Gugu: Um dos maiores salários da TV brasileira, Gugu Liberato acumulou um patrimônio que pode chegar a R$ 1 bilhão (Rede Record/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 21 de junho de 2023 às 06h34.
Última atualização em 21 de junho de 2023 às 07h42.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) validou na noite de terça-feira, 20, o testamento deixado pelo apresentador Gugu Liberato, que morreu em novembro de 2019 aos 60 anos.
No documento, o apresentador deixou 75% de seu patrimônio para os três filhos e 25% para os sobrinhos. A mãe dos filhos de Gugu não foi incluída no texto original.
A decisão foi tomada pela 3ª turma do STJ de forma unânime. Todos os ministros acompanharam a relatora do caso, a ministra Nancy Andrighi.
O colegiado do STJ entendeu que Gugu pretendeu dispor de todo o seu patrimônio, não somente a parcela disponível, excluindo os herdeiros naturais.
O processo foi movido pelas filhas gêmeas do apresentador, Marina e Sofia. Elas questionaram a "redução testamentária para resguardar a parte do patrimônio (parte legítima) dos filhos (Marina, Sofia e João)", segundo nota da defesa. O apresentador também é pai de João Augusto Liberato.
Em nota enviada ao portal G1, Nelson Wilians, advogado de Marina e Sofia, disse que respeita a decisão da 3ª Turma do STJ, mas que irá recorrer. "Os ministros decidiram reverter a correta decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que havia reduzido a disposição testamentária, a fim de que o testamento deixado pelo apresentador Gugu Liberato respeitasse o disposto em Lei e na jurisprudência do próprio STJ. No testamento, ele dispôs de 100% da totalidade de seus bens, sem respeitar a parte legítima dos filhos."
A decisão do STJ ocorre em meio ao processo de reconhecimento de união estável movido por Rose Miriam, mãe dos filhos de Gugu, e em andamento na 9ª Vara de Família e Sucessões do foro Central de São Paulo. Nesta quarta-feira, 21, está prevista uma nova audiência sobre o caso. O processo corre em segredo de justiça.
O caso divide a família do apresentador. Segundo apuração do Estado de SP, na primeira audiência do caso, que aconteceu em maio, as gêmeas declararam apoio a mãe, enquanto o filho mais velho permaneceu em silêncio, assim como Aparecida Liberato e André Liberato, irmã e sobrinho de Gugu.
Após a morte do apresentador, em 2019, os familiares se reuniram para ler o testamento que Gugu fez em 2011. No documento, ele não reconheceu Rose Miriam como companheiro e nomeou a irmã, Aparecida Liberato, como quem deveria cuidar da divisão dos bens.
Segundo o desejo do comunicador, 75% do patrimônio avaliado em R$ 1 bilhão seria direcionado aos três filhos (R$ 750 milhões) e 25% restantes para os cinco sobrinhos (250 milhões). A mãe, Dona Maria do Céu, deveria receber uma pensão vitalícia de R$ 163 mil.
Rose decidiu entrar na justiça e solicitar o reconhecimento da união estável entre os dois. Caso o processo termine de forma positiva para a mãe dos filhos de Gugu, ela terá direito a metade da herança do apresentador. Os outros 50% serão divididos entre os três filhos.
Em reportagem sobre o caso no "Fantástico", em fevereiro de 2020, a mãe de Gugu, dona Maria do Céu, de 90 anos, afirmou que Rose Miriam e Gugu nunca tiveram uma relação. Carlos Regina e Dilermando Cigagna, advogados da família Liberato, validaram a declaração de Maria do Céu e garantiram que não havia união estável entre Rose e Gugu.
Na mesma reportagem, Nelson Wilians, advogado de Rose, rebateu a colocação e reforçou que sua cliente era "a mulher, a esposa, a companheira" de Gugu.
Um dos maiores salários da TV brasileira, Gugu Liberato acumulou um patrimônio que pode chegar a R$ 1 bilhão. De acordo com levantamento do Estadão, o apresentado era dono de diversos imóveis, estúdio de TV, investimentos em bancos e terrenos.