Redação Exame
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 15h13.
O Spotify anunciou nesta quinta-feira, 25, que removeu no último ano 75 milhões de músicas que usaram inteligência artificial (IA) de alguma forma. A plataforma disse que irá adotar novas regras para garantir mais transparência e combate a abusos, mas sem limitar o uso criativo da tecnologia por artistas.
A medida surge em resposta ao avanço das ferramentas de IA no meio musical. Algumas tecnologias facilitam desde a composição até a edição de faixas, mas também levantam preocupações sobre fraudes e conteúdos de baixa qualidade.
Uma das principais mudanças implementadas pelo Spotify é o fortalecimento dos filtros contra músicas consideradas de baixa qualidade, também conhecidas como spam, que são produzidas artificialmente e manipulam os números e os algoritmos de recomendação.
Outra proteção é para a prevenção da imitação ou clonagem de vozes de artistas sem autorização, especialmente no caso dos deepfakes vocais, que têm crescido com o uso de IA generativa.
Para combater essa prática, o Spotify promete maior agilidade na análise de conteúdos suspeitos e está testando sistemas para impedir o upload de músicas fraudulentas em perfis oficiais de artistas. Essas medidas visam proteger tanto os direitos dos artistas quanto a integridade do conteúdo musical na plataforma.
O Spotify enfatiza que o objetivo das mudanças não é punir o uso responsável e autêntico da IA, mas sim impedir que atores mal-intencionados explorem a tecnologia para difundir conteúdos enganosos, manipular algoritmos ou degradar a qualidade musical.
Um exemplo disso é o caso da banda virtual "The Velvet Sundown", que foi criada totalmente por IA e gerou grande repercussão, destacando a necessidade de sinalizações claras sobre o uso da tecnologia.
Essas atualizações refletem o desafio contínuo do setor musical em conciliar inovação tecnológica e ética, garantindo um ambiente seguro e confiável tanto para artistas quanto para ouvintes. Ao mesmo tempo, a plataforma busca liberar a IA como uma ferramenta legítima de criação, permitindo que artistas explorem as possibilidades oferecidas pela tecnologia de forma transparente e responsável.