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Waffle investe R$ 4 milhões em seu canal de TV — e aposta em influenciadores para 'fisgar' a GenZ

Hernane Jr., fundador e CEO do grupo de mídia, contou com exclusividade à EXAME os nomes dos apresentadores da Waffle TV e detalhes da operação do novo produto

Hernane Jr, fundador e CEO da Waffle (Divulgação)

Hernane Jr, fundador e CEO da Waffle (Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 18h26.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2025 às 20h10.

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Para muitas pessoas, o consumo de TV tradicional perdeu espaço para o streaming e os conteúdos nas redes sociais. Mas o formato se reinventou na era digital, mantendo seu apelo entre as novas gerações. A TV conectada, que oferece acesso a vídeos pela internet, tem se destacado como um promissor canal publicitário, com projeção de atingir US$ 17,25 bilhões em valor de mercado até 2029, segundo relatório da organização Mordor Intelligence.

De olho nessa onda, a Waffle Media, empresa por trás do the news, newsletter e podcast que apresenta as principais notícias do momento todas as manhãs, lança nesta segunda-feira, 3, seu próprio canal digital de TV. A empreitada contou com investimento superior a R$ 4 milhões.

Para conquistar o favoritismo dos jovens, a Waffle oferece uma programação focada em curadoria de conteúdo e entretenimento. Transmitido pelo YouTube, o canal digital de TV inicia sua operação com o programa “Estamos em outra”, que será exibido ao vivo de segunda a sexta-feira, das 10h30 às 13h30. A atração reúne influenciadores populares, como Julinha Gomes, Fernanda Concon, Lu Nunes, Ricardo Sarkis e Murilo Tronco. A programação será ampliada gradualmente, oferecendo uma conexão contínua com os espectadores.

O estúdio, com mais de 300 metros quadrados, fica de frente para a Avenida Faria Lima, no mesmo prédio do Instituto Tomie Ohtake, um dos ícones arquitetônicos de São Paulo. Além disso, o local contará com uma área interativa para que o público participe ativamente da construção desse novo canal.

Hernane Jr., fundador e CEO da Waffle, conta em exclusividade à EXAME que a curadoria de conteúdo e a interatividade serão os pilares fundamentais do projeto. A meta é consolidar a Waffle TV como o canal favorito das próximas gerações.

“As novas audiências não assistem mais aos canais tradicionais ou a cabo, mas passam cada vez mais tempo consumindo conteúdos no YouTube e TikTok. Não é à toa que vemos um aumento nas vendas das Smart TVs ano a ano e fenômenos exponenciais como a Cazé TV", explica.

"Por outro lado, há uma carência de curadores diante desse excesso de informações, então vamos usar toda a expertise do nosso time nesse aspecto para adaptar formatos clássicos da televisão brasileira para essa geração”.

O executivo também afirma que a proposta deste formato é tornar a Waffle cada vez mais presente na rotina do público. “A Waffle TV será isso: uma companhia para todas as horas, que começa com pequenos programas, mas que vai expandindo a grade até que estejamos juntos em qualquer momento do dia”, pontua.

Onde tudo começou

A chegada da Waffle Media no mercado ocorreu há cinco anos, quando Hernane Jr. lançou a primeira edição da newsletter "the news". Com publicação diária e gratuita, a iniciativa marcou o início de um crescimento acelerado.

Em 2021, a empresa realizou uma rodada de investimentos do tipo "FFF" (Family, Friends and Fools), levantando um valor equivalente a quase 40% do faturamento anual. Os recursos foram destinados para o crescimento da equipe e à aquisição de novas tecnologias.

De lá para cá, a empresa cresceu rapidamente no ambiente digital. Em 2020, 259 pessoas receberam a primeira edição e hoje são mais de 2 milhões que recebem a newsletter diariamente, segundo dados fornecidos à EXAME. “Nos primeiros 18 meses da empresa, tínhamos só três membros no time e não faturávamos, mas sabíamos que precisávamos criar conteúdos que promovessem conexões reais e dialogassem com a nova geração de forma leve”, explica o fundador.

Hoje, o quadro societário é composto apenas por acionistas minoritários. “Temos o objetivo de trazer colaboradores e creators como futuros sócios”.

Atualmente, a empresa possui 9 newsletters (the bizness, rising, GoGet, the jobs, the stories, Health Times,Trend Report e the champs, além do the news), somando 2 milhões de leitores ativos, e se destacando pela capacidade de simplificar a interação do seu público com os mais diversos conteúdos, sejam eles relacionados a negócios ou entretenimento. A empresa também tem o podcast líder de notícias do país, o the news, que está no topo de diversos rankings das plataformas de áudio e é o mais consumido entre jovens de 18 a 34 anos no Spotify.

No total, esses produtos impactam quase 50 milhões de pessoas mensalmente. Em cada um deles, a Waffle também conta com os maiores anunciantes do mercado, tendo veiculado campanhas do Itaú, McDonald’s e Nubank. Um patrocínio médio custa R$ 50 mil, mas pode chegar até R$ 500 mil.

“No cenário atual, onde o universo digital pode causar uma sensação de isolamento, queremos continuar sendo a companhia ideal para o dia a dia daqueles que consomem os novos formatos de mídia. Estamos começando pequeno com alguns programas, mas um dia estaremos na sua tela durante 24 horas por dia”.

Afinal, vale a pena investir em TV?

Diante da disputa entre as empresas de mídia por audiência e protagonismo, o setor parece ter dado uma virada com novos investimentos em TV, mas com um formato fora do convencional. Esse movimento deu o que falar ano passado, quando o Grupo UOL anunciou sua expansão para a TV paga, em outubro. Mas, as oportunidades desse formato também foram notadas pela Waffle Media há muito tempo, principalmente pela mudança de comportamento entre os consumidores de conteúdo.

Segundo Hernane Jr., a Waffle TV surge como uma resposta às transformações nos hábitos de consumo de mídia dos mais jovens. Embora sejam altamente conectados no ambiente digital, os jovens anseiam por relações mais significativas e enfrentam desafios relacionados à solidão.

Um estudo da Exploding Topics, da McKinsey & Company, afirma que, em média, a geração Z passa seis horas e cinco minutos por dia em frente às telas, embora aproximadamente 50% dos jovens de 18 a 22 anos relatam sentir-se solitários.

No ambiente digital, as pessoas passam 23,2 horas por mês assistindo YouTube, sendo esta a segunda plataforma mais utilizada no mundo, logo atrás do TikTok (com 23,6 horas), de acordo com levantamento produzido pela Data AI.

“Como não encontram conexões reais, em paralelo, essas pessoas buscam a sensação de pertencimento na internet, especialmente nos conteúdos em vídeo. Não é à toa que o consumo de vídeos no TikTok, YouTube e Instagram crescem a cada dia que passa”, analisa o CEO.

Esse comportamento não passou despercebido pelo mercado publicitário. De acordo com a multinacional de investimento midiático GroupM, a TV conectada já representa 30,2% da receita publicitária televisiva nos Estados Unidos, movimentando aproximadamente US$ 19,4 bilhões de um total de US$ 64,1 bilhões.

A expectativa é que até 2029 essa fatia de investimento alcance 51,5%. É exatamente nesse potencial de crescimento que a emissora digital do grupo Waffle quer se inserir.

"Vamos produzir conteúdo onde a atenção das novas gerações está. Tudo o que criamos e fazemos no grupo em termos de conteúdo é fruto de observação do comportamento humano”, finaliza o CEO.

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