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Visão global — Uma nova onda de "tigres" asiáticos vem aí

A próxima década deverá ser marcada pela ascensão acelerada de países asiáticos como a Índia, as Filipinas e a Indonésia

Pessoas em frente à Bolsa de Valores de Mumbai, na Índia: os ganhos de produtividade sustentam o ritmo intenso de crescimento econômico | Imtiyaz Shaikh/Anadolu Agency/Getty Images /

Pessoas em frente à Bolsa de Valores de Mumbai, na Índia: os ganhos de produtividade sustentam o ritmo intenso de crescimento econômico | Imtiyaz Shaikh/Anadolu Agency/Getty Images /

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Filipe Serrano

Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 05h12.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2019 às 05h13.

Se nos últimos 20 anos a economia mundial foi muito influenciada pelo rápido crescimento da China, a próxima década deverá ser marcada pela ascensão acelerada de outros países asiáticos, como a Índia, as Filipinas e a Indonésia. Os três países lideram um ranking elaborado pela consultoria britânica Oxford Economics com os emergentes que devem ter a maior taxa de crescimento de 2019 a 2028. A Índia aparece no topo da lista, com uma expansão econômica anual de 6,5% em média, seguida pelas Filipinas e pela Indonésia. Esses dois últimos países têm, juntos, uma população de 368 milhões de habitantes e podem se tornar um destino importante para as exportações de outras regiões.

A China, segunda maior economia do mundo, continua em evidência, é claro. Mas seu ritmo de crescimento já não é tão forte como foi no passado. Fora do Leste e do Sudeste Asiático, outros destaques são a Turquia, o Chile, a Polônia e a África do Sul. O Brasil, com expansão estimada em 2% ao ano, fica fora da lista das dez nações de maior crescimento. Segundo os autores do estudo, a principal razão do sucesso dos asiáticos é o ganho de produtividade. Com investimentos em educação, máquinas e pesquisa, esses países têm conseguido produzir cada vez mais com a mesma quantidade de recursos — um caminho que o Brasil já deveria ter seguido há muito tempo.


IRLANDA DO NORTE

PRESA NO MEIO DO BREXIT

Fronteira das duas Irlandas: a divisão tende a gerar problemas políticos e econômicos | Niall Carson/PA Images/Getty Images

Com 1,8 milhão de habitantes, a Irlanda do Norte tem uma economia muito interligada ao Reino Unido, do qual faz parte, e também à vizinha Irlanda, que é membro da União Europeia. Uma evidência disso é que quase 60% de tudo o que a Irlanda do Norte vende tem como destino o Reino Unido. Outros 14% vão para a Irlanda e 10% para o restante da União Europeia. Essa situação especial faz com que a Irlanda do Norte seja o abacaxi mais difícil de descascar nas negociações do Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia). Controlar a  fronteira com a Irlanda poderia criar problemas políticos e econômicos. Enquanto nenhuma solução é encontrada nas negociações, a tensão cresce na região.


JAPÃO

UM BAQUE NAS EXPORTAÇÕES

Porto de Nagoya, no Japão: as vendas para a China caíram | Junko Kimura/Getty Images

Uma das características da economia japonesa é a forte ligação com o comércio mundial. Suas indústrias compram e vendem muito para outros países, especialmente na Ásia. As exportações representam 16% do produto interno bruto, nível maior do que o dos Estados Unidos. Portanto, qualquer soluço nas vendas externas gera preocupação. É o que está ocorrendo agora. Em dezembro e janeiro, o Japão registrou queda nas exportações, algo que não acontecia desde 2016. Só em janeiro a redução foi de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. A principal causa é a retração nas vendas para a China, maior parceiro comercial.  Já as exportações para os Estados Unidos seguem em alta. Os próximos meses vão dizer se o tombo foi passageiro ou se o Japão terá de lidar com um desaquecimento mais prolongado.

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