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Adeus, senha: a In Loco aposta na identidade digital contra fraudes online

Startup se instala no Vale do Silício para vender uma solução antifraude em meios de pagamento

André Ferraz, da Incognia: identidade digital baseada na localização (Leo Caldas/Exame)

André Ferraz, da Incognia: identidade digital baseada na localização (Leo Caldas/Exame)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 4 de junho de 2020 às 05h33.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 12h43.

De cada dez transações realizadas por dispositivos móveis em 2019, nove foram bloqueadas como tentativas de fraude, segundo um levantamento da empresa de tecnologia Upstream em 20 países. Para oferecer mais segurança ao mercado de pagamentos, que movimenta trilhões de dólares por ano globalmente, a startup brasileira Incognia criou uma solução que diz ser única no mundo: a biometria comportamental por localização.

Trata-se de um conjunto de códigos de programação, ou API, que é baixado quando uma pessoa instala um aplicativo no telefone celular e permite rastrear sua localização. Com isso, se o cliente de um banco mora em São Paulo e faz uma transferência de valores no interior de Goiás, por exemplo, a instituição pode realizar uma checagem adicional antes de autorizar a operação.

Segundo André Ferraz, fundador e presidente da Incognia, a tecnologia de localização permite criar uma identidade digital para cada pessoa com base em seu comportamento físico. “Para eu conseguir roubar sua identidade digital, eu teria de ir aos mesmos lugares e no mesmo momento que você, entrando em seu escritório ou em sua casa”, diz Ferraz. Ele acredita que, com o tempo, essa identidade digital possa substituir completamente o uso de senhas. “Um sistema baseado somente em senhas é muito frágil.”

A Incognia é uma empresa derivada da In Loco, startup criada por um grupo de alunos de ciência da computação da Universidade Federal de Pernambuco em 2010. A empresa começou oferecendo uma solução de geolocalização para empresas do varejo — pessoas que passam em frente a uma loja recebem no celular ofertas do local sem precisar fornecer seus dados pessoais.

Em novembro de 2019, a startup abriu um escritório em Palo Alto, no Vale do Silício, com o nome de Incognia, como parte de seu plano de se tornar uma empresa global. “Neste ano, queremos fincar nossa bandeira nos Estados Unidos”, diz Ferraz. Em 2021, a meta é faturar 10 milhões de dólares com a venda­ da solução para o setor financeiro no mercado americano.

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