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Síria precisará gastar 10 vezes seu PIB para se reconstruir após guerra

País teve conflito interno que durou 14 anos e destruiu economia do páis

Damasco, capital da Síria: o país está sob novo governo desde dezembro (Bakr Al Kasem/Anadolu/Getty Images)

Damasco, capital da Síria: o país está sob novo governo desde dezembro (Bakr Al Kasem/Anadolu/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 24 de abril de 2025 às 06h00.

A guerra civil na Síria terminou de forma inesperada em dezembro. O grupo HTS derrubou Bashar al-Assad, cuja família dominou o país por 50 anos. O novo governo, no entanto, tem um desafio imenso. Analistas estimam que a reconstrução do país poderá levar dez anos e custar entre 250 bilhões e 400 bilhões de dólares. A estimativa mais baixa equivale a mais de dez vezes o PIB do país.

A economia síria caiu 65% entre 2011 e 2023, e derreteu porque, além dos bombardeios, mais da metade da população, estimada em 21 milhões de pessoas, teve de deixar suas casas, e muitas fugiram do país. A extrema pobreza, praticamente inexistente lá antes da guerra, passou a atingir um de cada quatro sírios em 2022.

“Não há capacidade agrícola para alimentar a população. A produção de trigo, que era um dos principais pilares da economia síria, é hoje 25% do que era”, diz Samuel Feldberg, diretor acadêmico da entidade -StandWithUs e fellow do -Moshe Dayan Center, da Universidade de Tel Aviv. 

A recuperação da economia passa por vários caminhos. A reconstrução física trará movimento econômico, mas vai requerer recursos. A renda do petróleo, se voltar a ser controlada pelo Estado, poderá ajudar. Há expectativa de que refugiados sírios possam voltar ao país e trazer, além da força de trabalho, suas economias pessoais, e que a produção agrícola seja retomada. “Existe um enorme potencial, mas a pergunta é se vai haver ambiente adequado para serem feitos os gastos necessários”, diz Feldberg. 

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