Vale Tudo: entenda a opinião popular sobre o final de Odete (TV Globo/Divulgação)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 10h58.
Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 11h37.
Uma das vilãs mais famosas da teledramaturgia brasileira se tornou um marco para mais uma geração. Mesmo com sua acidez, que remonta criticas sociais vividas desde os anos 1980, uma pesquisa do Datafolha, realizada em setembro, revela que o público da nova versão de Vale Tudo desaprova a morte de Odete Roitman, a vilã central da trama.
Embora a maioria dos espectadores concorde que a personagem mereça ser punida por suas ações, apenas 4% desejam que ela morra. Esse número é consideravelmente inferior ao registrado em 1988, quando 38% dos paulistanos aprovavam sua morte na versão original, com Beatriz Segall no papel.
A pesquisa realizada entre os dias 8 e 9 de setembro, foi conduzida com 2.005 pessoas acima de 16 anos, em 113 municípios de cinco as regiões do Brasil, com margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento revelou que 47% dos entrevistados preferem que o castigo de Odete seja a pobreza, enquanto 35% optam pela prisão. A audiência da novela é estimada em um terço da população brasileira, com predominância de mulheres, das classes sociais D e E, e do público negro.
Além das percepções sobre Odete Roitman, a pesquisa também destaca divergências em relação à protagonista Raquel Acioli, interpretada por Taís Araújo no remake.
Nas redes sociais, parte do público acusa a trama de carregar uma visão racista, ao retratar uma personagem negra que retorna à luta pela sobrevivência, em contraste com a versão original, onde Raquel, vivida por Regina Duarte, ascende economicamente.
No entanto, 65% dos participantes da pesquisa consideraram o remake "ótimo" ou "bom", e a maioria dos que votaram favoravelmente às mudanças argumentou que elas tornaram o enredo mais surpreendente e envolvente.
A novela Vale Tudo se mantém uma referência importante sobre as tensões sociais brasileiras. O enredo aborda temas como crise econômica, política, honestidade e corrupção, questões que, segundo 38% do público, são os assuntos centrais da trama.
A autora do remake, Manuela Dias posiciona a história como um conflito familiar, embora muitos espectadores a enxerguem também como uma crítica ao Brasil pós-ditadura militar.