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Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Cientistas podem ter encontrado (finalmente) a resposta

Descoberta de organismo unicelular marinho favorece a teoria de como foram formados os primeiros embriões do planeta

Ovo ou galinha: quem veio primeiro? (Gerado por inteligência artificial)

Ovo ou galinha: quem veio primeiro? (Gerado por inteligência artificial)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 10h47.

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A pergunta que todo mundo já ouviu pelo menos uma vez na vida — "quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?" — finalmente recebeu uma resposta definitiva. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, trouxe novas evidências que acabam com o paradoxo: quem chegou primeiro foi o ovo, mesmo.

A conclusão foi motivada pela descoberta de um organismo unicelular que apresenta características similares às dos embriões. Chamado Chromosfera perkinsii, ele foi identificado em sedimentos marinhos no Havaí em 2017 e é datado de bilhões de anos — muito antes do surgimento dos animais. Ao atingir um tamanho máximo, as células desse organismo começam a se dividir, mas mantém o mesmo tamanho, o que se assemelha à formação de um embrião dentro de um ovo, com processos coordenados de divisão e diferenciação celular.

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Durante aproximadamente um terço do ciclo de vida, essas colônias apresentam pelo menos dois tipos diferentes de células — algo no mínimo raro para organismos unicelulares (compostos por uma única célula). "É uma espécie unicelular, mas o seu comportamento mostra que nela já estão presentes processos de coordenação e diferenciação multicelular, muito antes de os animais aparecerem na Terra", argumentou a professora de bioquímica Omaya Dudin, líder no estudo suíço.

Evolução única e independente

Os cientistas que participaram do estudo também desenvolveram uma outra teoria: talvez o organismo unicelular possar ter evoluído de forma independente, até ser capaz de desenvolver embriões. Isso, claro, em um processo de evolução que levou milhões de ano.

Essa teoria justificaria porque, por exemplo, as formações embrionárias em mamíferos, répteis, aves e outras espécies ovíparas coexistem no planeta.

Para além da resposta ao antigo dilema, a pesquisa pode abrir novas possibilidades para o estudo da evolução de organismos multicelulares. Descobertas como fósseis de 600 milhões de anos com características embrionárias, por exemplo, poderiam ser reinterpretadas com base nesses resultados, ajudando a entender melhor os estágios iniciais da vida complexa e suas condições de desenvolvimento na Terra.

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