Revista Exame

A nova onda dos ETFs. Desta vez, com variedade para os investidores

Novas regras fazem disparar a oferta de ETFs no mercado: o desafio será disseminar a cultura de índices temáticos

Painel da B3:  (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3: (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 05h08.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 14h50.

Febre no exterior, em especial no mercado americano, os ETFs (Exchange Traded Funds, em inglês) atingiram a marca de 7 trilhões de dólares em ativos no mundo em agosto. São fundos que acompanham índices, como o Ibovespa ou o S&P 500. No Brasil, ainda têm baixa representação, mas o mercado pode estar diante de um ponto de inflexão. A média do volume diário de negociação de ETFs na B3 cresceu 560% desde 2016. E um importante empurrão acaba de ser dado para popularizar essa classe de ativo.

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Com a mudança de regra que permitiu a listagem de ETFs internacionais por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts, em inglês), o número de ETFs na B3 disparou em dois meses, passando de 25 para 64. Só a BlackRock, maior gestora do mundo, trouxe 37 ETFs internacionais em forma de BDRs — e planeja mais.

“Nos mercados maduros, os ETFs ocupam espaço relevante nos portfólios. Aqui, o espaço é imenso e a mudança regulatória vai permitir uma aceleração da modalidade”, diz Carlos Takahashi, CEO da BlackRock no Brasil.

Os novos BDRs de ETFs estão limitados ao investidor qualificado, mas isso deve mudar. “A expectativa é que a liberação ocorra em breve”, diz Raphael Saleme, gerente de relacionamento com clientes da B3.

Entre os ETFs que chegaram, alguns buscam replicar índices setoriais, como o iShares US Aerospace & Defense e o iShares Nasdaq Biotechnology. Em outubro, o BTG Pactual lançou um ETF indexado ao índice S&P 500 500/B3 ESG, também de olho na segmentação.

ETFs temáticos, contudo, têm um histórico de baixa adesão no país: representam menos de 0,2% de todo o volume da classe de ativo.

Por outro lado, os dois ETFs mais negociados, que acompanham o Ibovespa — Ishares Bova e It Now Ibov Ishares Bova —, respondem por cerca de 90% do total. Mas a fatia está caindo: em 2018, era de 93,6% do volume. Neste ano até setembro, foi de 83,8%.

É um processo de diversificação que, segundo especialistas, está só começando: “A cultura de índice ainda está em construção no Brasil”, diz Renato Eid, diretor de integração ESG da Itaú Asset.

(Arte/Exame)

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