Pedro Carnevale, fundador e CEO da escola Start (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 28 de julho de 2023 às 06h00.
Última atualização em 28 de julho de 2023 às 13h04.
ESCOLA START - Rio de Janeiro
Pedro Carnevale, fundador e CEO
O QUE FAZ: Oferece cursos profissionalizantes
RECEITA EM 2022: 3,8 milhões de reais
RITMO DA EXPANSÃO: 4.520%
MOTIVO DO CRESCIMENTO: Passou a atender governos e entidades do Sistema S em busca de cursos para seus funcionários
A venda de bens e serviços para empresas — chamada B2B, sigla em inglês para business to business — explica em boa medida o desempenho espetacular dos negócios com maior crescimento dentro da categoria de 2 milhões a 5 milhões de reais de receita líquida, que reuniu um total de 59 empresas. A recordista de expansão dessa categoria foi a escola carioca Start. Em 2022, a Start faturou 3,8 milhões de reais — 4.520% acima do ano anterior. O embrião do negócio, em 2015, foi um curso de atendimento a clientes voltado para garçons. De lá para cá, a Start ampliou a oferta para mais de 40 cursos com temas como vendas, liderança e finanças pessoais, a um público de empresas dispostas a custear uma parte ou 100% da formação de seus funcionários. A metodologia por ali é híbrida: 35% das aulas são presenciais; o restante, online.
A guinada no negócio veio da venda para a gestão pública, responsável por 80% do faturamento em 2022. Entre os clientes da Start estão o governo de São Paulo e o Sebrae — o braço do Sistema S para o empreendedorismo. A aposta no poder público decorreu de dois anos de estudos sobre processos licitatórios de órgãos públicos para produtos de treinamento de pessoas. Virar a chave para atender o governo foi fácil. “A nossa metodologia está atrelada a um esqueleto fixo”, diz o fundador da Start, Pedro Carnevale. “Quando mudamos o segmento, é como se estivéssemos trocando só a capa do telefone.”
Para muitos negócios, a venda B2B significa o fechamento de contratos de longo prazo com os clientes e, na ponta, uma entrada constante de receitas. É o caso da For You Fleet, uma novata do mercado de locação de veículos. O negócio surgiu em 2020 pelas mãos do mineiro André Campos, um empreendedor calejado do ramo — antes, ele foi dono de uma concessionária de automóveis. Em 2022, a For You Fleet faturou 2,6 milhões de reais, 721% acima do ganho de 2021. O forte da empresa é o aluguel de veículos premium, como SUVs das marcas BMW e Audi, a empresas dispostas a colocar seus principais executivos a bordo de carros confortáveis. O serviço da For You Fleet inclui mimos, como a inclusão de itens personalizados antes de saírem de fábrica. Em meio ao vaivém do mercado de autos, com a falta de peças nas montadoras em razão da disrupção de cadeias logísticas globais e o aumento brusco no preço de alguns veículos, a locação virou prioridade para muitas empresas. “O ano de 2021 foi de conhecimento e, em 2022, a gente deu um salto”, diz Campos.
A automação de tarefas repetitivas nas empresas dos clientes garantiu à paulistana Biti9 uma receita de 4,2 milhões de reais em 2022 — 422% acima de 2021. À frente da Biti9 está Martin Luther Candido, sócio-fundador que abriu a empresa em 2015 como uma consultoria de tecnologia. De lá para cá, Candido avançou para o mercado da automação, com o desenvolvimento de robôs virtuais que, com o uso de inteligência artificial, tomam decisões por conta própria na solução de problemas em áreas como recursos humanos, compras e financeiro dos clientes. Na lista de empresas-alvo dos robôs da Biti9 estão a seguradora Porto, a rede de shopping centers Iguatemi, a cervejaria Petrópolis e a concessionária de recursos hídricos BRK Ambiental. “Crescemos não só olhando para atividades específicas mas automatizando processos inteiros”, diz Candido. Entre as atividades, estão processos como leitura e validação de notas fiscais e, ainda, a contratação de profissionais. Uma vez cadastrados os novos funcionários, os robôs cuidam de solicitar os benefícios como VR e VA, assim como os demais planos oferecidos pela empresa.
Para além da automação de processos, a oferta de soluções para facilitar negociações comerciais também trouxe bons dividendos às empresas participantes do Negócios em Expansão 2023. Que o diga a GEOvendas, fundada em Jaraguá do Sul, em 2019, para atuar na cadeia da moda, uma vocação da cidade situada no norte de Santa Catarina. Em 2022, o negócio faturou 3,3 milhões de reais, alta de 316% em 12 meses, o que garantiu à GEOvendas o quinto lugar entre as recordistas de expansão na faixa de 2 milhões a 5 milhões de reais.
A GEOvendas oferta um software para confecções monitorarem o fluxo de vendas de seus representantes comerciais, além de uma ferramenta de relacionamento com clientes finais e de uma plataforma online para campanhas de marketing em redes sociais. São mais de 200 clientes, entre eles marcas de grande porte, como Morena Rosa, Hurley, Brandili e Malwee. “Diria que 70% dos clientes adquirem o pacote com todos os produtos”, diz o fundador da GEOvendas, Ivo Baehr Junior. E, em tempos de redes sociais e de alta demanda por conteúdo, o crescimento das empresas precisa ser registrado e filmado. Um mercado e tanto para a Trinta Dezessete, uma produtora criada em 2020, em São Paulo. Com foco no mercado corporativo, a empresa já fez vídeos para marcas como Itaú, Vtex, Aramis e Cimed. Em 2022, a operação cresceu 367% e obteve uma receita de 3,4 milhões de reais.
Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking, nas seguintes categorias: