Publicado em 17/10/2025, às 18:50.
Última atualização em 20/10/2025, às 11:24.
Apresentado por Governo do Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul celebra um momento especial em sua história: após uma década fiscal difícil e desenvolvimento limitado, o estado gaúcho protagoniza uma notável virada econômica. Sustentado por reformas fiscais e administrativas realizadas desde 2019, o projeto de estruturação resultou em uma maior eficiência da máquina pública e na retomada da capacidade de investimento. Com isso, em 2024, o RS atraiu um recorde de R$ 100 bilhões em investimentos privados – número duas vezes maior que a média dos cinco anos anteriores.
Quando Eduardo Leite assumiu o governo, o RS tinha uma situação nada fácil. “Era clara a necessidade urgente de uma reforma fiscal para o Rio Grande do Sul avançar”, lembra o governador. O planejamento, que incluiu a reestruturação da folha de pagamento do estado e um programa de privatizações, trouxe resultados: além de colocar as contas em ordem, as reformas se traduziram em superávits consecutivos a partir de 2020.
O foco do planejamento sempre foi no longo prazo, com metas como dobrar a taxa média de crescimento anual do PIB (de 1,5% para 3% ao ano) e aumentar a produtividade estadual em 20% até 2030. O direcionamento tem se mostrado assertivo, consolidando-se mesmo após o estado enfrentar a pandemia de covid-19 e a pior tragédia climática de sua história com as enchentes do ano passado.
A capacidade de investimento próprio do estado saltou de 2% para quase 11% da Receita Corrente Líquida em 2024 (o equivalente a R$ 6,4 bilhões). Os gaúchos também subiram para a quinta posição no Ranking de Competitividade dos Estados, liderando nos pilares Inovação e Eficiência da Máquina Pública.
Negócios descomplicados
A virada econômica veio junto de uma nova mentalidade de gestão que colocou o Rio Grande do Sul na vanguarda da inovação e da resiliência climática no Brasil. O programa Descomplica RS, por exemplo, resultou na revogação de 19 mil de 21 mil decretos e normas estaduais analisadas entre 1988 e 2019. Essa simplificação aumentou a segurança jurídica e a eficiência do setor público. Com isso, hoje é possível abrir uma empresa no Rio Grande do Sul em apenas 10 minutos pela internet.
Mesmo em áreas historicamente lentas, como o licenciamento ambiental, houve avanços significativos, com a redução dos prazos de mais de 300 dias para uma média de 30 a 45 dias. Além disso, o estado foi pioneiro na criação de marcos regulatórios, como o de biometano, oferecendo regras claras aos empreendedores antes mesmo de regramentos federais.
É neste contexto de desburocratização dos negócios que surge a agência de desenvolvimento Invest RS, criada com o objetivo de profissionalizar a atração de capital e funcionar como ponte entre investidores e o governo. A agência realiza a promoção comercial de 12 setores estratégicos do estado, como agronegócio, semicondutores (onde concentra 40% das fábricas do país), energia renovável e turismo.
Para fortalecer ainda mais o investimento em nichos estratégicos do Rio Grande do Sul, a Invest RS inaugurou, em julho, um escritório na capital paulista. “São Paulo é o centro econômico e financeiro da América Latina, por isso nossa presença na capital paulista é fundamental”, diz Rafael Prikladnicki, presidente da Invest RS. Situado na Faria Lima, o braço da agência gaúcha de desenvolvimento quer acelerar projetos em setores importantes para o país, como energias renováveis, biocombustíveis e inovação industrial.
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Chips e data centers no coração do estado
Entre os 12 setores estratégicos de investimento no RS, a economia de inovação desponta como destaque, uma vez que o estado vem se consolidando como um centro tecnológico. O RS se consolidou como um polo de microeletrônica, concentrando 40% das fábricas de semicondutores do Brasil. Impulsionado pelo programa Semicondutores RS (com R$ 70 milhões em investimentos até 2026), o setor atrai capital privado por sua mão de obra qualificada e ecossistema de excelência.
Entre as recentes movimentações do setor estão o investimento de R$ 1 bilhão da Tellescom Semicondutores para o desenvolvimento de uma fábrica em Cachoeirinha, focada em componentes eletrônicos para os mercados automotivo, de computação avançada e comunicação. Já a Chipus Eletrônica construiu um centro de P&D em microeletrônica avaliado em cerca de R$ 300 milhões de reais.
No setor de infraestrutura tecnológica, o RS se prepara para receber o primeiro distrito industrial de data centers do país, a Scala AI City, em Eldorado do Sul. O projeto da Scala Data Centers, que será construído em uma área de 7 quilômetros quadrados, terá um aporte inicial de R$ 3 bilhões. O potencial total de investimentos é estimado em R$ 500 bilhões, e a capacidade inicial de 54 MW pode expandir para 4,75 GW — mais do que o consumo total do estado do Rio de Janeiro.
A escolha do RS não foi aleatória. O estado oferece uma matriz energética majoritariamente limpa (82% renovável), e o clima ameno contribui para a eficiência energética, resultando no PUE (Power Usage Effectiveness) de 1,2, o valor mais baixo da América Latina.
“A chegada do Itec [Instituto de Tecnologia e Computação] é outra iniciativa que comprova a maturidade do Rio Grande do Sul em inovação e tecnologia, com um projeto de excelência que vai se transformar em referência global. É um passo determinante para o futuro que estamos construindo”, destaca Rafael Prikladnicki.
Foco na economia verde
A transição energética é outro eixo que impulsiona investimentos e posiciona o RS na vanguarda da descarbonização. A matriz elétrica gaúcha já tem 85% da potência instalada vinda de fontes renováveis, e está "muito perto" de uma agricultura de baixo carbono, com uma redução projetada de até 50% nas emissões em culturas importantes como a soja.
