Jimmy Donaldson, mais conhecido como MrBeast, não é apenas o maior youtuber do mundo — é também um dos criadores mais bem pagos da história da internet. Segundo a Forbes, ele fatura cerca de US$ 85 milhões por ano, somando ganhos com vídeos, parcerias, licenciamento de marcas e seus próprios negócios. Isso equivale a aproximadamente US$ 7 milhões por mês, US$ 232 mil por dia e mais de US$ 9.700 por hora.

O valor o coloca à frente de estrelas como Dwayne “The Rock” Johnson (US$ 50 milhões), Taylor Swift (US$ 75 milhões) e LeBron James (US$ 70 milhões) em faturamento anual como indivíduo, de acordo com estimativas de publicações como Variety, Billboard e Forbes.

E tudo começou com vídeos caseiros publicados por um adolescente em Greenville, na Carolina do Norte. Hoje, seus desafios milionários, doações em massa e produções cinematográficas acumulam bilhões de visualizações e definem o novo padrão do YouTube, e o jovem de 27 anos acumulou uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão.

Quem é MrBeast: de contador de números a magnata da internet

Nascido em 7 de maio de 1998, em Wichita, Kansas, e criado na Carolina do Norte, MrBeast começou no YouTube aos 13 anos. Durante anos, publicou vídeos simples, quase sempre ignorados pelo algoritmo. Até que, em 2017, viralizou com uma façanha inusitada: um vídeo em que passa quase 24 horas contando até 100 mil. A publicação marcou o início de uma trajetória que mudaria o YouTube — e sua vida.

De lá para cá, o crescimento foi exponencial. Com mais de 400 milhões de inscritos em seus canais e mais de 600 milhões de seguidores nas redes sociais, MrBeast é, em 2025, o criador mais influente do planeta.

Mas o sucesso tem um preço — e ele próprio reconhece isso. "Eu não sinto risco, na verdade isso me empolga", disse MrBeast em entrevista ao podcast The Diary of a CEO. "Se minha saúde mental fosse prioridade, eu não seria tão bem-sucedido quanto sou... Às vezes me sinto um robô dos meus próprios negócios", completou.

Segundo ele, o segredo está no volume de esforço. "Eu trabalho todas as horas em que meus olhos estão abertos", afirmou. Em vez de acumular fortuna, prefere reinvestir o que ganha. "Dinheiro é combustível para fazer o negócio crescer", disse à Fortune.

Essa mentalidade obsessiva se reflete também na criação de conteúdo. Donaldson costuma dizer que precisou publicar mais de 100 vídeos até entender o que realmente funcionava no YouTube e começar a atrair grandes audiências. A partir daí, passou a aplicar testes, refinar fórmulas e montar equipes para melhorar cada detalhe dos vídeos — da thumbnail à emoção final.

Alta produtividade (e custos)

MrBeast construiu seu império combinando edição acelerada, desafios extremos e doações milionárias — uma fórmula pensada para capturar atenção em escala global. Seus vídeos são montados com ritmo frenético, emoção constante e valores de produção dignos de cinema. Entre os mais famosos estão títulos como:

• “Quem sair por último do círculo leva US$ 500.000”
• “50 horas enterrado vivo”
• “Fábrica de chocolate do Willy Wonka na vida real”

Esses projetos exigem orçamentos milionários, com produções que chegam a custar entre US$ 1 milhão e US$ 4,5 milhões, segundo o próprio criador. O especial “Beast Games”, por exemplo, inspirado em Round 6, teve orçamento de US$ 4,5 milhões. Já o vídeo “50 horas enterrado vivo” envolveu cerca de US$ 1,5 milhão em estrutura, segurança e pós-produção.

Para dar conta desse nível de execução, MrBeast mobiliza semanas de pré-produção e equipes de dezenas de pessoas, entre roteiristas, editores, engenheiros, designers e produtores.

Mas nada disso é feito por acaso. Donaldson acredita que a chave para o sucesso está em perseguir ideias difíceis de executar — justamente por serem as que ninguém mais consegue replicar. "Você precisa se treinar para não fugir de problemas difíceis e originais", explicou MrBeast em entrevista à Fortune. "São esses que geram o efeito ‘vaca roxa’, em que as pessoas simplesmente precisam assistir", disse, em referência ao conceito de originalidade extrema cunhado pelo autor Seth Godin.

