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A aposta do fundador de uma startup de carro elétrico solar

Laurin Hahn não tem carro e já arrecadou 2,3 milhões de euros online para o seu projeto

Hahn, da Sono Motors: nova maneira de pensar a mobilidade (Rafael Kato/Exame)

Hahn, da Sono Motors: nova maneira de pensar a mobilidade (Rafael Kato/Exame)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 05h55.

Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 05h55.

Laurin Hahn tem 23 anos e não chegou a completar o curso de engenharia. Mas ganhou fama como fundador da Sono Motors, uma startup alemã que desenvolve o Sion, um carro elétrico movido a energia solar que rodou a Europa recentemente. Motivada por questões ambientais e financiada por arrecadação online, a empresa planeja uma plataforma de compartilhamento de veículos. EXAME conversou com Hahn na sede da Sono, em Munique.

Como surgiu o projeto do carro solar?

Começou na pequena garagem do meu sócio. Sempre nos sentimos incomodados com a dependência do petróleo. Tínhamos de fazer algo para mudar isso. Concluímos que a melhor maneira seria um carro elétrico. E mais: movido por energia solar. O sol não manda faturas mensais.

O protótipo foi realizado com uma campanha de arrecadação pública. Em qual estágio do desenvolvimento vocês estão agora?

A primeira campanha online arrecadou 800 000 euros, que usamos para a construção de dois protótipos. O carro finalizado estará nas ruas em 2019. Estamos com uma segunda campanha que já trouxe mais de 1,5 milhão de euros. As pessoas podem comprar ações da empresa ou encomendar o carro. Mais de 2 500 pessoas já reservaram.

Como a Sono vai produzir o carro para as  pessoas que já fizeram reserva?

Será feito por uma fábrica de terceiros que realiza aqui na Europa a produção para outras montadoras alemãs. Há uma vantagem: esse parceiro tem experiência nos requisitos de segurança obrigatórios.

A empresa planeja também uma migração para carros autônomos?

Os carros autônomos vão chegar muito rapidamente ao mercado. Alguns analistas dizem que vai ser em dez anos, mas acredito que será em menos tempo. Aposto em algo como três anos. Começará em uma categoria mais cara, como está fazendo a Tesla, e vai demorar para chegar aos segmentos de entrada. É por isso que planejamos nosso autônomo para 2023. De certa maneira, será similar ao que aconteceu com o freio ABS e com o airbag. Em 1996, apenas os carros de luxo da Mercedes e da BMW tinham esses itens. Eles se tornaram baratos rapidamente e, em 2006, passaram a ser obrigatórios.

Você é um membro da geração Y e está produzindo um carro. A nova geração realmente não gosta de carros?

Ninguém aqui na empresa tem um carro. Eu também não tenho. Eu uso o Drive Now, da BMW, e outros serviços de compartilhamento. Para distâncias mais longas, eu pego um trem, que não polui. O que minha geração quer é um conceito completamente novo de mobilidade, com as pessoas compartilhando seus carros. É isso que pretendemos oferecer.

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