Agência
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 15h36.
Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 16h05.
O Museu Digital Itinerante da Mongólia Interior, popularmente conhecido como “Ulan Muqir da frente museológica” (uma referência à expressão mongol para “equipe cultural vermelha”), tem como missão levar exposições digitais de relíquias históricas para cidades, ligas e municípios da região. O objetivo é alcançar locais com pouco acesso a serviços culturais, ampliando o acesso ao patrimônio histórico.
Em 2024, o projeto foi incluído na lista da Administração Nacional de Patrimônio Cultural como um caso exemplar de alto desenvolvimento e qualidade na área de patrimônio cultural.
Distribuição de recursos culturais na Mongólia Interior
A Mongólia Interior, que faz parte das regiões conhecidas como “Três Nortes”, possui 103 condados e uma fronteira de 4.200 km. Nessa vasta área, cerca de 2 milhões de pessoas residem em locais distantes e com distribuição desigual de recursos, o que dificulta o acesso à cultura.
Em resposta a esse desafio, o Museu da Mongólia Interior inaugurou, em 2010, o primeiro museu digital móvel do país. Após três anos de desenvolvimento, esse projeto inovador utiliza tecnologia avançada e formatos digitais para levar acervos diretamente às comunidades mais remotas.
O veículo de exposição possui 4 metros de altura, 2,6 metros de largura e 18 metros de comprimento. Seu salão interno de 45 m² é equipado com recursos de ponta, como reconstrução digital tridimensional de alta precisão, interação por toque e realidade aumentada (AR). Isso permite que o público explore as peças de qualquer ângulo, ampliando e girando as imagens para observar detalhes minuciosos.
Até o momento, mais de mil itens do acervo foram digitalizados em 3D com precisão milimétrica, criando um banco de modelos digitais interativos. Para muitos visitantes, essa experiência marca a primeira interação com um museu digital.
Desde sua estreia no Dia Internacional dos Museus, em 2013, o Museu Digital Itinerante percorreu as 12 cidades-ligas e os 103 condados da Mongólia Interior. Em cada parada, a equipe de educação social organiza atividades pedagógicas para contextualizar a história e a cultura das peças expostas.
O museu alcança públicos diversos. Em escolas, como no campus Shengle da Universidade Normal da Mongólia Interior, mais de 200 alunos e professores interagiram com as exposições. Em Chayouhouqi, na cidade de Ulanqab, mais de 400 visitantes utilizaram a realidade aumentada para “segurar” virtualmente um dragão de jade da Era Neolítica e conhecer reconstruções digitais da Rota da Seda.
Para Honggeer, do Departamento de Educação Social do Museu da Mongólia Interior, a principal contribuição do projeto é proporcionar à população um acesso direto a formas modernas de difusão cultural, levando o conteúdo cultural até as comunidades.
Em mais de uma década de atuação, o Museu Digital Itinerante realizou 420 exposições em diversas áreas, incluindo zonas agrícolas, pastoris, militares, comunitárias e escolares, além de antigas bases revolucionárias. O projeto percorreu mais de 40 mil quilômetros, promoveu 199 atividades educativas e beneficiou diretamente mais de 210 mil pessoas.
Segundo o comentarista cultural Wang Feng, essa iniciativa marca uma mudança significativa no modelo de acesso cultural, transformando a abordagem de “esperar que o público venha” para a ideia de “levar o conteúdo até o público”, democratizando o acesso à história e ao patrimônio cultural.