A startup MrBeast

Nos bastidores, sua empresa, a MrBeast Studios, funciona mais como uma startup de mídia do que como um canal de YouTube tradicional. Sediada na Carolina do Norte, ela opera com mais de 250 funcionários dedicados exclusivamente à criação e execução de vídeos — número que cresce conforme os projetos se tornam mais ambiciosos.

A estrutura da companhia inclui roteiristas, diretores, engenheiros de produção, especialistas em logística, designers de cenários, editores, analistas de dados e desenvolvedores, todos integrados em uma cadeia de produção altamente coordenada. Cada vídeo é tratado como um projeto multimilionário com planejamento de semanas e execução de alto risco, semelhante a uma produção cinematográfica.

Além da área criativa, a empresa também abriga times de análise de dados, tecnologia, branding e marketing digital, que monitoram métricas de engajamento em tempo real, testam variações de títulos e thumbnails e validam formatos com maior potencial de viralização antes da publicação.

MrBeast afirma que valoriza cultura organizacional sólida e crescimento sustentável a longo prazo. "A retenção de funcionários no longo prazo é a oitava maravilha do mundo", disse ao Business Insider. "Um ponto essencial pra mim é: você precisa ver valor em trabalhar aqui. Isso não é só um emprego. É uma carreira".

A operação é pautada por uma cultura de atenção obsessiva aos detalhes — desde a paleta de cores dos cenários até o segundo exato em que uma surpresa explode na tela. Tudo é pensado para manter a atenção do público, maximizar retenção e gerar o próximo vídeo viral.

Fama, sacrifício e competição constante

Ser o número um também tem custos, segundo Donaldson. "Ser um youtuber de sucesso é como ser um atleta profissional", disse à Marca. "Você tem que estar no seu melhor o tempo todo. Não é algo que você merece — precisa levantar todos os dias e conquistar, porque há 20, 30 ou 50 milhões de pessoas que querem ser eu".

Essa pressão constante por inovação, relevância e performance o leva a uma rotina extrema. “Eu trabalho todas as horas em que meus olhos estão abertos”, declarou. Segundo ele, manter o topo exige não apenas criatividade, mas resiliência, obsessão por melhoria contínua e resistência à exaustão.

MrBeast está à frente de uma máquina de conteúdo que publica semanalmente e movimenta milhões de dólares por vídeo — em um ambiente onde a atenção do público é disputada segundo a segundo.

Ele também alerta sobre a realidade por trás do glamour digital. “Para cada pessoa como eu que deu certo, milhares não conseguiram. Tenha isso em mente e seja esperto, por favor”, disse à Fortune.

Em 2025, mais de 60 milhões de canais estão ativos no YouTube globalmente, segundo a empresa Tubics. Destes, menos de 0,01% alcançam rendimentos superiores a US$ 1 milhão por ano — e apenas uma fração ainda menor consegue sustentar esse nível de sucesso por mais de cinco anos.

Negócios fora da plataforma

MrBeast expandiu seu império com marcas como:

• Feastables, linha de snacks e chocolates premium, lançada em 2022, que faturou mais de US$ 10 milhões no primeiro mês e já está disponível em mais de 20 mil pontos de venda nos Estados Unidos e Canadá;
• MrBeast Burger, rede de fast food 100% virtual lançada em parceria com a Virtual Dining Concepts, que chegou a operar em mais de 1.700 cozinhas licenciadas em 2023 e gerou mais de US$ 100 milhões em vendas brutas até 2024;
• Beast Studios, sua produtora própria de conteúdo e parcerias de mídia, responsável por administrar contratos multimilionários, licenciamento global e o planejamento de projetos como a competição Beast Games, em parceria com a Amazon Prime Video.

Essas frentes diversificam a receita, sustentam a enorme estrutura da MrBeast Studios e garantem maior autonomia financeira frente às flutuações de receita publicitária do YouTube.

O criador definitivo de 2025

MrBeast lidera a lista da Forbes Top Creators 2025, superando figuras como Khaby Lame, Logan Paul e Emma Chamberlain. Ele reinventou o que significa ser um influenciador — e elevou o YouTube a outro patamar de produção, impacto e alcance.