Pedro Pascal: ator comenta sobre papel na DC Universe (Allen J. Schaben/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 24 de julho de 2025 às 15h15.
Pedro Pascal é o homem do momento. Está em todo lugar, só nos próximos dois meses é destaque em três blockbusters no cinema, e é desejado por quase todo mundo — virou até capa de revista na Vanity Fair pelo apelo: "todo mundo quer um pedaço do Pedro". Mas nem isso o torna menos suscetível a ter inseguranças com o próprio rosto e corpo.
Durante uma entrevista ao canal LADbible, o ator confessou que ficou "horrorizado" com a própria aparência em "Mulher-Maravilha 1984" (2020), quando atuou sem barba. A experiência foi tão impactante que ele garantiu que nunca mais aceitaria um papel em que precisasse raspar o rosto.
“Eu tenho uma barba muito falha, mas quando raspo tudo… fico realmente horrível. Discordo completamente da versão de mim mesmo sem barba”, brincou o ator.
Em ‘Mulher-Maravilha 1984’, Pascal interpretou Maxwell Lord, um magnata do petróleo que se torna vilão ao adquirir poderes de manipulação. O personagem foi amplamente comentado pela crítica e pelo público, não apenas pela atuação de Pascal, mas também pela aparência — que foi comparada à de figuras como Donald Trump na época.
Pascal é um dos atores críticos ao atual governo dos Estados Unidos, e já fez críticas diretas ao presidente nas redes sociais. Foi um dos apoiadores, inclusive, dos protestos de Los Angeles contra as exportações em massa de imigrantes.
A decisão de Pascal de manter a barba gerou certa controvérsia entre os fãs mais puristas dos quadrinhos, principalmente com o novo papel de Reed Richards, o Sr. Fantástico, no aguardado "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos". Para muitos, a escolha do ator não seguia o padrão visual tradicional do personagem, que é retratado com o rosto liso nas histórias em quadrinhos.
“Estou mais ciente do descontentamento com a minha escolha para o papel do que com qualquer outra coisa que já fiz,” disse Pascal em entrevistas mais antigas. "Diziam: ‘Ele é velho demais. Não é o certo. Tem que raspar a barba’."
Apesar das críticas, Pascal se manteve firme na decisão de fazer o papel. Ele explicou que o processo de criação do visual do personagem foi extremamente colaborativo e que se sentiu livre para manter o estilo que gosta. “Se me pedissem para raspar a barba para ‘Quarteto Fantástico’, eu teria feito, mas foi uma escolha conjunta e gostei muito de como ficou.”
Com 50 anos e nascido em Santiago (Chile), Pascal teve logo no início da vida um momento decisivo: os pais escaparam do país latino para fugir do regime ditador de Augusto Pinochet. Ele cresceu na Califórnia, e em San Antonio, no Texas, até se formar na universidade de Tisch School of the Arts da Universidade de Nova York (Estados Unidos), com o sonho de se tornar ator.
A trajetória de Pedro no cinema era, no início, recheada de participações especiais e filmes do cenário underground. Alguns momentos de tela em Buffy, outro em Law and Order, um personagem em The Goof Wife, uma participação em CSI, nada muito além disso. A verdadeira mudança veio em 2014, quando a HBO viu nele um casamento perfeito para o papel do sedutor Oberyn Martell, em Game of Thrones — na época, uma das séries com a maior audiência e público cativo.
- (Game of Thrones/ HBO/Divulgação)
De lá para cá, a ocupação profissional de Pascal deu um salto considerável. De Game of Thrones, a Netflix o contratou para interpretar "We Can be Heroes", um filme para crianças. Depois, convidou-o a viver Javier Peña na série "Narcos", ao lado do brasileiro Wagner Moura.
O papel foi tão produtivo que chamou a atenção da 20th Century e, em 2017, ele estrelou como um dos personagens em Kingsman: O Círculo Dourado, sua porta de entrada para a Disney. Foi só em 2019, no entanto, que ele iniciou seu papel como protagonista em The Mandalorian, série de grande sucesso da marca do Mickey, e conquistou seu público cativo: a Geração Z e os Millennials, os novos 'tiktokers'. E claro, o papel de Joel em The Last of Us, seguindo a mesma premissa de um personagem com mais afinidade paternal, só reforçou esse sucesso.
Os jovens se afeiçoaram ao papel do mascarado mandaloriano e do protetor Joel, mas quando conheceram o ator mais a fundo, forneceram a ele um palco fértil para além da atuação: um 'abre alas' dos famosos mais admirados pela personalidade e pelo ativismo diante de várias causas sociais.