Aula de química em escola na Califórnia: além de ensinar conteúdo acadêmico, as escolas precisam desenvolver as habilidades cognitivas dos alunos | Alamy/Fotoarena /
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 05h56.
Um dos grandes desafios atuais é como garantir que as crianças consigam prosperar num mundo em rápida transformação tecnológica quando chegarem à idade adulta. Para os especialistas, não basta que as escolas ensinem o conteúdo acadêmico tradicional — matemática, letras e ciências. É preciso estimular as habilidades cognitivas e sócio-emocionais para desenvolver o pensamento crítico, a criatividade, a resolução de problemas e a colaboração. Esse conjunto de habilidades já é cada vez mais valorizado nas empresas e será primordial ao longo do século 21. Infelizmente, os países têm avançado pouco em adaptar os sistemas públicos de ensino à nova realidade. Mesmo em países ricos, como os Estados Unidos, a previsão é que 30% dos alunos chegarão ao fim do ensino médio em 2030 sem ter desenvolvido um nível mínimo dessas habilidades. Nos emergentes, a situação é ainda pior. A conclusão é do estudo Can We Leapfrog? (“Podemos dar um salto?”, numa tradução livre), publicado pelo Brookings Institution, centro de pesquisas com sede em Washington. Para os autores, investir na qualidade da educação nunca foi tão urgente.
PARTIDO COMUNISTA
A CHINA EM TRANSIÇÃO
A cada cinco anos, o mundo tem uma rara oportunidade de conhecer as diretrizes que os líderes da China estão desenhando para o país. Isso acontece durante o Congresso Nacional do Partido Comunista — o maior evento político da China —, quando mais de 2 000 delegados do partido se reúnem em Pequim para definir seus dirigentes. O próximo encontro ocorre a partir de 18 de outubro, quando o presidente Xi Jinping deve ser escolhido para um segundo mandato de cinco anos. Na avaliação da consultoria Eurasia, Jinping deve sair fortalecido para implementar sua agenda econômica, de reduzir o crescimento gradualmente e tornar a economia menos baseada no setor industrial. O desafio é usar o alto nível de poupança pública em setores estratégicos de alta tecnologia.
ALEMANHA
INDÚSTRIA ALEMÃ NA FRENTE
A Alemanha é um caso à parte quando se analisa o impacto da robotização sobre o emprego. O país tem uma das taxas de automação mais altas do mundo — quase oito robôs para cada 1 000 trabalhadores —, mas consegue manter um alto nível de emprego industrial. Enquanto nos Estados Unidos 9% das pessoas trabalham na indústria, na Alemanha são 25%. Além disso, o avanço dos robôs vem provocando menos cortes de vagas do que nos Estados Unidos. Um estudo recente de economistas alemães levanta uma hipótese para essa situação. A maior atuação dos sindicatos na Alemanha fez com que os trabalhadores conseguissem manter o emprego em troca de reduções salariais ou jornadas menores. Ou seja, os empregos continuam lá, mas não houve ganho salarial.