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Universal e Warner negociam acordos bilionários de música com empresas de IA

Gravadoras negociam com Google, Spotify e startups um modelo de pagamento por uso de músicas para treinar modelos de IA

Universal: gigante da música negocia cobrança para treinar inteligência artificial (iStock Editorial/Getty Images)

Universal: gigante da música negocia cobrança para treinar inteligência artificial (iStock Editorial/Getty Images)

Publicado em 2 de outubro de 2025 às 10h21.

Duas das maiores gravadoras do mundo, Universal Music e Warner Music, que representam artistas como Taylor Swift, Coldplay e Kendrick Lamar, estão próximas de fechar acordos históricos de licenciamento com empresas de inteligência artificial, segundo reportagem do jornal britânico Financial Times.

Os contratos, previstos para as próximas semanas, podem estabelecer o padrão de como a indústria musical será remunerada no uso de catálogos para treinar modelos de IA e gerar músicas artificiais.

As negociações envolvem gigantes de tecnologia como Google e Spotify, além de startups como ElevenLabs, Stability AI, Suno, Udio e Klay Vision.

Algumas delas, como Suno e Udio, estão no centro de disputas judiciais com as gravadoras por supostas violações de direitos autorais, mas agora participam das conversas para buscar um acordo que também contemple possíveis acertos retroativos.

Segundo o jornal, ainda não está claro quais dessas companhias estão mais próximas de chegar a um acordo definitivo com as gravadoras.

Pagamento por música

O modelo em discussão é semelhante ao do streaming: cada utilização de música em sistemas de IA acionaria um micropagamento. Para viabilizar esse formato, as empresas de tecnologia precisariam desenvolver ferramentas de atribuição capazes de identificar quando e como as canções são usadas — em modelos parecidos ao sistema de content ID do YouTube.

As gravadoras enxergam as negociações como uma forma de evitar repetir erros cometidos no início da era da internet, quando serviços de compartilhamento gratuito de música colocaram em risco o negócio fonográfico.

Executivos afirmam que os acordos com empresas de IA podem se tornar precedentes fundamentais, embora ressaltem que os contratos tendem a ser mais complexos do que os do streaming, já que a IA pode empregar músicas de maneiras menos claras.

A pressão por acordos de licenciamento e regras claras de remuneração vem em um momento em que faixas geradas por IA já ocupam grande espaço nas plataformas. Em setembro, o serviço francês Deezer estimou que quase um terço das músicas enviadas à sua plataforma eram criadas com tecnologia de IA. Já o Spotify informou ter removido 75 milhões de faixas artificiais consideradas “spam” apenas no último ano.

A Sony Music, casa de artistas como Adele e Beyoncé, declarou que também mantém conversas com empresas que treinam modelos de forma ética e que tragam benefícios a artistas e compositores.

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