também a modernização de sua fábrica na China, aumentando em 20% a capacidade de produção nesse país. “A operação vai abastecer o mercado chinês e permitir a exportação para a Europa”, afirma Carvalho.

Além da diversificação geográfica, a Fras-le conta com um amplo portfólio de produtos — são 12 000 itens em freios —, possibilitando moldar a produção de acordo com a demanda do mercado. No último ano, com a queda das vendas para as montadoras, 88% do volume produzido foi destinado ao mercado de reposição de autopeças. Na linha de veículos pesados, como ônibus e caminhões, a Fras-le mantém atuação forte nas duas frentes do mercado. Já na linha de veículos leves, boa parte da produção ainda se concentra no mercado de reposição de peças.

Para ampliar o fornecimento às montadoras de automóveis e picapes, a Fras-le anunciou, no final de 2016, a aquisição do controle de uma concorrente: a fábrica de sistemas de freios Federal-Mogul, localizada em Sorocaba, no interior paulista. O negócio ainda está em processo de análise no Cade, órgão de defesa da concorrência. Se aprovada, a operação vai aumentar o mercado da Fras-le na área de pastilhas de freio. “Com a Mogul, vamos alcançar uma posição melhor no fornecimento para as montadoras de carros”, afirma Carvalho.

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