Revista Exame

Na Suíça, a Disney da alta relojoaria mostra novidades

Se você gosta de relógios, uma visita ao Baselworld, maior salão do mundo no segmento, precisa estar em sua lista de coisas a fazer antes de morrer

Relógios expostos no salão  Baselworld: será o fim do maior evento do setor no mundo? (Stefan Wermuth/Bloomberg/Getty Images)

Relógios expostos no salão Baselworld: será o fim do maior evento do setor no mundo? (Stefan Wermuth/Bloomberg/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2019 às 05h28.

Última atualização em 25 de julho de 2019 às 14h49.

Primeiro, vamos às apresentações. O Salão de Basel, ou Baselworld, é a maior feira da indústria internacional de relógios e joias, organizada a cada primavera em Basileia, cidade localizada na Suíça, onde mais. A primeira edição do evento foi realizada em 1917, com apenas uma pequena seção dedicada às manufaturas. De lá para cá, o Baselworld cresceu muito, atingindo seu ápice por volta de 2014. Nos últimos anos, alguns expositores importantes saíram, caso do poderoso Swatch Group, dono de marcas como Omega, Longines, Tissot e Mido. Ainda assim, continua sendo a maior referência do segmento, uma espécie de Disney para os aficionados.

Segundo Michel Loris-Melikoff, diretor-geral do Baselworld, a feira deste ano, realizada no fim de março, contou com 520 expositores e 81 200 visitantes. O salão é aberto ao público, mas as vendas são feitas apenas sob encomenda e só para os revendedores oficiais das marcas presentes. Não há como chegar lá e comprar um Rolex novo, que acabou de ser lançado. As marcas nem sequer recebem o público dentro dos estandes, somente os distribuidores e os jornalistas, e só com hora marcada. Ainda assim, apreciadores de relógios do mundo inteiro viajam para Basileia nesta época do ano apenas para ver o que estará nas vitrines dentro de algumas semanas ou alguns meses.

Em geral, no andar de baixo estão localizados os estandes das manufaturas suíças mais tradicionais. É a parte mais nobre do salão. Nos andares de cima ficam as marcas alemãs e japonesas, as joias e os artigos relacionados, como relógios de parede e de mesa, cofres, estojos para relógios e canetas. Lá, sim, acontecem vendas diretas para clientes. Ao contrário do suntuoso Salão Internacional de Alta Rejoaria de Genebra, o SIHH, realizado pelo grupo Richemont, aqui não tem luxo nem ostentação. Enquanto no SIHH os visitantes podem comer foie gras e tomar champanhe à vontade entre um estande e outro, no Baselworld a alimentação se limita a lanchonetes de fast-food.

A variedade de marcas compensa a simplicidade das instalações, e nem o ingresso de 60 francos suíços (equivalentes a 230 reais) assusta essa clientela — ainda mais quando se leva em conta o preço de um relógio mecânico suíço, que começa por volta de 2 000 francos e pode atingir sete dígitos. Contamos a seguir algumas novidades apresentadas pelas marcas mais conhecidas por aqui.


ROLEX

Foto: Divulgação

O Rolex Yacht-Master foi apresentado em uma nova versão com caixa de ouro branco de 42 mm de diâmetro (2 mm maior do que a versão anterior). Para uma empresa tradicional, como a Rolex, esse é um grande e arrojado passo, e podemos dizer que é o principal lançamento da marca no ano. O que chama a atenção no modelo, além do tamanho maior, é sua pulseira, chamada de Oysterflex. Aos desavisados, pode parecer uma simples pulseira de borracha, mas trata-se de uma combinação de lâminas metálicas flexíveis, fabricadas com uma liga de titânio e níquel e com um fecho dobrável que evita qualquer abertura involuntária. O mecanismo tem reserva de corda, ou seja, funciona sem parar por cerca de 70 horas, e o mostrador preto traz grandes marcadores de hora em branco e indicação de data com a famosa lente Cyclops na posição das 3 horas.

Outro modelo de destaque foi o novo Sea-Dweller de ouro e aço (na foto). Esse tradicionalíssimo relógio de uso profissional, lançado no final da década de 50, só era oferecido em aço inoxidável. Com resistência a 1 220 metros de profundidade e caixa de 43 mm de diâmetro, é o segundo maior modelo produzido pela marca, ficando atrás somente do Sea-Dweller Deepsea, que tem 44 mm de diâmetro e oferece resistência a inacreditáveis 3 900 metros de profundidade.

