Revista Exame

A Revolução dos aplicativos está só no começo

Para a presidente do Google para as Américas, o uso dos smartphones ficará cada vez mais fácil com o avanço das tecnologias de reconhecimento de voz

Margo Geordiadis: Os celulares serão a via primária entre empresas e consumidores (Germano Luders/Exame)

Margo Geordiadis: Os celulares serão a via primária entre empresas e consumidores (Germano Luders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 05h56.

São Paulo - Toda a atenção da americana Margo Georgiadis está voltada para a telinha dos celulares. Presidente do Google para as Américas, que envolve as operações dos Estados Unidos, do Canadá e da América Latina, Margo diz que a experiência de consumir será guiada pelos smartphones. “Quanto mais as pessoas usam a internet nos dispositivos móveis, mais tempo estarão conectadas”, disse a EXAME em uma visita a São Paulo.

Exame - Como a tecnologia está mudando a forma como as pessoas consomem?

Margo Geordiadis - A tecnologia está permitindo repensar boa parte de nossa vida, não apenas o consumo. Os eletrodomésticos que temos em casa, os carros, tudo está sendo conectado à internet. O objetivo disso é um só: facilitar a vida das pessoas. Alguns exemplos já podem ser sentidos. Os aplicativos para pedir um táxi são um sucesso no Brasil, e a razão é muito simples: eles tornam a tarefa de encontrar um carro muito mais fácil.

Exame - No Brasil, muitos consumidores pesquisam na internet, mas preferem comprar em lojas. Isso é um problema para a expansão do e-commerce?

Margo Geordiadis - Mais de 90% do varejo mundial ainda é físico. Isso porque as pessoas gostam de ver o produto antes de comprá-lo. A diferença agora é que o consumidor, quando chega à loja, já pesquisou tudo antes na internet

Exame - O uso de aplicativos tem se popularizado. Como isso afeta o consumo online? 

Margo Geordiadis - Ainda há muitas coisas a ser melhoradas nessa área. Para usar um aplicativo, seja ele de uma loja online ou não, é preciso pegar o celular, destravá-lo, procurar o aplicativo, abri-lo e colocar a senha. Essa sequência é uma barreira. Precisamos ter mais eficiência nesse processo. 

Exame - E quais serão as alternativas para isso? 

Margo Geordiadis - Será pegar o telefone, falar qual informação é necessária e receber uma resposta assertiva. É por isso que várias empresas têm investido em tecnologias de reconhecimento de voz. No futuro, os aplicativos vão se interligar totalmente.

Exame - A senhora poderia dar um exemplo de como será essa interligação de aplicativos?

Margo Geordiadis - Imagine uma pessoa que fez uma reserva num restaurante para encontrar um amigo. No caminho, depara com um tráfego intenso, vê que vai se atrasar e perder a reserva. Em vez de digitar o telefone do restaurante para desmarcar a reserva e o do amigo para avisar que os planos mudaram, o usuário vai resolver tudo com um único comando de voz.

Exame - Hoje, as empresas tradicionais estão conseguindo se comunicar de forma eficiente com seus clientes no mundo online?

Margo Geordiadis - A maioria não. Os celulares serão a via primária de interação das empresas com os consumidores. As empresas mais bem-sucedidas são aquelas que já entenderam a transição do computador para o celular. 

Exame - A economia brasileira está em queda. Isso afeta os negócios do Google no Brasil? 

Margo Geordiadis - O Brasil enfrenta um momento de correção, mas vejo grandes perspectivas para a classe média em expansão. Apesar do ambiente desafiador, há algumas boas notícias. Nos últimos 24 meses, por exemplo, houve um grande aumento de vendas de smartphones por aqui. 

Acompanhe tudo sobre:BrowsersEdição 1092EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleIndústria eletroeletrônicaInternet ExplorerMicrosoftSmartphonesTecnologia da informação

Mais de Revista Exame

Aprenda a receber convidados com muito estilo

"Conseguimos equilibrar sustentabilidade e preço", diz CEO da Riachuelo

Direto do forno: as novidades na cena gastronômica

A festa antes da festa: escolha os looks certos para o Réveillon