Disputa na primeira etapa do campeonato: 12 equipes nacionais. (Felix Diemer/SailGP/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 06h00.
Trabalho em equipe, circuitos que passam por países como Alemanha, Austrália e Brasil e velocidades que chegam a impressionantes 100 quilômetros por hora. Não é automobilismo, mas quase poderia ser. Trata-se do Rolex Sail Grand Prix Championship, o maior e mais prestigiado campeonato de vela do mundo, frequentemente chamado de “Fórmula 1 da vela”. A temporada 2025 traz um significado especial para o Brasil. Pela primeira vez, o país sediará uma das 14 etapas do campeonato, em maio, no Rio de Janeiro. Além disso, o Brasil estreia no circuito com a Mubadala Brazil SailGP Team, liderada por Martine Grael, bicampeã olímpica e a primeira mulher a ocupar o cargo de capitã na competição.
A temporada começou nos dias 23 e 24 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com os catamarãs F50 — considerados os mais rápidos do mundo — literalmente voando sobre as águas. Na estreia, a equipe brasileira terminou em décimo lugar na classificação geral, enquanto a Nova Zelândia venceu a etapa. Apesar do resultado, Martine Grael se manteve otimista. “Estou emocionada que o Rolex Sail GP venha para o meu país. Foi nas águas da Baía de Guanabara onde comecei minha jornada na vela”, afirma a comandante brasileira.
Além da capitã, a equipe brasileira conta com seis outros atletas em posições estratégicas. Fazem parte do time Marco Grael e Mateus Isaac (grinders), Andy Maloney (flight controller), Leigh McMillan (wing trimmer) e Richard Mason (estrategista). A bicampeã olímpica Kahena Kunze também integra o grupo, como reserva de Martine. No total, o campeonato reúne 12 equipes nacionais.
Filha de uma das famílias mais emblemáticas da vela, Martine Grael iniciou sua trajetória esportiva ainda criança, navegando pelas águas desafiadoras da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Os ventos imprevisíveis da região ajudaram a moldar sua adaptabilidade e competitividade, características que a levaram a ser reconhecida como Velejadora Mundial Rolex do Ano em 2014, aos 22 anos.
De lá para cá, Martine acumulou conquistas de peso, como duas medalhas de ouro olímpicas e uma participação na extenuante Volvo Ocean Race 2017-18, consolidando-se como uma das atletas mais completas do esporte. Hoje, ela integra o seleto grupo de Rolex Testimonees, que inclui lendas como Robert Scheidt, Paul Cayard, Ben Ainslie, Hannah Mills e Tom Slingsby. Sua posição como capitã da equipe brasileira no SailGP reafirma seu compromisso com a evolução da vela e também serve de incentivo à participação de mulheres no esporte.
A temporada 2025 marca um novo capítulo para o campeonato, que está na quinta edição, agora oficialmente renomeado como Rolex SailGP Championship, com a marca suíça assumindo o papel de title partner. Além disso, a Rolex terá sua marca no nome da etapa Los Angeles Sail Grand Prix, que ocorrerá em março de 2025, e continuará como cronometrista oficial da competição até o final da temporada.
A parceria reforça os valores de inovação e sustentabilidade, pilares tanto da Rolex quanto do SailGP. “O legado de desempenho e precisão da Rolex complementa perfeitamente a missão do SailGP de redefinir a vela como um campeonato anual emocionante em destinos icônicos pelo mundo”, afirma Arnaud Boetsch, diretor de comunicação e imagem da Rolex.
Com a estreia do Brasil no circuito e a liderança de Martine Grael, a vela brasileira entra em uma nova era. A etapa brasileira, em maio de 2025, promete ser um marco histórico, celebrando tecnologia, velocidade e trabalho em equipe, enquanto inspira uma nova geração de atletas femininas e reforça a vitoriosa trajetória brasileira na vela mundial.