Consumidores em Nova York: apesar da crise do coronavírus, o consumo das famílias americanas continuava aquecido em janeiro | David Dee Delgado/Getty Images / (David Dee Delgado/Getty Images)
Filipe Serrano
Publicado em 12 de março de 2020 às 05h00.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 15h38.
As famílias americanas vêm de ótimos anos. Com uma taxa de desemprego baixíssima, que hoje está em apenas 3,5% da população ativa, e com uma forte criação de vagas de trabalho no país, os americanos têm visto seu rendimento crescer constantemente nos últimos anos. E o ano de 2020 não começou diferente.
Em janeiro, a renda das famílias subiu 0,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados divulgados recentemente pelo Departamento de Comércio americano. É o maior ritmo de crescimento dos últimos 11 meses e uma notícia alentadora para a economia global em meio a tanta preocupação com os efeitos da pandemia do coronavírus Covid-19.
O aumento dos rendimento das famílias é importante porque sinaliza que os americanos tendem a continuar consumindo num ritmo significativo, o que pode ajudar a minimizar os prejuízos econômicos causados pela crise sanitária global e pela paralisação de parte da indústria mundial. Também em janeiro, os gastos com consumo das famílias subiu 0,2%, o que é sinal de solidez da economia americana.
A última vez que os Estados Unidos registraram uma queda considerável no consumo foi em dezembro de 2018, em meio à guerra comercial com a China, quando houve uma retração de 0,8%. Agora, os próximos meses vão mostrar se o apetite dos consumidores americanos continuará elevado ou se será prejudicado pelo medo do coronavírus.
A VISÃO DO INVESTIDOR ESPANHOL PIOROU
Um estudo produzido pela IE Business School, escola de negócios com sede em Madri, mostra que a avaliação dos empresários e investidores espanhóis sobre a economia dos países da América Latina piorou no último ano. Entre as nove principais economias da região, somente o Brasil conseguiu melhorar a nota na pesquisa.
A Colômbia, entretanto, continua sendo o país mais bem avaliado. Com bastante presença nos setores de telecomunicações, energia e bancário, as empresas espanholas estão entre as que mais investem na América Latina. A avaliação delas sobre a região, portanto, tem muito impacto na entrada de novos investimentos diretos.
935 MILHÕES TÊM FORMAÇÃO INADEQUADA
Uma das distorções enfrentadas no mercado de trabalho mundial é a falta de compatibilidade entre a formação dos trabalhadores e o nível de educação exigido em seus empregos. Um levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho estima que 935 milhões de trabalhadores no mundo estejam hoje atuando em ocupações incompatíveis com sua formação.
Nos países em desenvolvimento, o maior problema é a falta de qualificação. Isso faz com que os trabalhadores sejam contratados pelas empresas para exercer funções que estão acima de seu nível educacional. Já nos países ricos há profissionais muito bem formados que estão em ocupações de menor qualificação.
O levantamento foi feito com base nos dados de 114 países. Em 46% deles, mais da metade dos trabalhadores não tem uma educação adequada ao trabalho que exerce.