Cena do novo filme do Super-Homem (Divulgação/Warner)
Repórter de POP
Publicado em 23 de junho de 2025 às 15h57.
Rio de Janeiro (RJ)* - "Olhe para cima!". O slogan do super-herói mais forte do mundo nunca fez tanto sentido quanto nesta segunda-feira, 23, quando o elenco do novo filme de "Superman", dessa vez escrito e dirigido por James Gunn, desembarcou no Rio de Janeiro na Casa de Santa Teresa. Literalmente um dos pontos mais altos da cidade — de frente ao paradisíaco Morro do Pão de Açúcar.
O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 10 de julho, sob a tensão das expectativas, tanto do público quanto dos investidores. Marca o início de um novo momento de esperança para o Universo Cinematográfico da DC (DCU) após uma série de bilheterias fracassadas em 2023, a exemplo de "Besouro Azul", "The Flash" e "Shazam! Fúria dos Deuses", todos abaixo com bilheteria abaixo dos US$ 270 milhões. E a responsabilidade recai quase inteira nas costas de Gunn.
"A verdade é que eu já tinha começado a escrever o Superman antes de ser contratado pela DC. Mas minha paixão pelo herói foi além disso. Eu sabia que precisávamos de algo forte, e que fosse como um ponto central para o novo DCU. É o super-herói original, e eu achei que ele seria o perfeito para recomeçar", explicou Gunn na única coletiva de imprensa do filme na América Latina, no Brasil, da qual a EXAME fez parte.
A expectativa da Warner é repetir o sucesso já consolidado da principal concorrente da DC, a Marvel, que surfou na onda da popularidade do diretor com "Guardiões da Galáxia Vol. 3". O filme, escrito e dirigido por Gunn, que tem como principal tema a história de Rocky Racoon, faturou US$ 845,5 milhões nos cinemas. Mais que o dobro do último "sucesso" da DC, "Aquaman 2: O Reino Perdido", que fechou a temporada em cartaz com US$ 439 milhões de faturamento.
A recuperação diante da sequência de baixas bilheterias da DC enfrenta o desafio direto de uma recente preferência pelo estúdio da Disney. Mas o fã dos heróis da Liga da Justiça é cativo, e a fórmula para atingir o sucesso, ou pelo menos o que Gunn acredita que deve ressoar melhor no público, é a criação de um Superman mais humano.
"Eu acho que a vaidade humana disso, as partes que nos permitem entrar de alguma forma com o Superman e ficar com ele, é divertido. Mas no final das contas, realmente, o principal enredo é o relacionamento do Superman consigo mesmo, as escolhas que ele faz no fim do dia, a escolha dele pela humanidade, e como ele dorme e deita a cabeça no travesseiro de noite", explica Gunn. "É uma tentativa de aproximar um super-herói 'perfeito' do resto da humanidade imperfeita".
O novo Superman, David Corenswet, é alto, musculoso como o personagem deve ser, com os olhos azuis marcantes — quase tão cristalinos quanto os de Christopher Reeve, ator que imortalizou o personagem no cinema. Mas seu propósito na trama, e a conexão que assume com o par romântico, aqui bem representado por Rachel Brosnahan (Louis Lane), têm uma pincelada a mais de química que já fica evidente nos trailers do novo filme.
Para Brosnahan, que acompanhou Gunn na World Tour do filme com Corenswet (Clark Kent), a tal da "química" veio primeiro do roteiro bem escrito, mas também das perguntas e interações que ambos os atores tiveram frequentemente com o diretor.
"O roteiro permite ver tantas cores diferentes de personagens, sobretudo em uma cena na qual Louis entrevista o Superman, que dura cerca de 10 minutos. Você vê aquela ternura, você vê a paixão deles um pelo outro e pelas suas visões de mundo", explica a atriz. "E uma das coisas que eu adoro nesses personagens é que eles são meio que os lados opostos da mesma moeda. No final, ambos acreditam na verdade e na justiça, na busca implacável por isso, mas frequentemente têm ideias diferentes sobre como chegar lá. Ela é alguém que está 10 passos à frente de todos os outros, e ele é radicalmente presente".
Já para Corenswet, o sentimento nítido em tela vem de um conhecimento e envolvimento profundo entre os dois atores, pautado sobretudo na noção de respeito. "Quando nos encontramos e sentamos para ler essa cena da entrevista pela primeira vez, senti que ambos queríamos garantir que a outra pessoa se sentisse confortável, porque é uma ocasião com ternura, mas ainda assim tensa. Quando a cena começa, temos que começar imediatamente a nos enfrentar e a nos cobrar sobre as besteiras um do outro e o que mais for. Então, de certa forma, isso foi uma maneira perfeita de começar esse relacionamento", acrescentou o ator.
Essa química, complementou Gunn, alinha-se perfeitamente à necessidade do filme em tornar Superman em um herói mais humano e próximo do espectador. Mas tem um "quê" a mais, na visão do diretor.
"Vocês dois vieram com a química. É difícil explicar o que ela é, mas sei que já trabalhei com outros casais românticos na tela que não a têm. Simplesmente não dá para ver. E você pode meio que forçar isso através da edição e do trabalho, tentando acertar a música e tudo mais. Mas com esses dois, eles chegaram e começaram a atuar e simplesmente estava ali. Era como uma eletricidade. Eram ambos, sabe, ótimos individualmente. Mas juntos, é realmente como uma coisa química, onde você tem energias totalmente diferentes que combinam muito", finalizou Gunn.
O filme tem estreia no Brasil marcada para o dia 10 de julho.
Além de Daniel Corenswet e Rachel Brosnahan, compõem o elenco Nicholas Hoult, Isabela Merced, María Gabriela de Faria, Edi Gathegi, Nathan Filion, Milly Alcock, entre outros. James Gunn assina como diretor e roteirista.
*A repórter viajou a convite da Warner Bros. Discovery.