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A Cambuci é a bola da vez

A Cambuci ganha espaço nas bolsas de valores

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 15h28.

A  Cambuci, líder no setor de artigos esportivos e dona da marca Penalty, tem marcado gols de placa na concorrência. Enfrentando empresas de renome internacional, como Nike, Umbro, Adidas e Reebok, a empresa faturou 220 milhões de reais no ano passado - crescimento de 71,87% sobre os 128 milhões contabilizados em 1994. </p>

Nesse período, o lucro passou de 8 milhões para 12 milhões de reais. Fornecedora de clubes como Corinthians, Grêmio e Bahia, a Cambuci, nos últimos tempos, tem agradado a outro tipo de torcedor: seus acionistas. No ano passado, segundo cálculos do Banco Matrix, as ações da companhia valorizaram-se 103%. De acordo com o estudo, foi um dos onze papéis que conseguiram superar os rendimentos do CDI, a taxa do mercado interbancário.

Esse desempenho fez com que a Cambuci ganhasse as graças dos especialistas. "As ações da Cambuci, apesar de não serem de primeira linha, representam uma boa opção de investimento", afirma Antônio Carlos de Freitas Valle, sócio do Matrix. Para Valle, o sucesso do grupo está ligado à estratégia adotada nos últimos anos.

"Eles fazem um bom trabalho. Sabem importar na hora certa e têm um esquema de marketing esportivo de Primeiro Mundo", diz Valle. Mas nem sempre foi assim. Fundada como malharia na cidade paulista de São Roque, em 1945, a Cambuci já esteve em situação complicada.

Em 1988, ano em que suas receitas caíram pela metade, chegou a registrar prejuízo de cerca de 2,2 milhões de dólares. A saída encontrada foi uma reestruturação administrativa e uma parceria com os asiáticos, postas em prática a partir de 1990, ano em que faturou 40 milhões de dólares. "A globalização nos mostrou que não compensa fabricar tudo por aqui", diz Roberto Estefano, presidente da Cambuci e filho de um dos três fundadores da empresa. Resultado: as chuteiras da Penalty passaram a ser fabricadas na China, no Vietnã e na Indonésia. As bolas mais baratas são feitas no Paquistão.

Nas fábricas brasileiras - além de São Roque, há unidades em Pirajuí, no interior de São Paulo, e nos municípios mineiros de Camanducaia, Machado e Três Pontas - a empresa priorizou a produção de confecções (camisas, meias, calções e agasalhos, entre outras), tênis e bolas de futebol costuradas à mão.

O fortalecimento da marca, aliado à conquista de cerca de 8 000 pontos-de-venda em todo o país, foi outra estratégia adotada. Atualmente, a Penalty é marca oficial das seleções sul-americanas de futebol, vôlei, handebol, basquete e futebol de salão. "Queremos tornar a Penalty conhecida mundialmente. Para isso, já estamos licenciando a marca em Portugal, na Espanha e no Japão", diz Estefano. A intenção é dobrar o volume das exportações, que renderam 2 milhões de reais no ano passado.

As perspectivas de crescimento da Cambuci transformaram-na numa das queridinhas do mercado de ações. Este ano, por exemplo, seus papéis, cotados a 500 reais o lote de 1 000, já se valorizaram 15%. Roberto Vinhaes, diretor da Investidor Profissional, do Rio de Janeiro, acredita que o teto ainda não foi atingido. "Dificilmente a empresa vai continuar crescendo a taxas de 50% ao ano", diz Vinhaes. "Mesmo assim, os papéis da Cambuci ainda estão baratos."

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