SEA-DWELLER, 71.000 reais

YATCH-MASTER, 123.400 reais


TAG HEUER

Foto: Divulgação

O principal lançamento da TAG Heuer neste ano no Baselworld foi o Autavia. O nome vem da combinação das palavras “automóvel” e “aviação” e foi usado inicialmente como instrumento de bordo em carros de corrida e aeronaves de 1933 a 1957. Posteriormente, Jack Heuer, na época o presidente da empresa, usou esse nome para uma linha de cronógrafos de pulso que foi apresentada no ano de 1962. Uma longa e interessante história de um modelo que sempre esteve ligado aos esportes, principalmente os de motor. Neste ano, a linha apresenta movimento automático e indicação de data na posição das 6 horas. São cinco referências distintas, todas com 42 mm de diâmetro, sendo três com caixas de aço inoxidável nas cores azul, preto e cinza, mais duas referências com caixa de bronze e mostradores verde-escuros e marrons. Os novos Autavia usam uma tecnologia que os torna resistentes a campos magnéticos. O movimento tem reserva de corda de 38 horas.

AUTAVIA, 18.725 reais


BVLGARI

Foto: Divulgação

A Bvlgari mais uma vez conseguiu bater um recorde com sua linha Octo Finissimo. O novo cronógrafo automático com função GMT (Greenwich Mean Time), que pode indicar um segundo fuso-horário, reivindica o título de cronógrafo mecânico mais fino do mundo, com 6,9 mm de espessura. Assim como as versões anteriores, o Octo Finissimo Chronograph GMT automático também tem mostrador, pulseira e caixa angular de 42 mm de titânio. O mecanismo, com reserva de corda para até 55 horas, tem apenas 3,3 mm de espessura.

Com tradição nos produtos femininos, a marca apresentou também o novo Bvlgari Serpenti Seduttori (na foto), uma nova interpretação de uma de suas linhas mais importantes, a Serpenti. A icônica caixa do relógio em forma de gota, que imita a cabeça de uma serpente, está mais fina do que nos modelos anteriores e traz diamantes nas laterais. A pulseira vem em ouro branco, rosa ou amarelo, e duas opções cravejadas de diamantes. Como se trata de um modelo feminino, aqui o mecanismo é a quartzo, que ocupa o mesmo espaço e, portanto, funciona ininterruptamente.

PREÇO NÃO DIVULGADO


HUBLOT

Foto: Divulgação

Neste ano, a Hublot, marca fundada na Suíça em 1980 pelo italiano Carlo Crocco, apresentou no salão o Big Bang Sang Bleu II (na foto), feito em colaboração com o famoso tatuador Maxime Plescia-Buchi. A caixa de 45 mm tem linhas tridimensionais e está disponível em titânio acetinado e polido ou King Gold 18 quilates, uma liga especial de ouro, mais resistente a riscos. No mostrador, os ponteiros representam as tatuagens feitas pelo artista. A versão de titânio é limitada a 200 peças, e o relógio em King Gold saiu com 100 exemplares. O mecanismo automático tem reserva de corda de 72 horas.

Para os apaixonados por automobilismo, mas principalmente por Ferrari, o Big Bang Scuderia Ferrari 90th Anniversary é uma homenagem aos 90 anos da marca italiana. São três edições limitadas, criadas com o Centro de Design da Ferrari, com caixas de 45 mm de diâmetro, de platina, carbono 3D e safira transparente. Com reserva de corda para até 72 horas, as três versões serão produzidas em série limitada a 90 unidades cada uma, e cada qual com uma das três cores da escuderia. 

SANG BLEU II TITANIUM, 25.000 reais

KING GOLD, 47.300 dólares

(preços em reais sujeitos a alterações)

Acompanhe tudo sobre:LuxoRelógiosSuíça

Mais de Revista Exame

Aprenda a receber convidados com muito estilo

"Conseguimos equilibrar sustentabilidade e preço", diz CEO da Riachuelo

Direto do forno: as novidades na cena gastronômica

A festa antes da festa: escolha os looks certos para o Réveillon