The Last of Us: veja o que achamos do episódio 6 (The Last of Us/ HBO/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 20 de fevereiro de 2023 às 00h15.
Passando da primeira metade da série e se aproximando do fim da temporada, o sexto episódio de The Last of Us, que foi ao ar neste domingo, 19, elevou a jornada de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsay) a um novo patamar: fora dos conflitos externos, o tema principal desse capítulo ficou centrado no relacionamento dos protagonistas.
Aprofundando a mensagem principal da série, o episódio "Kin" desenvolveu uma trajetória emocional muito esperada pelo público. Com uma profunda ligação emocional à Ellie, além do relacionamento conturbado com Tommy (Gabriel Luna), os roteiristas colocam Joel, agora, em um destino incerto.
Com 56 minutos, "Kin" mostra uma atuação brilhante de Pedro Pascal em papéis dramáticos e revela o estágio do relacionamento em que Ellie e Joel se encontram: mais do que carga e transportador, a relação paternal entre eles se firma — e cria raízes.
ATENÇÃO: a partir daqui esse texto contém spoilers do episódio 6 de The Last of Us!
Ainda que todo o percurso da série se centre na trajetória de Ellie até a eventual produção de uma vacina contra o cordyceps, neste episódio, o protagonismo de Joel se elevou à construção de um personagem cada vez mais completo.
Se nos outros capítulos vemos um protagonista emocionalmente fechado, lutando contra seus próprios sentimentos conflitantes e o luto de suas perdas, em "Kin", as verdadeiras preocupações de Joel se tornam o tema central da história.
Seja no receio de ceder à pressão ou na aflição do fracasso, é na conversa com Tommy que vemos a real angústia do personagem ser transposta por palavras: o maior medo de Joel é perder, de novo, a pessoa mais importante da vida dele, reviver a história de Sarah (Nico Parker) em Ellie.
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E admitir isso, seja para o próprio irmão ou para ela, é um dos momentos mais conflitantes entre a escolha de lidar com os próprios medos ou enfrentá-los. Um lembrete diário do bordão da série: "quando perdido na escuridão, procure a luz", que se desenrolará ainda mais nos próximos episódios.
Importante ressaltar, aqui, a brilhante atuação de Pascal nos diálogos com Gabriel Luna e Bella Ramsay.
Se os sentimentos do personagem de Pascal são prioritários no episódio seis, vale dizer que as escolhas de Ellie também começam a se refletir na visão e na expectativa que ela mesma cria sobre Joel.
Desconfiada desde que chegam à cidade em que Tommy vive, é nas conversas com Maria (Rutina Wesley) que vemos a lealdade inquestionável de Ellie: a personagem projeta em Joel uma figura de proteção, de segurança. E é por isso que a primeira escolha dele, de deixá-la com Tommy, soa para ela como uma traição tão devastadora.
Toda a atmosfera da conversa dos dois foi uma brilhante escolha dos roteiristas, ainda que elas sigam, quase como uma cópia, a gameplay do jogo. Pela primeira vez e sem rodeios, os sentimentos de ambos ficam à mostra: a fragilidade da escolha de Joel, o medo de Ellie — aquele mesmo que ela escreve para Sam, no episódio anterior —, o impacto da escolha das palavras.
E mesmo diante dos conflitos, é a escolha final que realmente conta e faz desse episódio um dos mais importantes para que o público compreenda o cerne de The Last of Us: Ellie não o deixaria nem se tivesse a oportunidade. E Joel, ainda que com medo, já não consegue lidar com a ideia de não tê-la por perto.
Não é novidade dizer que a fotografia de The Last of Us impressiona. Já nos primeiros episódios, as imagens de Boston (EUA) no pós-apocalipse surpreendem pela beleza. Em "Kin", com as montanhas e o cenário na neve, a fotografia é ainda mais importante.
É na conexão da fotografia com o enredo, porém, que a série ganha mais vida. Na cena noturna da aurora boreal, o diálogo incerto do futuro dos personagens se perde na imensidão do céu estrelado, uma conexão não verbal muito significativa para o público.
Apesar do tom mais triste, seja pela relação entre Joel e Ellie ou mesmo entre Joel e Tommy, é interessante ver alguns cuidados que a série teve com os detalhes.
Do quadro com a homenagem a Kin e Sarah, o corte de cabelo e até o coletor menstrual — uma baita sacada dos roteiristas para manter a atualidade e cativar o público feminino —, essas pequenas escolhas mostram a preocupação dos produtores em tornar a história mais factível.
Com os últimos minutos chocantes, Bella Ramsay deve ganhar mais protagonismo no próximo episódio. A cena final de Joel deixa em aberto o futuro do personagem e abre margem para que Ellie tenha que tomar os próximos passos de forma independente.
Fica a questão: será que eles seguirão juntos?
Seguindo a trajetória dos demais capítulos, o sétimo episódio estreia no próximo domingo, 26 de fevereiro, às 23h.
A HBO exibirá o episódio para assinantes da TV por assinatura que incluam seu pacote. O capítulo estará disponível nos canais 1 e 2 da HBO.
Também no domingo, 26, os assinantes da plataforma HBO Max terão acesso ao sétimo episódio.
O sexto episódio irá ao ar no dia 19 de fevereiro, sexta-feira, com exibição nos canais e na plataforma de streaming da HBO, a partir das 23h.
Além de Pedro Pascal e Bella Ramsey, a série também conta com Anna Torv, Gabriel Luna, Merle Dandridge, Nico Parker, Nick Offerman, Murray Bartlett e Storm Reid.