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Weinstein volta a ser julgado em Nova York após anulação da primeira condenação

Empresário havia sido condenado pelo júri popular em 2020 a 23 anos de prisão, mas decisão foi anulada pelo Tribunal de Apelações de Nova York em abril de 2024 por tecnicidades processuais

Harvey Weinstein: ex-produtor de filmes de Hollywood é investigado por crimes como agressão sexual e estupro (Scott Heins/Getty Images)

Harvey Weinstein: ex-produtor de filmes de Hollywood é investigado por crimes como agressão sexual e estupro (Scott Heins/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 15 de abril de 2025 às 18h04.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 18h06.

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O outrora todo-poderoso magnata do cinema Harvey Weinstein, cuja queda em 2017 marcou o nascimento do movimento global #MeToo, será julgado novamente a partir desta terça-feira, 15, por agressão sexual e estupro, depois que sua primeira condenação foi anulada.

A condenação por júri popular em 2020 a 23 anos de prisão foi anulada pelo Tribunal de Apelações de Nova York em abril de 2024 por tecnicidades processuais.

Vestido com terno e gravata azul e em cadeira de rodas, Weinstein, com 73 anos, assistiu ao início da seleção dos membros do júri que selarão seu destino entre dezenas de candidatos.

"O julgamento começou", disse seu advogado, Arthur Aidala, aos jornalistas durante a pausa para o almoço.

"O juiz está analisando os membros do júri. Vamos lá fazer o melhor que pudermos para conseguir um júri justo e imparcial", acrescentou o advogado, que espera que o julgamento propriamente dito inicie neste quarta ou quinta-feira com as alegações de acusação e defesa.

O juiz Curtis Farber prevê que o julgamento termine em maio, mas não descarta que possa se prolongar até o início de junho.

O fundador, juntamente com seu irmão Bob, da produtora Miramax, será julgado por agressão sexual à ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006, estupro da aspirante a atriz Jessica Mann em 2013 e por uma nova acusação de suposta agressão sexual em 2006 em um hotel de Manhattan.

Weinstein espera que o caso seja "analisado com um novo olhar", quase oito anos após as investigações do The New York Times e da The New Yorker terem levado à sua derrocada e ao nascimento do movimento #MeToo, visto como uma forma de liberar muitas vítimas para se manifestarem contra o abuso sexual no local de trabalho.

Detido na prisão de Rikers Island, em Nova York, Weinstein atualmente cumpre outra sentença de 16 anos imposta por um tribunal de Los Angeles pelo estupro e agressão sexual de uma atriz europeia em 2013.

O ex-todo-poderoso produtor de sucessos cinematográficos como 'Sexo, Mentiras e Videotape', 'Pulp Fiction' e 'Shakespeare Apaixonado' apareceu em audiências recentes visivelmente debilitado, careca, pálido e em cadeira de rodas, mas sempre com um olhar desafiador no rosto.

'Mente aberta'

Ao contrário da maioria dos julgamentos, é muito provável que os membros do júri tenham informação do caso, lembrou Aidala, que espera que os membros "possam manter uma mente aberta e basear seu veredicto nas provas e não em outra coisa".

Descrito por suas acusadoras como um predador que usava seu status de criador de carreiras na indústria cinematográfica para obter favores sexuais de atrizes ou assistentes, na maioria das vezes em quartos de hotel, Weinstein sempre sustentou que os relacionamentos eram consensuais.

Mais de 80 mulheres o acusaram de assédio, agressão sexual ou estupro, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd.

Em 2020, o júri de Nova York o considerou culpado em duas das cinco acusações: agressão sexual de Mimi Haleyi e estupro de Jessica Mann.

Mas o julgamento e a sentença de 23 anos de prisão foram anulados em abril de 2024 em uma decisão bastante dividida pelos juízes do Tribunal de Apelações de Nova York (quatro votos a favor e três contra), que argumentaram que o juiz havia aceitado o testemunho de mulheres que teriam sido abusadas por Weinstein, mas que não faziam parte do caso contra ele.

"Isso realmente ilustra os desafios que as vítimas enfrentam na busca por justiça", disse Laura Palumbo, do Centro Nacional de Recursos sobre Violência Sexual.

Espera-se que as três supostas vítimas testemunhem novamente no tribunal.

Desde o surgimento do #MeToo, houve um aumento significativo nas denúncias de abuso e assédio sexual, principalmente em países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Espanha e México. Atores como o francês Gerard Depardieu e o americano Bill Cosby foram levados ao banco dos réus por suas supostas vítimas.

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