Revista Exame

A Benetton quer achar o fio da meada

A Benetton quer tornar seu desempenho no Brasil tão vivo quanto as cores das malhas que fabrica. No ano passado, a grife italiana faturou no país 25 milhões de dólares, quase nada se comparado ao volume de vendas global do grupo, que chegou a 4 bilhões de dólares em 1996.</p> Na tentativa de aumentar a […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2011 às 19h31.

A Benetton quer tornar seu desempenho no Brasil tão vivo quanto as cores das malhas que fabrica. No ano passado, a grife italiana faturou no país 25 milhões de dólares, quase nada se comparado ao volume de vendas global do grupo, que chegou a 4 bilhões de dólares em 1996.</p>

Na tentativa de aumentar a participação da subsidiária brasileira, em novembro a Benetton estará inaugurando uma megastore com mais de 1 000 metros quadrados, em São Paulo.

Será a terceira maior loja da marca no mundo - superada apenas pelas de Londres e de Nova York - e a primeira na América Latina. Nas vitrines da megastore brasileira, as confecções multicoloridas da United Colors se unirão aos artigos esportivos Sportsystem, aos patins Rollerblade e às raquetes de tênis Prince.

Essas marcas, até então, eram administradas pela Edizione, a holding do grupo. São Paulo e Rio de Janeiro deverão abrigar outras megastores.

Por trás da escolha do Brasil como um dos pontos-chave para a abertura de megastores está o empenho do grupo em achar o fio da meada dos negócios no país. Desde que iniciou suas atividades no Brasil, em 1984, a Benetton sempre teve um desempenho desbotado.

A princípio, as roupas vendidas no país eram fabricadas por pequenas confecções nacionais, que nem sempre garantiam qualidade. Para resolver o problema, a Benetton construiu uma fábrica própria, em São José dos Pinhais (PR). Pouco tempo depois, a direção do grupo passou a receber críticas de licenciados brasileiros, descontentes com a falta de estrutura de atendimento no país.

Foi uma debandada. O número de lojas, que chegou a 300 na década de 80, caiu para cerca de 150, em 1993. Naquele ano, Luiz César Fernandes, presidente do banco Pactual, adquiriu 50% da Benetton do Brasil. Em 1995, nova reviravolta: o grupo italiano voltou a controlar os negócios no Brasil.

"Com a estabilização econômica do país, pudemos andar novamente com os próprios pés", disse a EXAME Luciano Benetton, presidente do grupo. Aos 62 anos, ele é considerado um visionário. Com a ajuda dos irmãos, fez um império a partir de uma minúscula loja, aberta na década de 60 numa cidadezinha do norte da Itália, que vendia pulôveres de cores berrantes.

Além da confecção e dos 7 000 pontos-de-venda em todo o mundo, a família administra hoje uma rede de supermercados e de restaurantes e tem o maior rebanho de ovelhas do mundo, com 280 000 cabeças. No Brasil, o grupo atua somente na área têxtil, com um total de 140 lojas.

Acompanhe tudo sobre:BenettonEmpresasEmpresas italianasEstratégiagestao-de-negociosMarcasModa

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda