Redatora
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 05h50.
O Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), controlador da Electronic Arts e de outros estúdios, enfrenta sinais de estresse financeiro poucos meses após anunciar a compra da EA por US$ 55 bilhões. Um vazamento interno aponta que o fundo opera com fluxo de caixa menor do que o necessário, acendendo o alerta para possíveis cortes, incluindo fechamento de empresas, demissões e suspensão de projetos.
De acordo com informações divulgadas pelo The New York Times, o PIF estaria gastando mais do que arrecada, cenário agravado pelos investimentos bilionários em megaprojetos nacionais, como a cidade futurista Neom e um resort totalmente automatizado. As restrições recentes à produção de petróleo — motivadas por fatores ambientais e econômicos — também pressionam a capacidade de recuperação no curto prazo.
O documento vazado indica que o PIF deve interromper novas aquisições nos próximos meses para conter o rombo financeiro. Não está claro, porém, se o grupo adotará medidas mais duras para equilibrar as contas em 2026, o que aumenta o temor de impactos diretos na indústria de jogos, incluindo possíveis ajustes em estúdios e cortes de equipes.
A Arábia Saudita, no entanto, nega qualquer risco. O representante do fundo, Marwan Bakrali, classificou as informações como imprecisas e afirmou que o PIF possui US$ 60 bilhões em caixa, além de “instrumentos financeiros similares”.
Outro ponto de atenção é que a compra da EA ainda não está concluída: o acordo depende da aprovação de órgãos reguladores nos Estados Unidos e em outros países, podendo, em um cenário extremo, nem ser finalizado.
Além da Electronic Arts e da SNK, o PIF mantém participações relevantes em grandes nomes da indústria global. O fundo controla a Scopely — dona da Niantic, de Pokémon GO — e tem fatias na Nintendo e na Take-Two Interactive.