A agenda verde é impulsionada por incentivos e financiamentos, como o crédito presumido de ICMS para a produção de biodiesel e linhas de financiamento de longo prazo do BRDE (R$ 4,7 bilhões destinados a projetos renováveis na última década).
Transição energética: estado está na vanguarda da descarbonização (Governo Rio Grande do Sul/Divulgação)
Nesse contexto sustentável, o Hidrogênio Verde (H2V) é uma nova fronteira estratégica. O desenvolvimento de uma indústria local de H2V tem o potencial de adicionar R$ 62 bilhões ao PIB e criar 41 mil empregos diretos até 2040. O governo destinou R$ 100 milhões em subvenções para atrair novos projetos.
Entre os projetos em andamento, que somam quase R$ 900 milhões:
- Refinaria Riograndense: investimento de R$ 750 milhões para produzir Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e diesel renovável a partir de 2027.
- Begreen Bioenergia: investimento de R$ 130 milhões para duas fábricas que usarão H2V na produção de fertilizantes nitrogenados líquidos.
O Rio Grande do Sul também é um dos maiores produtores de biodiesel do país, respondendo por quase 22% da produção brasileira em 2024 (2 milhões de metros cúbicos). Há também o fomento à produção de **etanol à base de cereais (como trigo de baixa qualidade), abrindo um novo mercado para a safra de inverno e melhorando a rentabilidade dos agricultores.
Um exemplo de economia circular é o grupo Reiter Log e Estância Del Sur, que pretende investir R$ 120 milhões na usina de biometano Geo Del Sur em Capão do Leão. O projeto usará dejetos bovinos para produzir biometano (que abastecerá a frota de caminhões da Reiter Log) e transformará o resíduo em biofertilizante para as lavouras. Essa ampliação de bioenergia é crucial para descarbonizar o setor de transportes, o mais dependente de combustíveis fósseis no estado.
A pior tragédia climática da história gaúcha também reforçou o compromisso do estado com a resiliência climática. O Plano Rio Grande, com um fundo próprio (Funrigs) de R$ 14 bilhões até 2027, tem como objetivo não apenas a reconstrução, mas a transformação do estado em um território mais adaptado a eventos extremos.
A reconstrução da infraestrutura segue um conceito de prevenção, com obras como a nova ponte sobre o Rio Forqueta (ERS-130), que foi substituída por uma estrutura mais alta e robusta. Em infraestrutura logística, o Plano Rio Grande prevê R$ 40 bilhões em investimentos, sendo metade via concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Tradições sempre mantidas
O agronegócio sempre foi um pilar econômico do Rio Grande do Sul, representando 14,9% do Valor Adicionado Bruto (VAB) estadual e 74% das exportações em 2024 (US$ 16 bilhões). O estado é líder nacional na produção de máquinas agrícolas, concentrando mais de 60% da produção de tratores, e é o segundo maior exportador do país (US$ 296 milhões em 2024). Empresas como John Deere (R$ 230 milhões em investimento até 2026) e Kepler Weber (R$ 100 milhões até 2026) investem em tecnologia para aumentar a produtividade no estado.
A agricultura familiar, que constitui 80,5% dos estabelecimentos rurais, também é fundamental para a economia de produtos regionais. O tradicionalismo gaúcho, que envolve agroindústria, turismo e cultura, movimentou cerca de R$ 4,5 bilhões no PIB estadual entre julho de 2023 e abril de 2024.
Agronegócio: Rio Grande do Sul é líder nacional na produção de máquinas agrícolas, concentrando mais de 60% da produção de tratores (Ryzhkov Aleksandr/Divulgação)
Produtos com selos de origem e qualidade reforçam a competitividade internacional:
- Vinhos e espumantes: a Miolo Wine Group exporta para cerca de 30 países, e a Salton lidera o mercado nacional de espumantes.
- Azeite de oliva: marcas como Prosperato e Estância das Oliveiras exportam para mercados como os Estados Unidos, atraindo comitivas internacionais.
- Queijos premium: a RAR exporta o Gran Formaggio (o primeiro queijo tipo grana produzido fora da Itália) para a América do Sul e os Estados Unidos.
- Cachaça: a Weber Haus exporta para 32 países.
- Erva-mate: o estado exportou 3,48 toneladas em 2023.
No setor de fertilizantes, também tradicional na região, o RS busca reduzir a dependência de importação (que supre 90% da demanda nacional). O complexo da norueguesa Yara no estado é o maior e mais moderno parque de produção e mistura da América Latina, representando cerca de 5% da produção nacional.
Também famoso, o turismo gaúcho demonstra forte resiliência e atração internacional: o RS recebeu 1,2 milhão de turistas estrangeiros de janeiro a maio de 2025, tornando-se o segundo estado que mais recebeu visitantes internacionais no Brasil nesse período.
A Serra Gaúcha é o epicentro de grandes projetos hoteleiros de luxo, atraindo bilhões de reais. O estado investe em infraestrutura turística com programas como o Avançar no Turismo (mais de R$ 200 milhões em obras desde 2022) e O Sul Tchê Espera (R$ 214 milhões em promoção e qualificação).
Além da Serra (com atrações como o Snowland e o Skyglass), o estado diversifica o turismo para o ecoturismo nos cânions de Cambará do Sul, o patrimônio histórico das Missões e o enoturismo em expansão. A reestruturação logística pós-enchentes também inclui o fortalecimento da aviação regional, com investimentos em aeroportos como Caxias do Sul, Torres e Canela.
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