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'Tremembé': conheça a história do 'livro proibido' que aparece na série

'Diário de Tremembé: O Presídio dos Famosos' foi retirado de circulação em 2019 após ter a veracidade questionada pelos personagens, que não autorizaram o uso de suas imagens

'Diário de Tremembé': entenda porque o livro foi retirado de circulação  (Amazon Prime Video/Reprodução)

'Diário de Tremembé': entenda porque o livro foi retirado de circulação (Amazon Prime Video/Reprodução)

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 18h28.

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A série 'Tremembé' estreou no Prime Video na última sexta-feira, 31, e se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais por  retratar os bastidores da vida de detentos conhecidos pelo público na penitenciária localizada no interior de São Paulo que ficou conhecida como a 'prisão dos famosos'. A obra mistura elementos factuais com liberdade criativa.

Entre os personagens, estão Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais em 2002; Elize Matsunaga, que matou e esquartejou o marido em 2012; e Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabella Nardoni em 2008.

Além da rotina dentro da prisão, outro ponto que chamou a atenção do público foi um livro mencionado no segundo episódio. 'Diário de Tremembé: O Presídio dos Famosos' foi escrito por Acir Filló, jornalista e ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, na grande São Paulo. 

Na série, Filó aparece ajudando Alexandre Nardoni a construir uma maquete em uma tentativa de provar sua inocência no assassinato da própria filha. Na vida real, a relação entre o autor e os demais personagens não é tão amigável assim.

'Diário de Tremembé'

Filló esteve na Penitenciária Masculina P2 de Tremembé entre 2017 e 2019. O ex-prefeito foi cassado e condenado por falsificação e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público de São Paulo, seu patrimônio teria aumentado em 31 vezes durante sua gestão devido a um esquema de desvio de recursos públicos.

O livro, escrito ainda na penitenciária, narra relatos polêmicos que os demais detentos teriam dado a Filló. Segundo a contracapa do livro, Roger Abdelmassih, o ex-médico condenado por estuprar pacientes, teria fraudado seu estado de saúde para conseguir prisão domiciliar. O livro também conta que Cristian Cravinhos, irmão de Daniel Cravinhos e um dos envolvidos na morte do casal Richthofen, teria revelado ao autor que Suzane também desferiu golpes após os pais já terem sido atacados pelos irmãos Cravinhos.

A obra foi lançada em junho de 2019, mas logo foi retirada de de circulação. Em agosto do mesmo ano, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, suspendeu as vendas do livro após os detentos mencionados contestarem a publicação. Eles afirmaram não terem autorizado o uso de suas imagens e questionaram a veracidade das informações narradas.

Em sua decisão, a magistrada escreve que “dos vários detentos mencionados na obra de autoria de Acir Fillo dos Santos, ficou comprovada autorização formal de apenas três, sendo que dois deles acusam o escritor de não haver sido fiel ao relato, tendo inserido no contexto informações ou fatos não legítimos ou reportados." A juíza ainda afirma que o livro é um conjunto de 'fofocas'. 

Após a decisão, Filló classificou a ação como 'censura' em uma carta escrita à mão. "Com este ato ditatorial, que remete o país ao sombrio período da ditadura militar, os ‘censores’ remetem a um atentado contra a constituição, contra a liberdade de imprensa."

Repercussão do livro

Ainda em 2029, a repercussão do livro foi tamanha que os detentos Alexandre NardoniCristian CravinhosGil RugaiLindenberg AlvesMizael Bispo de Souza e Guilherme Longo foram convocado ao Departamento de Execuções Criminais (Decrim) de São José dos Campos para prestar esclarecimentos. Todos negaram os relatos de Filló. 

Entretanto, a possibilidade de fraude no estado de saúde de Roger Abdelmassih levou a revogação do benefício de prisão domiciliar. Hoje, o ex-médico continua cumprindo sua pena em Tremembé.

Após o sucesso da série do Prime Video, a defesa de Acir Filló tenta revogar a decisão, mas o livro segue proibido. Alguns exemplares que foram vendidos enquanto a obra estava em circulação agora estão sendo comercializados ilegalmente em plataformas como OLX e Enjoei.

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