Revista Exame

Fabricante de vinagres Castelo é hoje a maior produtora na América Latina

A centenária fabricante de vinagres Castelo apostou em boas práticas do exterior para ganhar mercado no Brasil e hoje fatura 300 milhões de reais

Família de Cereser comprou a Castelo em 1968. (Leandro Fonseca/Exame)

Família de Cereser comprou a Castelo em 1968. (Leandro Fonseca/Exame)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 06h00.

Última atualização em 22 de agosto de 2022 às 10h11.

Com 116 anos, a fabricante de vinagres Castelo é hoje a maior produtora de vinagres da América Latina, com faturamento na casa dos 300 milhões de reais. A empresa de Jundiaí, em São Paulo, enfrentou os solavancos macro estando em contato com empresas do ramo dentro e fora do Brasil. “Conseguimos muitos avanços ao sair do nosso quadrado e buscar conhecer o que acontecia lá fora”, diz o CEO Marcelo Cereser.

A família de Cereser comprou a Castelo em 1968, e ele assumiu o comando em 1994. De lá para cá, a Castelo passou a fazer parte do Vinegar Institute, uma organização global de produtores de vinagre. Ali, Cereser conheceu tecnologias inéditas no Brasil e percebeu tendências como o vinagre de maçã — a Castelo foi pioneira no produto por aqui. “Com isso a Castelo saiu na frente do mercado”, diz.

Ao estudar o controle de qualidade de firmas estrangeiras, Cereser ajudou também a modernizar a legislação brasileira sobre o tema. De quebra, criou padrões internos responsáveis por conquistar grandes clientes. A Castelo hoje fornece vinagre como matéria-prima para as marcas de maionese Heinz e Hellmann’s.

A inflação e a escassez de insumos dos tempos atuais desafiaram a empresa nos últimos meses. O jeito foi, inevitavelmente, aumentar preços. “Chega um momento em que é preciso repassar para manter as margens saudáveis”, diz. Em outra frente, a empresa investiu na modernização do maquinário para ganhar eficiência. Só numa nova linha de envase foram aplicados 3 milhões de reais.

Um treinamento constante da mão de obra também ajudou a manter a competitividade. Quando assumiu a operação, parte do time da fábrica era analfabeta — a empresa deu aulas para resolver a deficiência.

Depois, a Castelo passou a ensinar noções de intraempreendedorismo em busca de ideias para aumentar a produtividade da companhia. Uma delas encerrou o desperdício de milhares de litros de vinagre na hora do envase. “Nossa equipe foi muito responsável em transformar a Castelo no que ela é hoje, a maior fabricante de vinagre da América Latina”, diz o CEO.

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