Pílula anti academia?: cientistas acharam molécula sanguínea diretamente relacionada aos benefícios do exercício físico em camundongos (Getty Images/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 20 de junho de 2022 às 15h11.
Pesquisadores da Universidade de Stanford e do Baylor College of Medicine dizem ter encontrado uma molécula específica no sangue que é produzida durante o exercício físico, reduzindo o apetite e a obesidade em camundongos.
"Foi comprovado que o exercício regular ajuda na perda de peso, regula o apetite e melhora o perfil metabólico, especialmente em pessoas com sobrepeso ou obesas", disse um dos autores do estudo, Dr. Yong Xu.
“Se pudermos entender o mecanismo pelo qual o exercício desencadeia esses benefícios, estaremos mais perto de ajudar muitas pessoas a melhorar sua saúde”, complementou.
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Publicado na revista Nature, o estudo foca em camundongos que se tornaram obesos. O grupo de pesquisadores descobriu que o exercício estimula a produção de N-lactoil-fenilalanina (Lac-Phe), um metabólito de sinalização transmitido pelo sangue que suprime a alimentação e a obesidade.
Nos animais, os aumentos de Lac-Phe reduzem a ingestão de alimentos "sem afetar o movimento ou o gasto energético".
Além disso, tomar Lac-Phe continuamente diminuiu o peso corporal e melhorou a homeostase da glicose em camundongos -- no geral, a ingestão de alimentos diminuiu em cerca de 50%.
Os pesquisadores também identificaram uma enzima chamada CNDP2 que está envolvida na produção de Lac-Phe. Camundongos sem essa enzima não perderam tanto peso em comparação com um grupo que seguiuo o mesmo plano de exercícios.
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A equipe também identificou níveis altos de Lac-Phe em humanos que acabaram de praticar alguma atividade física, sugerindo que ele é "um sistema antigo e conservado, que regula a alimentação e está associado à atividade física em muitas espécies animais", disse um dos coautores.
Outro autor do artigo, Jonathan Long, disse em comunicado que o objetivo é ajudar pessoas que não conseguem se mover com tanta frequência, como idosos ou quem tem algum tipo de doença que afeta a mobilidade.
“As pessoas que não podem se exercitar o suficiente podem um dia se beneficiar de tomar um medicamento que pode ajudar a retardar a osteoporose, doenças cardíacas ou outras condições”, disse Long.
Embora os testes medicinais um camundongos muitas vezes não se traduzam em humanos, imaginar que um dia os humanos poderão substituir a academia por uma pílula é uma perspectiva bastante agradável.
"Nossos próximos passos incluem encontrar mais detalhes sobre como o Lac-Phe afeta o corpo, incluindo o cérebro", disse Xu.
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