'Stranger Things': primeiros episódios da 5ª temporada já estão disponíveis na Netflix (Netflix/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 14h36.
Última atualização em 27 de novembro de 2025 às 14h44.
A Netflix lançou os quatro primeiros episódios da quinta temporada de “Stranger Things” na última quarta-feira, 26.
O Volume 1 se encerra com o episódio “Feiticeiro”, dirigido e escrito pelos irmãos Matt e Ross Duffer. O capítulo termina com uma grande batalha e já prepara o terreno para o Volume 2, que estreia no Natal, e para o desfecho definitivo da série, previsto para o Ano Novo.
Em entrevista à revista americana Variety, os criadores de "Stranger Things" falam do final do Volume 1 da 5ª temporada e explicam as escolhas para o desfecho do quarto episódio, que surpreendeu fãs.
No confronto final do quarto episódio, Vecna (Jamie Campbell Bower) atravessa a membrana do Mundo Invertido e enfrenta Joyce (Winona Ryder), Mike (Finn Wolfhard) e Will (Noah Schnapp) e os poucos soldados restantes. Ele rapidamente vira as armas contra os militares, aciona uma granada e captura Will.
Prestes a sucumbir, Will acessa memórias de infância e manifesta poderes até então desconhecidos. Ele paralisa todos os Demogorgons, percebe que consegue enxergar através dos olhos das criaturas e mata cada uma delas.
O Volume 1 termina com Will erguendo a cabeça, limpando o nariz sangrando com o braço e encarando o horizonte com determinação.
Quando estreia o Volume 2 da 5ª temporada de 'Stranger Things'?Na entrevista, os irmãos Duffer explicam que os poderes de Will não são iguais aos de Onze. Ross Duffer afirma que “é diferente, porque ele consegue canalizar os poderes de Vecna”. Will não possui habilidades próprias, mas consegue acessar a capacidade de Vecna e manipular tudo o que está conectado à mente coletiva.
Matt Duffer detalha que Will “acessa a mente coletiva e consegue manipular qualquer coisa dentro dela”, o que explica sua habilidade de controlar Demogorgons. Mas há limites: ele não consegue, por exemplo, abrir portas, já que “a porta não faz parte da mente coletiva”. Eles também confirmam que essa habilidade só existe porque Will foi capturado no Mundo Invertido.
Matt lembra que um embrião disso surgiu na 2ª temporada, quando Will era capaz de enxergar o que Vecna via, mas ainda não sabia que podia usar essa conexão a seu favor.
Segundo eles, o despertar dos poderes está ligado também ao arco emocional do personagem: Will passou anos mais medroso e reticente, e só agora começa a aceitar quem é, o que permite que ele comece a acessar os poderes.
Os irmãos Duffer também detalham os bastidores da longa batalha que encerra o episódio “Feiticeiro”. A sequência, especialmente o plano contínuo, exigiu meses de planejamento.
Matt Duffer conta que a cena “não foi originalmente escrita dessa forma”, mas que a intenção era torná-la imersiva, como se o espectador estivesse “no meio dela”.
A estratégia da Netflix para fazer Stranger Things faturar bilhõesO desafio técnico foi enorme: dublês, efeitos visuais, atores, crianças e filmagens noturnas. Matt explica que o plano contínuo é “costurado” a partir de vários trechos e que eles só tinham duas horas de filmagem por noite. “Então dividimos em quatro partes”, diz o diretor.
Mesmo acostumados a grandes sets, os dois afirmam que essa foi a situação mais complexa que enfrentaram. Ross Duffer resume: “Definitivamente foi a coisa mais difícil que já fizemos em toda nossa carreira”.
Apesar da escalada de tensão, ninguém morre no Volume 1. Isso não ocorreu por acaso. Segundo Ross Duffer, o plano sempre foi terminar essa metade da temporada com o contraste entre o “fundo do poço” (as crianças capturadas por Vecna) e o auge emocional com a revelação dos poderes de Will.
Questionados sobre o Volume 2 ser mais violento, Matt Duffer respondeu que a série não pretende se tornar “Game of Thrones”. “Não existe um Casamento Vermelho”, diz Matt, em referência a um dos episódios mais sangrentos da série da HBO. O diretor, no entanto, espera que o público se surpreenda.
Os criadores confirmam ainda que veremos mais memórias de Vecna na segunda parte. Matt descreve essa linha narrativa como a “nova Rússia” da temporada, com um núcleo reduzido, centrado em Max e Holly, funcionando em paralelo às demais tramas. “Estamos muito felizes com a forma como isso se integra às outras linhas narrativas”, afirma.