Tina Turner: artista morreu com 83 anos (DENIZE alain/Sygma/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 27 de maio de 2023 às 12h43.
Na quarta-feira, 24, o mundo da música perdeu uma de suas maiores lendas. Tina Turner, a icônica cantora e performer, faleceu aos 83 anos, deixando para trás um legado imortal e uma carreira repleta de sucesso.
Ao longo da vida, Tina conquistou o coração de inúmeros fãs ao redor do mundo com sua voz poderosa, presença cativante no palco e uma energia inigualável. Além de grandes conquistas musicais, ela também se destacou por sua história inspiradora de superação pessoal.
Tina Turner nasceu como Anna Mae Bullock em 26 de novembro de 1939, em Nutbush, Tennessee (EUA), e trabalhava com a mãe e irmãos nas colheitas dos campos de algodão. Frequentava a igreja e começou a cantar no coral. Ela teve uma infância difícil, com pais separados e uma vida familiar instável. Inclusive, não tinha uma relação boa com a mãe. No entanto, ela superou essas dificuldades e descobriu sua paixão pela música.
Antes de alcançar a fama, porém, Tina passou por dificuldades financeiras e trabalhou como empregada doméstica e auxiliar de enfermagem para pagar as contas. Em 1958, enquanto trabalhava como cantora de apoio na banda de Ike Turner, ela teve a oportunidade de subir ao palco e impressionou a todos com seu talento vocal.
Ela não fez aulas formais de canto. Além disso, aprendeu a dançar e a desenvolver suas habilidades de performance de maneira autodidata. Seus movimentos enérgicos e coreografias icônicas foram desenvolvidos com base em sua expressão natural e no seu estilo pessoal.
Um momento impressionante na carreira de Tina Turner aconteceu em 1988, quando ela se apresentou no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, para um público estimado de 188 mil pessoas. Essa performance histórica entrou para o Guinness World Records, na época, como a “maior participação paga em um show para um artista solo”. O show foi uma demonstração do imenso poder de atração de Tina e sua capacidade de conquistar multidões com sua energia contagiante e talento inegável.
Tina também se encontrou com o Rei Pelé e dedicou “Simply the best” a Ayrton Senna.
Tina Turner alcançou grande sucesso ao lado de Ike Turner, seu parceiro musical e, posteriormente, marido. No entanto, sua relação foi marcada por abusos e violência doméstica. Após anos de sofrimento, ela finalmente encontrou força para deixá-lo em 1976.
Foi mãe de quatro filhos: Craig e Ronnie (biológicos) e Ike Turner Jr. e Michael Turner (filhos de seu primeiro marido, Ike). Tina os adotou após a morte de sua mãe, Lorraine Taylor. Em 2018, o filho mais velho, Craig, que ela teve aos 18 anos com o saxofonista Raymond Hill, faleceu aos 55 anos em um aparente suicídio. Quatro anos depois, o filho mais novo, Ronnie, morreu devido a complicações relacionadas a um câncer.
Ilke Turner Jr., está com 65 anos e é produtor musical. Já Michael Turner, 64, sempre optou por uma vida privada.
Tina Turner alcançou um renascimento impressionante em sua carreira na década de 1980. Seu álbum de 1984, “Private Dancer”, foi um enorme sucesso, impulsionado por hits como “What’s Love Got to Do with It” e “Private Dancer”. O disco vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo e rendeu à cantora quatro prêmios Grammy, incluindo o de Gravação do Ano. Sua energia eletrizante e apresentações ao vivo inesquecíveis também ajudaram a solidificar sua reputação como uma das melhores artistas de performance da indústria musical.
Além da carreira musical, Tina Turner também demonstrou habilidades notáveis na atuação. Em 1975, ela estreou nas telas de cinema no filme “Tommy”, dirigido por Ken Russell. Sua atuação como Acid Queen rendeu elogios da crítica e mostrou seu talento versátil. Ela também estrelou outros filmes, incluindo “Mad Max Beyond Thunderdome” (1985), ao lado de Mel Gibson.
Tina Turner acumulou um impressionante número de prêmios ao longo de sua carreira, incluindo múltiplos Grammy Awards. Ela foi reconhecida em diversas categorias, como Melhor Performance de R&B por um Duo ou Grupo com Vocal em 1972, Gravação do Ano, Canção do Ano, Melhor Performance Vocal Pop Feminina, Melhor Performance Vocal de Rock Feminino e Álbum do Ano em 1985.
Nos anos seguintes, ela continuou a receber prêmios nas categorias de Melhor Performance Vocal de Rock Feminino e conquistou a estatueta de Melhor Performance Vocal de Rock Feminino em 1986, 1987 e 1989. Em 2008, seu disco recebeu o cobiçado prêmio de Álbum do Ano, e em 1999, ela foi incluída no Grammy Hall of Fame.
Além dos Grammy Awards, Tina Turner foi homenageada com o Prêmio Contribuição em Vida no Grammy Special Awards em 2018. Ela também foi premiada nos Billboard Year-End Charts Awards, incluindo Retorno do Ano, Artista do Ano, Vocalista Feminina do Ano, Artista Soul/R&B do Ano e Álbum do Ano em 1984. Nos MTV Video Music Awards, ela recebeu a estatueta de Melhor Vídeo Feminino em 1985 e Melhor Performance de Palco em um Vídeo em 1986.
Outros prêmios notáveis que Tina Turner recebeu incluem os American Music Awards, Chipre Music Awards, Essence Awards, World Music Awards e Rolling Stone Critics Poll Music Awards.
Após uma carreira musical brilhante e uma série de turnês, Tina Turner decidiu se aposentar da música em 2009. Ela optou por se afastar dos holofotes e desfrutar de uma vida mais tranquila. Desde então, ela apareceu em eventos selecionados e ocasiões especiais, mas preferiu manter uma presença mais discreta. A aposentadoria permitiu que ela aproveitasse o tempo livre e se concentrasse em outros aspectos de sua vida, incluindo família, saúde e bem-estar.
Tina Turner conquistou mais um marco em sua carreira quando, em 2022, uma boneca Barbie foi lançada em sua homenagem. Ela foi inspirada no icônico look usado por Tina no videoclipe de “What’s Love Got to Do With It”. A Barbie capturou com precisão os traços distintivos de Tina Turner, incluindo seu cabelo, figurino deslumbrante e atitude empoderada. Essa homenagem é um testemunho do impacto duradouro que a artista teve não apenas na música, mas também na cultura popular como um ícone de estilo e empoderamento.
Tina Turner adotou a cidadania suíça em 2013, renunciando à americana. Após se apaixonar pela Suíça durante uma visita nos anos 1980, ela se estabeleceu no país e fez dele o seu lar. A cantora desfrutou da tranquilidade e privacidade que o país oferece e se envolveu ativamente em causas humanitárias e filantrópicas. A decisão de se tornar cidadã suíça mostrou seu vínculo duradouro com o país e desejo de viver uma vida tranquila e significativa. Ela permaneceu na Suíça até sua morte em 2023, aos 83 anos, deixando um legado musical e uma inspiração duradoura para muitos.