James Webb: telescópio teve espelho atingido por meteorito (NASA GSFC/CIL/Adriana Manrique Gutierrez/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 9 de junho de 2022 às 14h00.
Última atualização em 9 de junho de 2022 às 14h13.
O recém-lançado telescópio James Webb, da Nasa, teve um de seus espelhos principais atingido por meteoritos minúsculos, conhecidos como micrometeoróides.
É a quarta vez que o substituto do Hubble é atingido, sendo essa a mais significativa. O acidente, que ocorreu entre os dias 23 e 25 de maio, não deve interferir no cronograma da missão do James Webb, de acordo com a agência espacial.
Os micrometeoróides são pequenas partículas de rocha no espaço, como minúsculos meteoritos. Eles tendem a pesar menos de uma grama, mas podem atingir objetos lançados ao espaço.
Um dos espelhos principais do telescópio James Webb -- o segmento C3 do espelho primário hexagonal -- foi atingido por meteoritos entre os dias 23 e 25 de maio. É a quarta vez que um evento do tipo acontece com o telescópio, mas esse foi o de maior impacto.
A Nasa, porém, parece se manter otimista. “Projetamos e construímos o Webb com uma margem de desempenho – óptico, térmico, elétrico, mecânico – para garantir que ele possa cumprir sua ambiciosa missão científica”, disse Paul Geithner, vice-gerente do projeto da Nasa, em comunicado.
Em suas análises dos confins do universo, o telescópio James Webb usa uma técnica chamada espectroscopia de transmissão, que pode calcular a composição química de um planeta e possivelmente indicar se já existiu vida lá.
Se um exoplaneta passa entre o Webb e a estrela durante sua órbita, ele bloqueia parcialmente parte da luz da estrela. Se o exoplaneta tiver uma atmosfera, quaisquer gases que ele contenha absorverão parte dessa luz antes de atingir os espelhos sensíveis do Webb.
Então, os astrônomos podem determinar quais comprimentos de onda estão faltando na luz que passou pela atmosfera para inferir os gases presentes ali.
Diferente de outros telescópios, o Webb fornece observações infravermelhas mais precisas, permitindo discernir mais gases do que o Hubble, que trabalhava principalmente na faixa da luz visível.
LEIA TAMBÉM: