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Conheça os melhores fundos de multimercado macro em 2022

Asa Investments foi a vencedora dessa categoria do Melhores do Mercado, da EXAME; leia o depoimento dos gestores à frente dos 3 fundos premiados

Marcio Fontes, da ASA Investments: leitura de um cenário global mais inflacionário (Germano Lüders/Exame)

Marcio Fontes, da ASA Investments: leitura de um cenário global mais inflacionário (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.

Última atualização em 22 de março de 2023 às 15h44.

A ASA Investments foi a vencedora da categoria fundos multimercado macro na premiação Melhores d0 Mercado da EXAME, relativa ao ranking mais tradicional da indústria de fundos de investimento do país. A gestora foi premiada com o fundo ASA Hedge em ranking elaborado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), partindo de uma metodologia definida pela EXAME com a ajuda de especialistas em investimentos. Na segunda colocação ficou o fundo Absolute Vertex II da gestora Absolute, e na sequência o Vinland Macro Plus, da Vinland.

Veja abaixo os depoimentos em primeira pessoa dos gestores à frente dos três fundos premiados da categoria, em que eles contam as estratégias e as decisões de alocação tomadas em 2022 e 2021, além da visão para o ano de 2023:

1o: ASA Investments

“O nosso destaque no ano passado foi ter apostado na alta de juro do mercado americano. Soubemos fazer a leitura de um cenário global mais inflacionário. Começamos a olhar esse processo em 2021, quando a taxa americana ainda estava neutra e havia o maior estímulo fiscal da história do país. Mantivemos a estratégia em 2022, mas fomos encurtando a aposta e ficando mais próximos de um começo de um ciclo de aperto monetário. Com a guerra na Ucrânia, mantivemos uma posição short na bolsa da Alemanha. De maio a junho, passamos a misturar a posição de aumento de taxa de juro e queda na bolsa de valores. A bolsa é como se fosse um fluxo de caixa descontado, um bônus, só que misturado com a questão da atividade econômica. E assim estávamos: vendidos em bolsa americana. No Brasil, ainda não encontramos um fundamento claro, nem para o lado bom nem para o lado ruim. Não conseguimos ver o que vai acontecer nos próximos meses associado a um ativo. O cenário macroeconômico do Brasil está muito complexo: temos um governo mais intervencionista, uma discussão sobre a carga tributária, um nível alto de endividamento, e isso traz uma insegurança em relação à performance econômica. Olhando o mercado externo, ele também está complexo, com a maior mudança de regime de taxa de juro da história. Ainda não vivemos as consequências desse processo.”

Marcio Fontes, da ASA Investments


2o: Absolute Investimentos

“Até o final de 2021 tínhamos uma percepção diferente do cenário macro global. Fizemos uma reversão grande daquilo em que acreditávamos e preparamos o fundo, mudando as posições. O que nós víamos para 2022 basicamente era um mundo onde a inflação era um grande problema e parecia ser muito mais alta e resiliente. Além de zerar as posições compradas em bolsas globais, compramos alavancagem para que, se tivessem uma coleção maior do mercado, nossos cotistas se beneficiassem. Tomamos posição em juros, apostando em uma necessidade de alta maior do que estava precificado. Ao longo do ano, tivemos outros acertos, como entender que os juros ainda tinham mais para subir e ficando com posição vendida em títulos. Ou a opção long dollar, que adotamos mais no segundo semestre. Para este ano, a discussão global está nesta: quanto o juro precisa subir? O hiato está muito apertado, o que também vemos no mercado doméstico. Uma coisa que nos preocupa é o mercado de crédito, que é um canal de crescimento. Nossa expectativa é de que não vai ter corte de juros ainda neste ano.”

Fabiano Rios, portfolio manager da Absolute Investimentos


3o: Vinland Capital

“O tema de 2022 foi a inflação crescente no mundo inteiro, com bancos centrais subindo juros. O Brasil foi o primeiro, depois Chile, México, Colômbia, Austrália e Estados Unidos. Nós ficamos tomados na curva de juros desses países porque víamos uma assimetria de risco bem interessante. Desmontamos parte das posições entre outubro e novembro, já que a assimetria de risco mudou. O juro americano saiu de 0% para 4,5%, e o risco/retorno já não era o mesmo. Também estivemos comprados em dólar. O juro dos Estados Unidos é o porto seguro do mundo. Com a alta de juros, o dinheiro do mundo migrou para os títulos do Tesouro americano e fez o dólar subir no mundo. Em ações, ficamos muito no long & short. Como o consumo americano estava muito forte, os resultados das empresas continuaram bons. O impacto do aperto monetário ainda deve aparecer nos resultados, o que vai impactar nos preços das ações. Estamos vendidos na bolsa americana. O S&P 500 continua caro. No Brasil, estamos neutros. O pico da taxa de juro já chegou, mas ainda há o risco fiscal. Então não vemos muita oportunidade.”

André Laport, CEO e co-CIO da Vinland Capital


TOP 10 (Listados em ordem alfabética)
Absolute Vertex II
ASA Hedge
Bahia AM Maraú
Capstone Macro
Gávea Macro
Genoa Capital Radar
Ibiuna Hedge
Kapitalo K10
Legacy Capital
Vinland Macro Plus

 

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